• Capítulo 1 •

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O asfalto passava e o céu mudava de cor. Passava de azul celeste ao um azul escuro e nublado. Sr. e Sra. Weens permaneciam silenciosos durante todo o trajeto. A principal personagem dessa história abria um aasorriso de orelha a orelha que se desmanchava quando chegava ao território de Violia. A trajetória ia ficando mais silenciosa, e a sua mistura com entusiasmo e medo acabou virando curiosidade. Ela não sabia o motivo daquele casal tão simpático ter adotado uma garota de 14 anos ao invés de um bebê, mas ela sabia que eles tinham seus motivos e não queria reclamar. Não estava querendo abusar da sorte.

A temperatura baixou drasticamente, o sol se escureceu com as nuvens na frente. Margô começou a tremer de frio. A Sra. Weens, sonolenta, já que havia dormido a viagem inteira, estendeu a mão e a fez parar de tremer.

O Sr. Weens possuía uma leve anorexia, o que deixava um pouco da sua clavícula e ossos do tórax amostra. Sempre estava pronto para trabalhar em qualquer coisa, seja cozinhar, cuidar da casa e dos menores ou passar horas no computador fazendo relatórios ao chefe. Possia o memso pentiado, seu cabelos castanho partido para o lado e muito bem penteado. Sempre usando uma camisa social com uma gravata bem sem-graça. Calças sociais intactas e invejada por qualquer perfeccionista. Seus sapatos pareciam ser limpos a cada uso, brilhavam tanto quanto qualquer jóia que já estivesse visto.

A Sra. Weens era totalmente o contrário de seu marido. Era uma mulher dominante, com ações grosseiras ao invés de delicadas. Era sorridente, gostava de mostrar seus dentes brancos e perfeitos. Mal usava maquiagem, gostava de seu cabelo bem curtinho e volumoso. Como seu marido, era branca a ponto impressionar qualquer um. Ela era normalmente vista dormindo e sonolenta. Nunca tinha disposição para nada e não podia ter filhos. Seus vizinhos dizem que essa moleza toda era, na verdade, depressão por ser estéril.

- Aqui é tão frio...-comentou a pequena e não mais órfã.

- É uma das características de Violia.

- Já chegamos?

Os olhos da menina fitaram a paisagem através da janela do automóvel. Seus olhos castanhos olhavam intrigados para a arquitetura vitoriana de cada casa. O telhado das casas eram tão escuras quando as madeixas da Sra. Weens. Sempre com cores mais escuras, para se camuflar na noite e ser distinguida de manhã. A parede ao menos era colorida, mas com cores mortas, como naqueles antigos filmes de terror. As cercas, aparentavam como as cercas de um cemitério. Margô se impressionava ao ver alguma árvore ou jardim na vizinhança, pois quase tudo estava morto ou sem nenhum cuidado. Haviam várias árvores com folhas a cair, estavam naturalmente seguindo o outono. A cidade parecia fazer questão de assusta-lá. Por qual motivo aquele casal adorável moraria em Violia ao invés de Petit Revê? Isso a causava mais dúvidas sobre aquele casal um tanto mistérios.

O carro se estacionou lentamente, parou numa grande casa, com as paredes vermelho tom sangue e telhados pontudos para direcionar a neve ao chão. Em frente a casa havia uma senhora gorda, já idosa com uma gato preto em seus braços. Os fios grisalhos começaram a aparecer e percorriam por todo o longo, volumoso e liso cabelo. Ela lembrava aquelas bruxas antigas de história contada no orfanato quando era menor. Ao lado havia gêmeas, esguias e bonitas. Com seus cabelos coloridos de verde e azul partido em lados contrários. As mesmas utilizavam sweaters de lã, cor rosa, mesmo tom. Também usavam a mesma leging preta com botas de salto alto. Ao lado delas, da mesma altura um menino de aparência emo. Possuía piercings na boca, entre as narinas e sobrancelhas. Mexas coloridas se disfarçaram no negro cabelo do rapaz. Suas mãos magras e cobertas de corativos seguravam a coleira de um cão de raça. Definitivamente não era à família sonhada de Margô, mas era a única que a queria como parte da família. Eram 14 anos esperando e ela não queria reclamar nem para si mesma.

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⏰ Última atualização: Sep 14, 2018 ⏰

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