Quando recebi essa vaga de emprego para trabalhar como professora em uma outro lugar, foi uma alegria imensa em minha pequena Cidade. Eu nasci lá, e todo mundo conhece um ao outro, quando um vai embora, todos sabem o porquê, e obviamente, ficam felizes com essa conquista. É como se fosse uma grande família, que eu amo.
Lá nós só temos um colégio e uma faculdade, felizmente, tinha o curso que eu queria, Pedagogia, assim, não precisei sair da cidade para estudar. Todos meus amigos são praticamente meus vizinhos, e isso é incrível, sem dúvidas será a parte que eu sentirei mais falta.
Desde do meu primeiro período na faculdade, eu já trabalhava na escola local como professora da Educação Infantil, mas eu queria atuar em uma grande escola e ter a minha própria vida. Conhecer como seria fora da cidade.
Por isso no fim do primeiro semestre do ano passado, quando tinha terminado minha faculdade, aos 24 anos, eu enviei diversos currículos e fiz inscrições em escolas para atuar como professora, mas infelizmente não consegui a vaga.
Em meados do mês de Janeiro, recebi um e-mail falando que uma escola me queria como professora de uma turma de quinto ano, o último do Ensino Fundamental I, e quando olhei a proposta, não acreditei, o salário era bem generoso, e eu ainda teria diversos benefícios. Obviamente não poderia deixar isso passar, e o melhor, eu trabalharia apenas no turno da manhã.
Era um sonho para qualquer professora.
Meus pais ficaram tão felizes com essa minha chance, que compraram um apartamento modesto no centro da cidade, próximo ao colégio, para que eu pudesse ter liberdade. Nós não somos ricos, mas vivemos bem, aqui no interior, a maior renda de todos vem do trabalho das terras, e meu é o maior na venda de bois, vacas e porcos, então conseguimos comprar um bom apartamento.
No meu primeiro dia, eu estava completamente nervosa, tinha levado diversas brincadeiras e atividades para que as crianças pudessem sentir como seria ao decorrer do ano. Eu sempre prezei a aprendizagem lúdica, então jogos tem que fazer parte do cotidiano da criança, tanto em casa, quanto na escola.
Eu tenho vinte e dois alunos, e eles são uns amores, e por incrível que pareça, não há nenhum bagunceiro de fazer meus cabelos ficarem em pé, ou brancos.
Bem, não tinha até a semana passada. Eu lembro quando minha sala começou a ficar agitada.
_ Bom dia senhorita Cooper, esse é o Ben Jones, ele frequentará suas aulas. _ A diretora fala aparecendo na porta com um lindo menino de cabelos e olhos castanhos. Parece um anjinho.
_ Bom dia diretora, bom dia Ben, como vai? _ Pergunto enquanto ele me olha, mas ao invés de responder, ele apenas andou até a carteira vazia na sala.
_ Ele não está passando por um bom momento na família. _ A diretora comenta e eu concordo.
_ Mas já estamos no fim do trimestre, sabe o porquê dele ter entrado agora? _ Pergunto estranho.
Talvez ele tenha se mudado agora. Como professora, eu preciso saber o que houve, para que eu possa mediar e ajudar na aprendizagem dele.
_ Ele não se adaptou na última escola.
Bem, talvez a escola não tenha se adaptado à ele. O garoto parece estar ligado ao 220v. Não para um minuto, sobe na mesa, começa a dançar, grita e fica pulando igual piolho. O pior é que as outras crianças, principalmente os meninos, estão começando a imitar ele.
_ BEN JONES! _ Grito e ele para de correr.
Foram quatro anos de faculdade, de preparação para que eu acabasse gritando para um moleque parar de correr. Realmente, a faculdade não nos ensina a parte mais importante, que é a loucura de estar dentro de sala de aula.
Na teoria tudo era tão lindo. Duvido que Pestalozzi, Paulo Freire, Wallon e outros estariam tentando buscar a paz interior nessa sala.
_ Por favor querido, sente-se agora em seu lugar. _ Digo e ele me encara. Obviamente minha voz havia ficado aveludada, extremamente calma, mas o meu divertidamente da raiva estava pegando fogo.
_ Tia, eu quero brincar, cansei de fazer trabalho. _ Ele me responde olhando para o quadro que estava com alguns exercícios.
_ Bem, a tia estava pensando em trazer um jogo amanhã, mas se você não se sentar, não trarei mais. _ Digo e as crianças começam a brigar com o Ben para que ele se sentasse, e assim foi feito.
Sei que é errado colocar uma criança contra a outra, mas nesse caso, deu certo. Então vou aproveitar e aplicar o restante da matéria.
Quando o sino toca, anunciando o fim da aula, eu respiro aliviada. Durante a aula, nem lembro de olhar para o relógio, então o sinal é o meu relógio para tudo, até mesmo para o intervalo deles.
Entro em meu carrinho, que comprei alguns dias atrás para conseguir me locomover nessa louca cidade. O trânsito não ajuda nem um pouco.
Passei no mercado para comprar algumas coisas que precisava e depois do almoço fui direto para minha academia. Sim, tenho que manter minha boa forma. E poder trabalhar apenas no turno na manhã é ótimo para que eu possa fazer outras coisas durante o restante do dia.
Minha vida estava sendo perfeita, mas eu não imaginava que uma simples reunião com o "responsável" fosse mudar tudo.
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Olá pessoinhas!!!!
Tudo bem com vocês? Esse é o primeiro capítulo da minha história. Eu realmente espero que vocês gostem.
Ela tem uma pegada colegial, mas vista pelo lado da professora, e não aluno.
Me digam o que vocês acharam e o que vocês acham que vem por aí?
Não esqueçam de votar e comentar para ajudar a pessoinha aqui! ♥
Beijos <3
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Uma doce Professora
Chick-LitNina Cooper é uma recém-formada em Pedagogia, e aos vinte e cinco anos, ela conseguiu emprego em uma ótima escola da grande cidade. Pronta para colocar todo seu aprendizado em prática, ela se sente animada em cuidar de todos seus alunos, mas um em...