Capítulo III - Um cara (nada) normal

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P.o.v Marco

"Você precisa honrar aquilo que leva o nome da nossa família!Acha que esse seu estilo passa alguma credibilidade? Você precisa cortar esses cabelos, trajar sempre roupas finas e adequadas, qual a necessidade de estar sempre de preto,meu filho? Está vivendo em luto? Você não é qualquer um! Agora você é o Senhor Marco Schünemann, herdeiro e dono das empresas mais famosas mundialmente..."

Aquelas palavras soam insistentemente na minha mente,mas isso não irá me atormentar não, hoje não!
Esse título, esse rótulo de Senhor todo poderoso não combina comigo, nesse momento é apenas Marco, um cara normal de 27 anos, que trabalha e busca crescer na vida assim como muitos outros. É assim que eu me sinto quando estou fora daquela empresa e longe de todas aquelas regalias oferecidas por meros puxa-sacos. Eu amo trabalhar lá, não me vejo fazendo outra coisa nessa vida, mas o fato de me subestimarem anos atrás ainda se mantém constante na minha mente, se não fosse por minha mãe eu jamais chegaria na presidência da empresa, tudo porque o senhor Marcelino Schünemann não acreditava no meu potencial. Fala sério! Embora eu me esforçasse, desse sempre o meu melhor, criasse projetos únicos e que geraram grande crescimento para empresa e me mostrasse cada dia mais responsável, ele nunca quis dar um voto de confiança,até que eu decidi abertamente brigar para isso! E hoje estou aqui,comandando tudo na Alemanha.

Saio de meus pensamentos quando escuto uma voz soar dentro do carro, era Bruce. Ele e Robert eram meus melhores amigos daqui e são raras as oportunidades que temos de aproveitar noites como essa, mas quando acontecem, ficam pra história.

- Hey, cara! O Pub é ali atrás, está viajando é? Onde estava indo?

- Putz! Viajei muito agora, nem prestei atenção. Foi mal!

Fiz o retorno e estacionei, essa noite seria momento de relaxar e esquecer dos problemas que tenho.
Entramos no local e eu logo tratei de procurar a minha companhia da noite, Mariah, que sempre me acompanhava nessas saídas.
Digamos que nós estávamos tendo algo, mas não era nada sério e ela sabia disso, sempre deixei bem claro que não pretendia me prender a ela ou a ninguém, esse não é meu foco.

- Hallo meine Liebe, wie geht es dir?(Oi, meu amor. Como você está?)- Uma voz sedutora soou perto de meus ouvidos. Era Mariah. Embora ela soubesse perfeitamente falar português, usava sua voz charmosa ao falar alemão e aquilo me encantava.-

- Hallo, Prinzessin. Ich bin großartig und du?(Oi,princesa. Estou ótimo e você?)-Respondi levando minhas mãos até sua cintura e a puxei para perto,lhe dando um abraço breve.-

- Estou melhor agora!-Ela diz com um sorriso maroto nos lábios.- Está a fim de beber algo? Dançar?

- Você sabe bem que eu não sou muito de dançar. Mas a bebida eu aceito, mas só se for água,café ou suco.

- Okay senhor certinho. Um suco de limão para você.

Ela fez nossos pedidos e ficamos aguardando seu preparo. Fitei o local atenciosamente,era bem aconchegante e iluminado.
Tratei de procurar um local para sentar e assim o fiz após pegarmos a bebida dela e meu suco.

Eu nunca fui muito de beber e "encher a cara", como dizem,sinto orgulho de mim por isso! Hoje a noite passou voando e eu estava exausto,precisava de uma boa noite de sono porque já estava tarde. Quando fui me despedir de Mariah ela simplesmente não me largou mais e o que seria uma despedida acabou me rendendo mais meia hora no estabelecimento,até que ela veio com um papo de irmos para a minha cobertura e eu já sabia o que ela estava querendo,mas não,hoje não. Tratei logo de desconversar e saí dali, entrei no carro e mandei uma mensagem para Bruce pedindo para que ele arrumasse uma carona para voltar para casa,pois eu não havia o encontrado mais e parti dali para minha casa.

[...]

Eram sete e meia da manhã quando o meu celular despertou tocando Heroes of our time, era uma música incrível e eu adorava, mas ouví-la me fez notar a tremenda dor de cabeça que eu estava sentindo,que mais parecia o efeito de uma grande ressaca, mas sem uma gota de álcool,simplesmente SONO, a noite foi muito boa!
Porém, era hora de voltar ao meu papel de Senhor Marco e ir trabalhar, mas decidi dormir por mais uns minutinhos e apaguei...

Droga! Nove e quarenta! Estava definitivamente atrasado,odeio me atrasar. Mas essa era uma das vantagens de ser chefe,eu não devo satisfação a ninguém!
Levantei depressa e comecei a me aprontar, escolhi um dos meus ternos pretos e também uma calça, tomei um bom banho e prendi meus cabelos. Já eram Dez horas e cinco minutos, entrei em meu carro e me dirigi até a empresa.
[...]

Chegando lá pude ouvir a voz de Klaus andando pelo corredores perguntando se havia alguma ligação,e-mail ou recado que eu havia deixado para informar falta ou atraso, ele pareceu preocupado,pois tínhamos que preparar uma reunião.

- Sr. Schünemann! Bom te ver. Está tudo bem? Ficamos preocupados com tua ausência, não atendeste as ligações. Já cuidei de organizar o quê será apresentado amanhã e ajustei os gráficos,fiz certo?- Klaus definitivamente não parava de falar, ele aprendeu a falar português para nos comunicarmos sem que o pessoal do escritório entendesse quando fosse um assunto sério. E também pelo fato de se comunicar com os estágios vindos do Brasil para cá,o que facilita as adaptações.-
- Guten Morgen, Klaus!-Respondi e fui em direção a minha sala e ele logo me seguiu esperando uma resposta.- Tive alguns compromissos pessoais pela manhã e acabei me esquecendo de avisar. Quanto ao seu trabalho, sim,fez bem em ter agilizado tudo. Mas não se preocupe, tudo o que eu deveria fazer já está feito há uma semana,acredite ou não, eu sou o presidente da empresa e sou responsável por tudo, sei bem dos meus deveres,não se preocupe a toa. Mais alguma coisa?
- Corretíssimo,senhor. Perdoe pela minha preocupação excessiva! A minha última observação é sobre os estagiários novos, o senhor precisa conhecer e se apresentar, é o costume.
- Tratarei de fazer isso o mais breve possível.
- Com sua licença,senhor.-Ele se retirou da sala e fechou a porta por trás de si. AMÉM! Minha cabeça está explodindo e eu não preciso de um papagaio pendurado no meu ombro. Prevejo que hoje será um dia daqueles...-
Depois da saída de Klaus,resolvi fazer minha checagem diária de e-mails, é sempre importante verificar propostas de parceiros e clientes.

Na hora do almoço Klaus me chamou para ir no restaurante junto ele para conversamos sobre a reunião. Reconheço que Klaus é eficiente e que ajuda bastante a empresa, por isso ele é uma pessoa que talvez tenha a minha confiança.

Voltando a empresa eu fiz questão de verificar todos os arquivos da reunião e salvar em mais pen drives, para que não haja imprevistos e falhas.
Meu celular sinaliza uma mensagem e eu logo vejo de quem se trata, era Mariah, que queria me convidar para sair novamente com ela essa noite, apenas visualizei e passei a pensar sobre o convite.

[...]

Finalmente fim do expediente,felizmente minha cabeça não doía mais,mas eu ainda estava um pouco cansado,tenho trabalhado muito nesses últimos tempos.
Quando adentrei em meu carro recebi uma ligação, era ela! Sua voz doce e aparentemente cansada soou e eu logo percebi que precisava de mim e foi isso mesmo que ela me disse. Nem mesmo esperei que ela terminasse de falar e sai em disparada até o apart-hótel, se ela me ligou é porque algo urgente aconteceu.
Demorei vinte minutos para chegar e contra a minha vontade entreguei meu carro nas mãos do manobrista para que ele estacionasse meu carro. Entrei mais que depressa do saguão e pude ver o elevador abrindo,não vi nada nem ninguém,só precisava chegar até o andar dela. Nesse meu desespero, sai em disparada e acabei esbarrando em algo ou melhor... Alguém!

GOTTA BE YOU (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora