Levantei-me devagar devido ao sono que me prendia a cama. Olhei para o relógio ao meu lado e vi que marcava as 10:05.
Vesti umas leggings pretas e uma das camisolas de lã novas. Calcei as minhas botas e sai de casa.
Passei junto a um café onde custo-mo tomar o pequeno-almoço e pedi o habitual.
Sentei-me numa mesa, a minha preferida, no fundo da sala, junto a uma janela comprida que cobria uma das paredes laterais do café.
Retirei o meu caderno e o meu lápis, em quanto bebia o meu café quente, desenhava. Tinha um certo jeito para a arte.Comecei a fazer rascunhos, riscos, linhas sem fim, que juntas, faziam uma imagem.
Olhei bem para todas as linhas, e nelas via um rosto. Conhecido aos meus olhos.
Fechei o caderno o mais rápido possível, quando vi a pessoa que estava desenhada aproximar-se de mim e sorrir-me.
"Andas a seguir-me?" Sorri para não parecer mal-educada.
"Se estivesse o que me fazias?" Disse com um sorriso sempre presente.
"Não queiras saber, até ficarias com uma má imagem de mim."
"Não ficaria, podes contar-me."
"Acho melhor não, não imaginas o quão macabra iria ser a história."
"Ok, então não me contes." Peguei no meu caderno e no meu lápis e dirigi-me ao balcão onde paguei a minha refeição. Olhei de relance para o rapaz que agora se situava ao meu lado com o seu olhar fixado no meu caderno.
"O que foi?" Ri levemente ao perguntar.
"Nada, estava só a pensar."
"Em quê?" Perguntei curiosa.
"No teu nome invulgar." Rasgou um sorriso no canto direito dos lábios.
"Um dia posso contar-te, quem sabe."
"Que tal hoje?"
"Um dia, não hoje, hoje é ter de ir trabalhar."
"Hoje, não agora." Sorrio ao incorporar a minha expressão com outras palavras. "Num jantar..."
"Onde?" perguntei duvidosa.
"Isso é uma surpresa."
"Conheces-me mal e já me convidas para jantar?" Sorri levemente.
"Para isso é que o jantar vai servir, para te conhecer melhor." Sorrio mais uma vez com o canto direito da boca, e deu-me um beijo na cara, logo a seguir começou a andar. "Mando-te mensagem com as horas. Até logo."
Estava espantada com o tal acontecimento. Dirigi-me a correr, quase, para o restaurante, pois o tempo que perdera, não de uma má forma, com Harry, atrasou-me.
Cheguei ao trabalho com um ar envergonhado, não me lembrava de alguma vez ter tido namorado, visto que perdi metade do tempo de vida que já vive, numa cama de hospital inconsciente. Não digo que seriamos alguma vez namorados, ou mesmo amigos chegados. Mas já não sabia o que pensar. A pessoa calma que sou, neste momento estava nervosa?
"Vá lá Aph! Não estejas assim, mal conheces o rapaz, achas que podem ser mais que meros conhecidos?" Pensava em quanto trocava de roupa para o meu uniforme.
O dia passou lentamente, aos almoços, a sala estava sempre cheia e com lista de espera, sentia as minhas pernas a tremer de cansaço, e mal me aguentava em cima dos saltos, baixos, das botas.
Olhei em direcção a sala dos empregados e fui trocar rapidamente trocar a minha roupa novamente. Tentei esconder-me da Katie que me perseguia para saber o motivo da minha cara corada desta manhã.
Estava já fora do restaurante quando ouvi o meu telemóvel fazer um pequeno e baixo som, a indicar-me que teria recebido uma mensagem.
Retirei-o do bolso das calças e vi o nome no ecrã a mencionar o nome de Harry, por isso calculei que fosse algo sobre o jantar.
"À porta do café desta manhã, Às 19? Eu vou buscar-te. Harry x" e logo lhe respondi. "Claro, até já."
Mal enviei a mensagem olhei para o relógio no canto superior do ecrã do telemóvel, e o mesmo marcava as 17:58. Mal cheguei a casa tomei um banho rápido e passei creme nas desgraçadas das minhas pernas doridas. Fui buscar o único vestido que tinha, preto simples, curto e algo de justo, mas nada de abusador. Meti um pouco de batom vermelho, e apenas apliquei rímel, lápis e eyeliner preto. Deixei o meu cabelo normal, a cor de tons misturados claros nas pontas, e escuros no topo, encaracolado nas pontas e com menos caracóis no seu início.
Vi a minha figura ao espelho e reparei que se calhar aquele vestido era demais, mas não sabia onde ele me iria levar, e por isso mesmo a questão da roupa era difícil.
Olhei para o relógio do telemóvel e marcava as 18:50. Por isso decidi que estava na hora de sair de casa.
Quando cheguei ao pé do café vi um rapaz de caracóis castanhos, vestido a rigor, com um fato preto e uma gravata no mesmo tom. Senti uma brisa que me fez arrepiar por completo, e pensei no facto de ter vindo sem um casaco, e que poderia ficar doente, o que não podia acontecer por causa do trabalho.
"Wow." Fez o mesmo som acompanhado de uma cara surpreendida. "Estás linda"
"Não estou sempre?" Ri e ele ficou embaraçado. "Estou a brincar, obrigada, tu também não estas mal."
"Vamos?" Colocou a mão um pouco a baixo do meu ombro para me direccionar o caminho até ao seu carro. Um Audi A4 Cabriolet preto com a capota para trás, o que o fazia ficar descapotável.
Fizemos uma viagem com medos de 15km, íamos a conversar, sobre ele tentar que eu o convence-se a contar-lhe o porquê do meu nome. Mas paramos assim que ele estacionou perto de um restaurante muito chique e requintado.
"Chegamos!" Disse ele com um sorriso na cara.
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Aphrodite // h.s
Teen Fiction" Quando acordei, tinha amnésia, e decidi que deveria ter um nome, mesmo que não fosse o meu nome de nascença. Escolheram Aphrodite, o nome de uma deusa grega, a deusa do amor. Segundo a mitologia grega Aphrodite nasceu da espuma do mar. "Por infl...