|| 1 || Frente a frente

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Morte.

Interrupção definitiva da vida de um organismo.

Fim da vida humana.

Uma palavra cheia de significados e que carrega consigo um peso tão grande, mas era exatamente isso que eu desejava ao ter que voltar para aquele lugar. Overland, uma cidade pacata no interior do kansas, muito boa no quesito estudo e horrível no quesito pessoas, também é conhecida como o lugar que eu mais odeio no mundo.

Faz mais de um ano que não venho nem para visitar meu pai. Depois de tudo o que aconteceu, fui embora e decidi que era melhor me desligar de todas as coisas relacionadas ao meu passado, inclusive ele. 

Eu ainda ligava sempre que possível e meu amor não diminuiu nem um pouco com a distância, só ainda não estava preparada para voltar e encarar tudo frente a frente.

Estava cursando o primeiro ano de arquitetura quando tranquei a faculdade para ir passar um tempo com minha mãe na cidade onde ela mora. Um ano se foi e eu tive que voltar, pois tinha que prosseguir com os estudos, afinal, um dia seria uma grande arquiteta e não seria um garoto que me faria desistir dessa maneira de meu sonho.

-Tem certeza que você está bem, querida? - Meu pai perguntou, me tirando de meus inquietos pensamentos -Parece distante...

- Tudo na mais perfeita ordem - sorri - Valeu pela carona, te vejo depois velhote.

Assim que passei pelos portões da faculdade senti meu coração acelerando e minhas pernas começando a ficar tão bambas que até o vento mais fraco me derrubaria com apenas um sopro. Atravessei o campus enquanto sentia olhares sendo lançados em minha direção, alguns de espanto, outros de desdém, provavelmente se perguntando o porquê de ter voltado e até o porquê da minha ida.

Caminhei mais um pouco até quase ser atropelada por uma bagunça de cabelos loiros, mais conhecida como Amber, minha melhor amiga e cupido nas horas vagas.

Ela era outra pessoa que eu mantinha contato direto apesar de não ver.

- Isso é por ficar um ano longe - ela me deu um tapa ardido no braço - e isso por te amar e estar morrendo de saudade - e então me envolveu com seus braços ossudos até quase me sufocar.

-Eu sei que você não conseguiria viver sem mim, por isso estou aqui - e fiz uma exagerada reverência rindo.

Amber olha para além de mim e fecha a cara

- Não quero te preocupar, mas o grande babaca está aqui - faz um pequeno sinal para o outro lado da faculdade.

droga

Me viro e no mesmo segundo meus olhos se voltam para ele, e como um maldito imã, ele para o que está fazendo e me olha surpreso. Ficamos assim por intermináveis segundos, sinto tudo voltar a tona, como se estivesse voltado a um ano atrás...

Tentando disfarçar olho para minha amiga e dou de ombros.

- Esse lugar anda muito mal frequentado, fala sério - reviro os olhos com um sorriso nervoso nos lábios.

Eu não devia ter voltado para Overland, ainda não estou preparada para encará-lo.

É aqui que moram os meus piores pesadelos e por falar no pior deles, caminhando em minha direção como se o campus pertencesse a ele está Collin Markay, a pessoa que mais amei e odiei na vida.

Sua aparência é a de um anjo caído, um perfeito contraste com sua personalidade demoníaca. Seus cabelos são de um tom de castanho tão escuro que quem não o conhece acha que são pretos, seu físico mostra que continuou com a corrida matinal e vejo que seu sorriso misterioso de canto continua o mesmo, isso sempre o tornou um sucesso dentro e fora da faculdade.

Sua fama de canalha corre por toda a cidade.

Mas com certeza não foi nada disso que chamou minha atenção quando o conheci, e sim seus olhos, que até hoje não consigo definir uma cor exata. Um verde acinzentado ou talvez um pouco de castanho carregado de muita intensidade. Eu poderia me perder facilmente naquele olhar. A sim, era isso que me fascinava.

Sem me dar conta Collin já estava ao meu lado com uma cara de poucos amigos.

-Olha só quem está de volta, Claire - Disse com a voz carregada de sarcasmo, me provando que continuava o mesmo babaca de sempre. -Quanto tempo...

-Vejo que não o suficiente para você amadurecer, não é mesmo? - As pessoas em volta já começavam a nos olhar e cochichar, mas não esperava por menos, afinal, antes de me mudar éramos a atração principal da faculdade.

Sem ser convidado, Collin se aproximou e sussurrou em meu ouvido me arrepiando por inteira:

-E nem para você me esquecer, meu bem - E então se foi, me deixando perplexa com o poder que sua voz ainda exercia sobre meu corpo.

Devo ter ficado parada por pelo menos uns cinco minutos tentando assimilar o que havia acabado de acontecer, me odiando por ele estar tão certo.

Eu não tinha superado Collin Markay.

Mas nem morta me deixaria cair em seus encantos novamente.




NOTAS

E aí pessoaaass, tudo booom?

Alguém já tem alguma teoria??? Deixa aí nos comentários ;))

Bem, esse é meu primeiro livro!!!! Então pfv sejam meus camaradas hehehe 

Para falar a verdade esse livro nem era para existir, eu não tinha nem ideia do que estava fazendo até começar a escrever, mas é isso que o tédio faz meus amigos...

Espero de coração que gostem...

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Bad DreamOnde histórias criam vida. Descubra agora