A chegada

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- Chegamos em Sunlight! – Minha mãe dizia, enquanto acelerava o carro um pouco mais. Nós não estávamos na bendita escola que o meu "maravilhoso" pai pagou, mas ela reagiu como se estivéssemos nela. Não acredito nisso.

- Que bom! – Foi tudo o que eu disse antes de colocar os fones de ouvidos e ouvir as músicas da minha playlist no Spotify.

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- Ai meu Deus! – Ela estava visivelmente mais animada que eu com essa chegada à tão esperada escola. - Aqui é muito lindo!

E não era mentira, o lugar era realmente maravilhoso. Uma escola que não parecia ter a mesma aparência de todas as outras escolas. Garotos para todo lugar... Com camisa, sem camisa, com tatuagens, morenos,loiros, ruivos, castanhos... De todos estilos, jeitos e modos. Uma grama verde, se presenciava no lugar. A luz do sol refletia sobre a grama molhada por conta de leves gotas de chuvas que tinham caído na noite anterior.

- Senhorita Lawers... Um prazer em ver você aqui. – Um homem de terno cinza apareceu cumprimentando minha mãe. Ele parecia ser um pouco mais velho, ou seja, não é um aluno. Obviamente.

- Olá Diretor Adams, o prazer é todo meu. Esse é o meu filho Tyler.

Automaticamente um sorriso se instalou no meu rosto, e ele fez o mesmo.

- Prazer em conhecer você Tyler. Tenho certeza que vai se acomodar por aqui.

- Obrigado.

- Vamos entrando, não fiquem parados aí. Vamos até a minha sala.

E foi isso que nós fizemos. Definitivamente aquela escola não era igual à de Jacksonville. Na sua faxada tinha um grande nome escrito com palavras de ferro: "Sunlight High School".
Pra mim isso é extremamente estranho. O nome da cidade, também é o nome da escola. Engraçado? Não estou acostumado com isso.

O diretor nos levou até um lugar que não ficava muito longe dos fundos da escola, por conta disso, eu não conseguia ver nada de impressionante na escola. A porta da diretoria se abriu e o diretor Adams no deu passagem para sentar nas cadeiras que ficavam de frente para a grande mesa de madeira.

- Bom Tyler, tudo o que você precisa saber sobre a Sunlight High School, é que não são tolerados qualquer tipo de preconceito na escola. Celulares são proibidos, porém você tem o direito de fazer uma ligação por semana, ou mês.

- Tenho certeza que meu filho vai se adaptar às regras da escola.

- Nós podemos falar sobre o cache, senhora Lawers? – O diretor pronunciou. Parece que este homem é obcecado por dinheiro. Quem não é?

- Claro senhor Adams. Querido, que tal deixar suas malas no  quarto?

- Ah, claro, seu quarto... – O diretor levantou de sua mesa, e andou até um armário que ficava perto da janela, que tinha uma paisagem absurdamente ampla da piscina. - Aqui está a sua numeração.

Um papel com minhas informações pessoais fora  entregado à mim. A numeração do quarto ficava perto do meu nome... Quarto 42. Junto com o papel, o diretor me entregou uma sacola transparente com um uniforme... Camisa pardo com uma manga até o pulso, uma camisa com manga normal e uma calça azul escura.

- Obrigado! – Sem esperar uma resposta, minha jornada ao meu quarto se iniciou. Perto do corredor que o diretor nos trouxe, tinha várias salas que pareciam ser no estilo de auditórios com carteiras e um quadro enorme com projetores. Um sensor na saída com alguns garotos saindo, e entrando novamente, não parava de apitar – Isso flagra alguns alunos fugitivos à noite – e num instante fiquei imaginando quantos alunos deveriam existir por ali.

- Olha por onde anda moleque! – Um garoto alto que de cara parecia ser extremamente ignorante se esbarrou em mim, e gritou comigo como se eu tivesse, acidentalmente, esbarrado nele.
Alto, magro, com alguns músculos. Cabelo castanho, olhos verdes escuros. Um verdadeiro padrão de beleza pela humanidade.

- Você que esbarrou em mim, querido! – Sinceramente, eu não iria me esconder de valentões como ele. Não mesmo.

- "Querido" ? Que gíria de viadinho. – Ele disse com deboche, e seus amigos riram como se realmente tivesse graça na palavra "Viadinho".

- Agora que você percebeu? – Pergunto e deposito as malas no chão. Aquela conversa toda já estava me deixando aos nervos, e a única coisa que fiz, foi cruzar os braços.

- Que droga, mais um viadinho nesse inferno. – Ele disse, e cruzou os braços igual a mim.

- Tadinho... É só isso que sai da sua boca? Usa "viadinho" pra tentar me ofender? – Naquela altura todos os garotos já estavam olhando para aquele círculo de curiosos que se formou em meio dos corredores.

- Você está louco? Quer levar um soco nessa sua cara? – Disse se aproximando de mim, porém não dei um passo para trás.

- Vai fundo... Eu conheço garotos como você. Popular, bonito, riquinho... Doidos por atenção. – Peguei minhas malas, e comecei a andar na direção contrária dele, mas antes não deixei escapar: - Quer chamar atenção de todo mundo? Põe uma melancia no seu orifício anal, meu bem.

E essa foi a minha deixa antes de sair daquele corredor, e achar uma placa escrito "Dormitórios". Já faz 3 anos que acabei me descobrindo ser bissexual... Nunca fiquei com nenhum garoto, ou garota, mas nunca decidi uma atração por ninguém.
E vai ser nessa escola que eu vou me assumir.

- Quarto 42... É aqui. – Sussurei à mim mesmo e adentrei ao local, e logo fiquei chocado ao ver o tamanho dele. Não era muito grande, nem muito pequeno, mas existia quatro camas no local, e logo imaginei que o "meu" quarto seria dividido por três meninos. As camas já estavam um pouco bagunçadas, e logo imaginei que o quarto já era habitado. Um espelho ao lado da porta refletia a minha imagem... Cabelo escuro,olhos castanhos, covinhas e algumas marcas de espinhas da adolescência. Uma cama – de frente para a janela... Isso é extremamente ruim. O sol vai me castigar! – não estava tão bagunçada quanto às outras, então me imaginei que aquela seria a cama certa...

- Está perdido por aqui?

- Ai meu Deus, que susto. – Respondi com a mão no peito por conta daquele ser humano entrar misteriosamente pela porta.

- Ah, desculpa. Não foi minha intenção.

- Tudo bem.

- Você é o garoto novo? Tyler? Sou o David, prazer. – Ele andou até mim e me deu um abraço. Médio, magro, cabelo escuro, covinhas, olhos escuros que eram escondidos pela lente que os óculos proporcionava. Um clássico Nerd foi detectado.

- Como você sabe meu nome? – Pergunto após seus braços me soltarem daquele abraço de boas vindas. Eu realmente estou confuso... Como esse garoto sabe o meu nome se eu acabei de chegar aqui?

- Você já é um assunto muito comentado nos corredores.

- O que? Porque? – Minha feição era a mais confusa possível.

- Você enfrentou o Jake. Um dos garotos mais valentões da escola. Ele é amigo do Matthew. Eles só continuam nessa escola por que são uns santos quando o diretor está por perto. – Ele disse e se sentou na cama ao lado da minha.

- Matthew? – Pergunto enquanto chutava minhas malas para debaixo da cama.

-  Alto, cabelo escuro, um tanquinho, olhos castanhos escuros, pintinhas no rosto... – Ele dizia fazendo gestos com a mão como se estivesse imaginando o Matthew à sua frente.

- Não, nunca vi esse garoto. Só o babaca do Jake.

- Não importa... acho que você deveria sê arrumar para as aulas... Tem um banheiro ali, se quiser use. Preciso ir, estou atrasado pra aula de música. Até mais!

Sem esperar uma resposta, ele fechou a porta e saiu. Fiquei pensando se ele entrou no quarto só para me dar um abraço.
Eu realmente sou famoso por aqui...

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⏰ Última atualização: Jul 25, 2018 ⏰

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