Um grupo de pessoas conversa próximos a uma parede. Estão agitados. Algumas vozes exaltadas ecoam pelas ruas, chamando a atenção de alguns moradores que passavam por ali.
Uma discussão intensa se iniciou. Os gritos resultaram em uma multidão que se formou em torno do grupo. Oma e Leona estavam entre eles.
-Mas o que está acontecendo aqui? -disse Oma.
Ela e Leona embrenharam-se no meio das pessoas buscando passagem entre elas. Chegando no centro da multidão, a discussão estava mais acirrada.
-Já chega! - o grito de Oma ecoa. -Alguém pode explicar o que significa isso?
-Senhora Alana. Senhora Leona. - um homem que estava no meio da discussão interrompeu suas palavras e se ajoelhou. Um sinal de respeito perante a presença das duas. -Desculpe-nos. Mas existem boatos que afirmam coisas horríveis.
-É verdade que mataram alguns de nós? - um outro homem gritou para as mulheres. -Nos encontraram? Chegou a hora de ir embora? Para onde vamos?
-Calma. - Leona toma a frente. -Peço calma a todos. Como sua ministra, eu peço a todos que fiquem tranquilos, estamos bem e seguros. Não há o que temer. Nós temos que...
Enquanto ela tentava acalmar o público, duas vozes surgem aos gritos.
-Oma!
-Oma!
Mira e Zoe saem correndo da parede de pessoas que ouviam a ministra.
-É verdade o que dizem? Uma das caçadoras foi pegas? - Zoe parecia aflita.
-Está tudo bem meninas. Está tudo bem. Venham comigo.
Oma leva as jovens para perto da parede de pedra. Novamente uma rocha se descola abrindo passagem para um longo corredor bem iluminado. A medida que avançavam, as paredes de rocha pura se modifica dando lugar a paredes bem acabadas pintadas de branco adornadas com pinturas. Algumas das mais importantes obras da história estavam ali.
-Essa é…? - Mira olha fixamente para uma das obras.
-Sim. - Oma se próxima dela com um sorriso. - “A Noite Estrelada” de Vincent Van Gogh. E bem ali está a Mona Lisa de Da Vinci. Mais a frente Luncheon of the Boating Party. E ali estão os seus favoritos, fotos da Capela Sistina
Mira não consiga falar sobre a euforia que sentia. Estava maravilhada com algumas das maiores expressões artísticas da história da humanidade. Seus olhos brilhavam, pois, o amor pela arte que cultiva dentro de si é imensurável. Nunca imaginou viver o suficiente para ver aquilo tão de perto.
Enquanto Oma olhava a aprendiz encantada com tudo, não percebeu que Zoe se aproximava.
-Oma. Posso te fazer uma pergunta?
-Claro filha, pergunte.
-Te chamaram de Senhora Alana. Há muito tempo não ouvia seu nome. - Zoe parecia inquieta. Preocupada com algo. -Por que nos trouxe aqui?
Antes que pudesse responder, um homem alto, com a pele negra reluzente, virou a esquina no final do corredor. Fez um pequeno sinal para que o seguissem e assim fizeram. Em alguns minutos, estavam em um grande salão de pé direito alto. A cor branca deu lugar a um tom sutil de cinza. Ninguém perceberia a mudança, mas os olhos de Mira eram treinados para reconhecer tais coisas. Um lugar espaçoso, com diversas portas de madeira com metais que brilhavam como ouro, todas pareciam trancadas. Os quadros deram espaço há estantes abarrotada de livros e uma grande mesa central de madeira pura, rodeada por cadeiras adornadas com uma espécie de lâminas, cada uma com uma pedra diferente cravejada na ponta. A arquitetura da sala é impecável, digna de reis e rainhas de outrora.
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Dança das Lâminas - A Força Vem de Dentro
Random-Nós não lembramos do nosso passado, mas ele insiste em nos assombrar. -Um acampamento escondido do mundo. Parece o lugar perfeito para reinar a paz e tranquilidade. Mas segredos místicos e artes milenares chamam a atenção de pessoas poderosas. Após...