5 Anos depois
A bruxa caminha tranquilamente pelas ruas do vilarejo, está tendo feira e por isso o lugar está abarrotado de gente, por onde passa ela vê as pessoas a olharem torto e cochicharem entre si, ninguém ousa se aproximar dela, o que a faz refletir que talvez já esteja na minha hora de partir.
Estar sozinha nunca foi um incomodo para a garota, as pessoas que a perseguem até a apelidaram de "a loba solitária", por conta de seu andar minucioso e observatório, ela nunca fica mais de 2 meses em um vilarejo. Sempre chega um momento que alguém resolve a denunciar para a guarda real e ela precisa fugir para não terminar queimada em uma fogueira assim como suas ancestrais.
Porém, toda vez antes de partir, ela não esquece de deixar um presente no vilarejo em que ficou. Geralmente ela amaldiçoa algum homem nojento e pervertido, sua última vítima foi um mercador que batia em sua esposa e abusava de sua filha, ela achou gratificante ver a maldição atingindo seu corpo até que um dia chegasse em seu coração, deixando-o sem vida.
De todos os vilarejos de Voltair, esse em que ela se encontra atualmente é o de maior miséria. Crianças morrem diariamente de fome e as pessoas sempre vem até ela a procura de seu poder de cura, a garota já perdeu as contas de quantas pessoas já salvou da peste, por mais que os outros julguem as bruxas, a maior parte do tempo ela uso seu poder para o bem.
Ela para em uma banquinha de especiarias para pegar os ingredientes necessários para sua poção. Por mais que seja perigoso, pois já sendo suspeita, a menina decide curar uma criança que está com a peste.
- Cinco folhas de carvalho branco, por favor. – Ela diz para o comerciante e o mesmo assente com a cabeça, sem falar nada, suas mãos estão tremendo, denunciando seu medo dela. – Não precisa tremer desse jeito, eu não vou te matar.
- A-aaqui. – Ele engole em seco ao entregar as folhas e a menina dá um sorriso ameaçador para o mesmo.
- Obrigada Robert.
Ela sai da feira e pega o caminho para a floresta, onde fica a sua casa, a garota desconfia que os guardas cheguem amanhã cedo para te capturar, então ela precisa partir hoje a noite, depois que curar o menino. A menina anda por uns 10 minutos até chegar em sua cabana, ela está bem escondida entre as árvores e folhas que usou para camuflar, é preciso olhar com muita atenção para ver que tem algo ali.
Morgana adentra sua cabana e coloca os ingredientes em uma mesinha perto da porta, sua morada é simples. Tem apenas uma cama de palha para dormir, a mesinha e mais duas cadeiras, suas roupas ficam dentro de um baú e seu livro de feitiços está escondido embaixo do colchão, se alguém o encontrar ela está perdida.
Ela decide já arrumar as coisas para ir embora, pega uma sacola surrada e guarda suas roupas, um cantil com água, algumas frutas e seu livro. Ainda está cedo quando termina, por isso a garota decide ir tomar banho em um lago que não fica muito longe, com sorte ela consegue lavar a roupa que está usando antes de partir.
Chegando no lago ela tira sua roupa e começa a entrar, seu corpo se arrepia inteiro com a temperatura gelada da água. Assim que entra por inteiro, sente seus músculos começarem a relaxar, a menina fica uns bons minutos apenas boiando, inspirando e expirando calmamente, sentindo o ar entrar em seus pulmões, as vezes ela até esquece como é ter um momento de relaxamento.
Ela começa a lavar suas roupas e tem o estranho pressentimento que tem alguém a observando, Morgana olha para os lados a procura e não encontra nada, continua a lavar e quando termina sai da água. Quando ela está a colocar sua roupa seca, escuta um galho se quebrar, seu corpo entra em alerta e ela rapidamente pego a faca que sempre levo consigo. Ao se virar no sentido barulho, ela dá de cara com um homem muito alto, ele possui cabelos negros e uma barba rala em seu rosto, seus traços são fortes e seu maxilar é anguloso.
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Filha da Noite
FantasySelvagem. Essa é a palavra que define Morgana. Uma criatura indomável que todos devem temer. Apesar do rostinho de anjo que ela aparenta ter, se esconde a alma mais poderosa de todo o reino. A garota era uma lenda, uma prova da bruxaria que existe...