Parte 1

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"Fotografia é a unica língua que pode ser entendida em qualquer lugar do mundo"
( Bruno Barbey )

Saio de casa pegando na coleira da Cléo, suspiro aliviada, a melhor parte do meu dia sem duvida

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Saio de casa pegando na coleira da Cléo, suspiro aliviada, a melhor parte do meu dia sem duvida. Penduro minha câmera rosa em meu pescoço e corro sentindo a brisa fazerem meus longos cabelos louros voarem, tirando toda aquela energia negativa presente em casa.

Eu moro com meus pais, os amo muito, mas a maioria das vezes trazem todo o trabalho e problemas para casa, aliás minha família inteira é advogada, já ouvi de tudo em casa, histórias que recuso a acreditar. E o pior de tudo, eles querem a qualquer custo que eu siga a mesma carreira, ou como eles dizem continuar a tradição, está no sangue da família...

Depois de andar algumas ruas de Bruxelas chego ao parque mais próximo, em meados de março o frio sai dando espaço a dias ensolarados e quentes. Uma brisa fria entra em contato com minha pele, fazendo arrepender-me de não trazer uma blusa de frio.

Olho bem ao redor, procurado algo para fotografar, encontro alguns canteiros de girassóis, não penso duas vezes, vou caminhando até lá com minha camera já posicionada, Cléo por sua vez me seguia, já livre do aperto da coleira.

Um tímido raio de sol aparece entre as nuvens, encontro um angulo perfeito.

Para mim fotografar é congelar um momento, amo fazer isso, posso assim reviver aquele sentimento várias e várias vezes. Bom mas a maioria das pessoas pensam diferente, como meus pais e a maioria de meus colegas, acham que fotografia não tem futuro.

Mas esse é meu sonho, para mim nada vale ganhar milhões em um emprego que não gostamos de exercer.

Tenho um instagram anônimo onde posto as fotos tiradas por mim, onde já ultrapassam aos 1.500.000 de seguidores, eles mal imaginam que na verdade sou eu quem tiro e posto as fotos. Tentei falar com mamãe e papai, mas eles se recusam a acreditar que é verdade, e sugirem que eu faça algo além da advocacia, como ser juíza. Eu ainda acredito que um dia estudarei na Ciawnothy University a melhor faculdade de fotografia, não só da Bélgica mas do mundo, e o melhor se localiza aqui em Bruxelas, próximo a região sul, ela está tão longe mas ao mesmo tempo tão perto.

Perdida em meio tantos pensamentos, não sinto a presença de alguém, um garoto, ergo meus olhos castanhos, e encontro um alto menino ruivo, estava de costas, e assim como eu, segurava uma camera, suas mechas vermelhas caiam perfeitamente em seu rosto claro, me sinto tentada a fotógrafa-lo, afinal não vejo muitos ruivos - a não ser nos filmes do Harry Potter e em Riverdale - posiciono minha camera focando em seu rosto, quando vou bater a foto ele se vira fazendo o mesmo.

Não sei qual veio primeiro, a minha foto ou a foto dele, mas pelo o que parece nós dois tivemos a mesma idéia.

Corei na hora, o que ficou evidente pela minha pele clara, mas não era só eu, o menino desconhecido passou a mão sobre seus cabelos avermelhados em sinal de nervosismo. Estavamos na mesma barca.

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