1° CAPÍTULO - Larissa

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Hoje é o último dia de férias eu estou super ansiosa para que as aulas comecem, rever a vic, a triz e o loirinho. Sobre o Arthur que eu chamo carinhosamente de loirinho, ele é meu melhor amigo desde quando éramos crianças, nos conhecemos quando ele se mudou para casa ao lado da minha e começou a estudar na mesma escola que eu, as meninas acham que daríamos um belo casal, eu não sei o que ele sente mas eu realmente sou apaixonada por ele ( ele não sabe, já que nunca contei para ele), mas não sei se ele sente o mesmo, as vezes acho que ele gosta da vic, mas não tenho certeza hoje me peguei pensando se terá algum aluno novo, todos os anos que entra um aluno novo é uma euforia, já que a cidade é pequena e todos se conhecem e na escola isso não é diferente. Todos estão falando de uma família nova na cidade com um filho de cabelo loiro da mesma cor do Arthur, não sei se estão certos mas se estiverem estou ansiosa para conhecê-lo.

Hoje é o primeiro dia de aula, eu acordei muito cedo por conta da minha ansiedade envolvida no primeiro dia de aula e para conhecer o garoto novo. Fiquei na mesma sala que os meus amigos e o garoto novo, por sinal ele parece ser bem legal e o loirinho disse que é o primo dele, eu fiquei um pouco surpresa já que ele raramente fala da família. Eu acho que entendo ele não querer falar sobre a família dele, conheço ele a muito tempo e sei o quanto ele sofreu quando sua mãe sumiu, queria que ele confiasse um pouco mais nas pessoas, mas não reclamo disso pois sei que foi só se fechando para o mundo (mesmo que isso não tenha durado muito, por minha culpa) que ele conseguiu superar o sumiço de sua mãe.
Fique um pouco desconfortável ao descobrir como seria o mapa de sala provisório, fiquei na primeira carteira da fileira do meio na frente do garoto novo e ao lado dos meus amigos, o problema foi que eu estava na frente do professor e eu tenho muita vergonha de ficar tão exposta, e por eu ser considerada "inteligente" apenas por ir bem na escola, acham que eu ficar na frente do professor seria melhor.
Ao longo da aula eu fui conhecendo o Pedro (garoto novo), que por sinal é muito gentil. Ele me contou o quanto queria voltar para Girassóis ( sua antiga cidade), ele falou que mesmo que Lótus seja sua cidade natal, ele acha a cidade muito pequena e como ele morou por tempo o bastante em Girassóis para perceber o quanto essa cidade é pequena em relação a maior cidade do país. Ele me contou o quanto admira seu primo, mas sua coragem em mudar de cidade, de escola e de casa também é muito grande e além disso mais de uma vez. Eu acho engraçado a grande amizade existente entre os dois, e que mesmo assim o loirinho não tenha nem sequer me contado sobre seu primo. Na hora do intervalo, eu fui até ele para conversar e lancharmos juntos para fazermos como sempre fazemos, quando cheguei lá ele me contou o quanto estava feliz por rever seu primo, então eu perguntei:
- Por que você nunca me conta nada sobre sua família?
- Eu não tenho muito interesse nisso, me desculpa - disse ele arrependido
- Me desculpa eu, mas eu sempre vou te perdoar!!!
-Você não faz ideia do meu alívio ao ouvir isso- eu não sei como, mas ele sempre sabe o que dizer e eu amo muito isso nele.
- E aí? Você quer ir na praça hoje a tarde? - eu disse entusiasmada.
-Claro! Eu, você, a triz, a vic e o pê- demorei um pouco para responder pois estava pensando quem seria o tal "pê", até que percebi que era o Pedro
- Obviamente - após isso nós dois gargalhamos muito, minha barriga chegou a doer um pouco.
O sinal tocou e todos fomos para as salas, já que eu estava pensando sobre o que iria acontecer no parque, as última duas aulas pareceram duram muito mais do que cinquenta e cinco minutos, cada uma. As aulas acabaram e depois de almoçarmos fomos todos para o parque. Passamos o resto do dia lá, simplesmente aproveitando a companhia uns dos outros. Quando cheguei em casa fui acolhida com sorrisos no rosto e um delicioso jantar. Após o jantar fui para o banho e assim que sai, eu acabei pegando no sono.

Passaram-se três semanas, desde o começo das aulas, hoje eu acordei bem atrasada tive que me arrumar muito rápido, coloquei uma regata preta, uma jardineira, um tênis preto e o cordão com um pingente de passarinho que meu pai fez para mim. Corri até a casa do loirinho e o vi me esperando junto ao pê, quando cheguei perto eu escutei o loirinho dando algum tipo de dica para o pê e além disso escutei o meu nome, quando cheguei até eles, a conversa parou no mesmo segundo, o loirinho viu a minha expressão de interrogação, enquanto eu perguntava com o olhar o que estava acontecendo, então ele disse:
- Oi, morena - disse ele desviando de meu olhar.
- Oi, meu loirinho - de repente o vejo fazer um sinal para que eu desse oi para o pê.
- Oi, pê - eu disse toda animada.
- Oi, Lari -eu senti um tom de vergonha, em sua voz. Ele corou.
- Vamos? - perguntou o loirinho.
- Claro - eu e o pê respondemos em coro.
Entramos no carro, eu percebi uma disposição de lugares diferentes, geralmente todos nós sentávamos atrás, eu do lado esquerdo, o loirinho no meio e o pê do lado direito, mas desta vez o loirinho foi na frente e o pê no meio. Quando chegamos na escola eu vi a vic e a triz nos esperando. Depois que entrarmos, fomos direto buscar os materiais  para as primeiras aulas, já que o armário do loirinho era próximo ao meu eu fui falar como ele, então perguntei:
-Que diabos está acontecendo? - perguntei séria
- Do que você está falando minha morena - então eu percebi que mais cedo ele tinha me chamado apenas de "morena"
- De vocês estarem falando de mim mais cedo e isso de "minha morena".
- Espera você ouviu TODA a nossa conversa? - ele disse meio assustado
-Não, mas você não respondeu a minha pergunta! - disse furiosa
-Ufa, mas eu sempre te chamo de "minha morena". - queria descobrir com ele consegue ser tão calmo.
- Por que "ufa"? E por que estavam falando de mim? - ele ficou em silêncio.
- E sim você sempre me chama de " minha morena", mas mais cedo foi apenas "morena"!
- Calma, eu não posso te contar agora mas assim  que eu puder eu te falo, PROMETO - não faço ideia do motivo, mas escutar estas palavras me acalmou muito.
- Eu espero, mas só não minta para mim, OK?
-OK.
As aulas passaram e na hora do intervalo, o pê me puxou para uma sala vazia, que eu costumava ir com os meus amigos, lá ele disse:
- Lari...
-Oi, está tudo bem? - disse sem saber aonde estava me mantendo.
- Sim, muito bem - ele disse um pouco nervoso.
- Então o que foi? - perguntei preocupada.
- Não se preocupe - fiquei calada, após ele falar isso.
- Quer sair comigo? - ele perguntou e eu não sabia o que responder.
- Sim - eu disse envergonhada.
- Que bom - disse ele com aparência  aliviada.
- Eu tenho que ir - eu disse e após isso sai para procurar o loirinho.
No caminho eu fui pensar sobre minha resposta e percebi que fiz isso por dó do pê, ele sabia que eu gostava do Arthur. Demorei muito para achar o loirinho e assim que o achei disse:
- Era sobre isso que falavam mais cedo? - ele logo entendeu a que eu estava me referindo.
- Sim, ele me fez perguntas sobre você. - ele estava quase gargalhando.
- Então o pê está apaixonado por mim? - ele logo ficou sério, sem motivo aparente.
- Acho que sim. - refleti sobre isso
- Mas e você,  está apaixonada por ele? - mesmo que eu quisesse, não, eu não estava apaixonada por ele.
- Lari? - isso logo me arrancou de meus pensamentos.
- Acho que não, tipo, eu estou apixonada por outra pessoa. - isso pareceu um susto para ele e eu não entendi o motivo.
- Mas e você, está apaixonado por alguém? - perguntei muito curiosa.
- Sim - isso doeu muito em mim.
- Quem é? - quero saber, para não me machucar.
- A única coisa que eu posso dizer é que você a conhece - "quem é ", era a única coisa que eu queria saber.
- Por que você não me conta? Você não confia em mim? -  perguntei segurando o choro.
- Lari, não chora por favor. Você não faz ideia do quanto isso dói em mim.
- Eu não vou chorar - eu disse quase gritando.
- Eu te conheço, você é a única capaz de fazer chorar. - ele disse com lágrimas nos olhos.
- Se eu te falar por quem eu estou apaixonada, você também me conta por quem você está  apaixonado? - derramei uma lágrima e isso foi o bastante para que o Arthur me envolvesse em seus braços.
- Me perdoa Lari, mas eu não posso - isso doeu muito em mim.
Assim que o sinal tocou, eu sai de seus braços e fui para a sala tentando engulir o choro, mas o Pedro me viu e acho que ele ficou muito preocupado, pois fez de tudo para me acalmar, ele é muito fofo, queria muito estar apaixonada por ele, mas infelizmente eu não controlo o meu coração. Ele foi tão atencioso comigo e ficou insistindo para eu falar o que aconteceu, até que eu não aguentei e falei:
- É o Arthur, ele não confia em mim e ele é o meu melhor amigo.- eu soluçava e parecia que aquela sensação horrível nunca iria acabar.
-  Olha eu não te conheço a muito tempo, mas eu sei o quanto o Arthur confia em você e se você não acredita, bom é só você me perguntar algo que vocês viveram a anos! - ele disse confiante e isso me acalmou.
- Quando o eu e o Arthur viramos melhores amigos? - acabei perguntando, já que a minha curiosidade foi grande.
-  Vocês  tinham três anos e o Arthur tinha acabado de se mudar para a casa ao lado da sua - estava certo, o Arthur realmente contou sobre mim para seu primo.
- Tá, mas o que isso tem a ver com a confiança dele em mim?
- Olha, para ele me contar sobre você ele deve te adorar muito e isso significa que ele confia muito em você. - eu não parei de pensar nessas palavras.
- Então por que ele não me fala por quem ele está apaixonado? - perguntei enxugando as lágrimas.
- Me perdoa, mas isso eu não sei.
Logo vimos que a professora estava entrando na sala de aula,então corremos para lá, no caminho eu segurei a mão do pê e ele fez o mesmo. Quando chegamos na sala a professora já tinha fechado a porta, então pedimos para entrar, entramos de mãos dadas e isso pareceu incomodar o Arthur e as meninas não paravam de falar sobre o que tinham acabado de ver. Durante a aula o Arthur tentou falar comigo e o Pedro ajudou, mas eu nem dei bola. Acho que eu estava no meu mundo e não queria nenhuma visita. Em um certo momento eu me peguei pensando sobre onde eu e o pê iriamos, mas o sinal do final da aula tocou e me arrancou a força do meu mundo e de meus pensamentos, assim que a professora saiu o Arthur veio até mim e me deu um forte abraço, aquilo foi um choque para mim, eu nunca tinha visto ele derramar uma lágrima na frente de outras pessoas além de mim, mas isso aconteceu e mesmo que eu odeie ver ele chorar eu queria parar no tempo e ficar ali para sempre. depois disso ele disse:
- Me perdoa por favor - eu fiquei em choque.
- Mas... - eu não sabia o que responder.
- Por favor, você nem sequer sonha o quanto eu confio em você.- eu amei escutar isso.
- Eu sei que você quer que eu conte, mas eu ainda não estou seguro para admitir isso para mim mesmo.
- Tudo bem, eu te entendo. Mesmo que eu queira admitir que estou apaixonada por alguém - me faltou ar mas eu continuei - é difícil eu mesma aceitar que estou apaixonada.
- Então você me perdoa? - disse ele esperançoso
- Sempre - ele me abraçou mais forte.
-Promete?
-Prometo - eu disse com um sorriso no rosto, enquanto eu limpava as lagrimas de seu rosto.

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⏰ Última atualização: Sep 04, 2019 ⏰

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