Like to be you - Shawnmila

CAPÍTULO ÚNICO

Eu tinha acabado de terminar de guardar a minha guitarra quando recebi a melhor mensagem da minha vida. Ela só tinha quatro palavras mas fez meu coração bater em descompasso.
"Estou indo para Toronto" – era a mensagem que Karla havia me enviado.
Mandei mais de dez mensagens a ela mas ela nem as recebia, provavelmente estava no avião.
Queria saber como nós íamos conseguir nos ver se eu nem sei como ela é, ou onde vamos .
Eu estou tão feliz e desesperado. Começo a ter uma crise de ansiedade no meio da rua.
Minha visão fica embaçada, e não consigo respirar, tento manter a calma mas mal consigo engolir a saliva. Tento me acalmar.
– O senhor está bem? – uma pessoa que mais parecia um borrão claro está na minha frente - acho que vou chamar a ambulância
Minhas pernas bambeiam e eu caio no chão.

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– Ele está bem, não se preocupe. Se ele está em fase de tratamento é comum... – a voz do homem diminui gradativamente até que não o ouço mais.
Alguém toca na minha mão - Abro os olhos – Era minha irmã Aaliyah.
- Que bom que resolveu acordar bela adormecida. – ela sorri mas vejo a preocupação em seus olhos.
– Que horas são?
– Humm – ela pega o celular – quase onze horas, porque?
– Minha nossa! Eu dormi muito!
– Foi o que eu quis dizer – ela revira os olhos. – Você vai dormir em casa hoje?
– Não. Eu preciso ficar na minha casa. Eu... – lembro de Karla
Levanto num pulo – Estou ótimo e não sinto nenhuma daquelas reações horríveis.
– Onde você vai? – Minha irmã pergunta preocupada
– Eu... Eu tenho um serviço daqui a pouco. - toco em meu bolso procurando meu celular – ESPERA – grito preocupado mas logo percebo que me exaltei de mais – Eu... Onde está o meu celular?
– Você está muito esquisito hoje. – Ela tira o meu celular do bolso – O que você está escondendo?
Ela me conhecia bem até de mais.
– Eu? Escondendo? – tento o meu melhor mas ela cai na gargalhada
– Você já foi melhor Mendes.
– Tudo bem – Sento na cama – lembra daquela minha amiga Karla?
– Que você nem sabe se é mesmo uma mulher, que pode ser um homem taradão querendo o seu corpo nu? Sim. Continue...
– Eu sei que ela é uma mulher, tudo bem?
– Aham – ela diz em tom irônico
– Ela está vindo para Toronto. Então, se você puder me devolver o meu celu... – Tento pegar meu celular da sua mão
– Não, me conta tudo.
– Esse é o problema, eu não sei esse "tudo", ela só me mandou uma mensagem dizendo que estava vindo para Toronto, eu nem sei...
– Você não disse que ela estava morando em New York? Se ela veio de ônibus, ela com certeza já deve estar aqui, ou a caminho. De avião então...
Meu coração acelera.
– Então, vai me dar o meu celular ou vai ficar usando ele como acessório?
– Olha até que não é uma má ideia? – Sorri colocando o celular em cima da mão fingindo que o celular é um anel.
Pego meu celular da sua mão.
– Hey! – Ela reclama
Me dirijo até a porta do quarto.
– Não vai se despedir da mamãe?
– Claro que vou – Sorri e vou em direção à minha mãe. – Oi mãe. Eu estou bem, mas estou com muita pressa. Hoje não vou em casa para a janta. – dou um beijo em sua testa – Amo você. Tchau!
– Também te amo filho.
Saio do hospital e paro em frente a um banco em frente ao mesmo para checar as mensagens.
" Eu estou oficialmente em Toronto."
" Vamos nos ver no Scaramouche Pasta Bar?"
"Te vejo às 22:19, mesa 08"
"Eu pago"
Scaramouche é um dos melhores restaurantes da região, não conseguia nem tocar em um restaurante desses, imagine comer em um deles.
A última mensagem me deixou menos preocupado, mas no primeiro encontro eu gostaria de pagar tudo.
Espera, será que isso é um encontro?

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Eram apenas nove da noite e eu já estava pronto.
– Creeeedddooo – Diz Cameron na porta do quarto.

Ele é o meu colega de trabalho e amigo, nos ajudamos a pagar o aluguel da casa.

– Que nojo, tá parecendo aqueles engomadinho filhinho de mamãe. – completa
– Ah cala a boca Cameron.
– Vai trazer ela pra cá? – olho para ele que está com uma cara muito maliciosa enquanto se apoia no batente da porta.
– Não, isso nem é um encontro.
– Ah claro, você tá parecendo um granfino porque você vai jantar com um mendigo
– Eu e ela somos apenas amigos. E olha, eu nem sei como ela é, isso pode ser uma catástrofe.
– Imagina se é um homem? Isso poderia ficar hilário. Posso ir com você? – ele sorri
– Óbvio que não. Parem de achar que a Karla é algo totalmente diferente do que ela diz.
– E o que ela diz que é?
– Ela é cabeleira, mas gosta de cantar também.
– cabeleireira? Sério?
– o que tem?
– Nada. É só... Continue. Qual o sobrenome dela?
– Estrabao.
– Hummm. Karla Estrabao. Idade?
– Isso é interrogatório?
– Não, não é... Fala, quando ela nasceu?
– Não lembro. Só sei que ela tem 21.
– O QUE? ELA É MAIS VELHA QUE VOCÊ.
– Você sabe que eu gosto de mulheres mais velhas. Lembra da Suellen?
– Péssimo, ela tinha quase quarenta anos.
– Eu tenho que ir. Se não eu vou me atrasar.
– Boa sorte. Cuidado com as câmaras!
– O que? O que quer dizer com isso?
– Nada – Ele ri mas sinto que ele sabe de algo
– Cameron – digo repreendendo
– Cara, vai curtir o seu jantar vai. Se precisar da casa, manda uma mensagem que eu saio o rápido possível.
– Valeu cara, você é ótimo.
– Eu sei. Vai logo.