capítulo 3

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O homem que eu tinha visto tentado subir o palanque mas que foi impedido pelos guardas, logo foi socorre-lo. Nos aproximamos e oferecemos ajuda, ele aceitou prontamente, sem ter muitas opções, as pessoas nos olhavam incrédulos e até desconfiados por estarmos ajudando uma Pessoa pessoa que "desrespeitou" o Rei, mas não sabíamos o que tinha realmente acontecido, apenas o que o oficial disse, que claro todos acreditaram.

Caminhamos bastante até chegarmos em casa, com os olhares curiosos dos vizinhos sobre nós.

Adentramos o casebre e mamãe foi direto pra cozinha, sabia que ela tinha conhecimento de algumas ervas curativas, mas não sabia se seria o suficiente, de qualquer forma me senti no dever de ajuda-lo.

-Desculpe não me apresentei meu nome é Léo._estica a mão para me comprimentar, ele parecia mais velho do que o que estava no sofá, tinha os olhos fundos, nariz pontudo, um longo cabelo castanho e aparentava estar cansado.

-Ha sim, meu nome é Atalia, e essa é minha mãe Míriam._ele acena com a cabeça.

Digo isso com ela vindo em nossa direção trazendo consigo algumas toalhas e uma bacia, onde tinha um caldo com várias ervas.

O homem que estava no sofá agora acordado, mas meio zonzo, levantou o olhar e perguntou:

-O que é isso?

-São ervas medicinais, agora mergulhe suas mãos aqui._ ela disse pondo as próprias mãos dele dentro da bacia.

Leo se recostou na porta entreaberta, com o olhar meio desconfiado.

-Meu nome é Lucke aproposito, obrigado.

-Era o mínimo,... quer dizer de nada_ falo quase me entregando.

Reparo em seus traços, cabelos negros compridos, olhos verdes e sobrancelhas escuras.

Decido então perguntar o que já estava martelando na minha cabeça.

-O que aconteceu?... Digo você roubou mesmo o Rei?_ Digo sentando a quase um sofá de distância.

-Não exatamente._E faz uma careta de dor.

-Quanto tempo você acha que minhas mãos fiCaram boas.

-Bom, mais ou menos duas semanas_ Ela disse indo até a cozinha mexendo em algumas panelas.

-Duas semanas? Ele ficará pelo menos 1 mês assim._ Léo da um ar de escárnio.

-Não se ele lavar as mãos delê pelo menos duas vezes na semana nessa água.

-Ok então, se você diz.

Ele diz olhando para as próprias mãos pensativo, e de repente percebe que eu estou o escarando, desvio o olhar e continuo a perguntar.

-O que voce quis dizer com não exatamente ou é sim ou não.

-Eu não fui lá pra roubar, apenas consegui umas informações privilegiadas sobre o palacio e antes que me pegassem la dentro, roubei um dos cavalos e fugi, para ele pensar que eu queria apenas o cavalo.

-Informações privilegiadas do Palácio? Do que você está falando?

-Você esta falando demais Lucke! _Léo disse da porta revirando os olhos.

-Bom apenas algumas coisas que eu ainda estou tentando descobrir, há muitas coisas inexplicáveis que ninguém o questina de nada, você nunca se perguntou por que o filho do Rei nunca apareceu em público? Ou como as pessoas desaparecem nas fases da lua se não estiverem nas suas casas?_Me olha questionando, baixando um pouco o tom de voz.

Sim eu já pensei sobre tudo isso, mas como ia conseguir as respostas? Os oficiais do Palácio só dizem o que devemos fazer e quando fazer sem ninguém poder questionar, pois são as ordens do Rei.

-Lucke o que você está fazendo?_pergunta balançando a cabeça, eles com certeza estavam escondendo alguma coisa.

-Não vê que é uma oportunidade perfeita!

-Ela não vai servir e nem vai topar.

-Peraí eu ainda estou aqui, podem me explicar o que está acontecendo?

Leo solta um grande suspiro e começa.

-Daqui a alguns dias haverá finalmente o baile de apresentação do príncipe no castelo, precisamos nos infiltrar disfarçados ja que todos agora conhecem a cara desse espertalhão, precisamos de alguém lá dentro.

-Ainda não anunciaram nenhum baile. _Digo, ainda não tinha visto ninguém falar sobre isso.

-Ainda não avisaram mas vão anunciar.

-E com isso precisamos de...

Minha mãe chega na sala e começa a enfachar as mãos de Lucke junto com as ervas, ela dar um olhar  de esguelha para Léo na porta e anuncia:

-Bom é isso daqui a dois dias pode voltar que eu refaço os curativos, do que vocês estavam falando?

-Nada de mais senhora obrigado por ajudar, vamos embora Lucke._Léo afirma ja demonstrando impaciência.

Lucke levanta, e eu os acompanho até a porta.

-Até mais Atalia, espero uma outra oportunidade em que possamos conversar e mais uma vez obrigado é... Mirian.

E acena ja saindo pela porta acompanhado de seu amigo fiquei sem entender nada.

-Temos que voltar para a venda, deixei a Renata cuidando pra mim, mas ela não gostou muito por estarmos ajudando ele._diz e faz um bico pra frente onde Léo e Lucke tinham saido.

Voltamos para a venda e como o esperado a circulação de pessoas já estava à ativa, como se nada tivesse acontecido, no final da tarde recolhemos tudo e voltamos pra casa sem muita coisa.

Arrumamos as coisas e fui cuidar da horta no quintal, fiquei bastante tempo regando e replantando algumas verduras que nem vi o tempo passar, já estava de noite quando decide entrar, guardei as ferramentas no armário de baixo da cozinha e subi as escadas quando senti uma vertigem estranha que junto dela vem uma memória de repente.

"-Eai papai tudo bem? Pergunto ao ve-lo chegando de seu trabalho cansado, com as mãos nas costas fazendo uma careta.

-Sim minha filha, mas não se preocupe comigo já estou velho, olha o que eu trouxe pra você. _ Diz estendendo um lindo colar, com um pingente de uma lua cristal na ponta, realmente é lindo, mas ele não deveria ter gasto dinheiro comprando isto.

-O senhor sabe que não podemos com..._ me interrompe com a mão no ar e logo diz.

-Achou mesmo que eu não fosse lhe dar um presente no dia de seu aniversário Atalia, por favor você merece mais que isso, aliás ele não me custou muito e é um presente de coração que quero que aceite, me encara com um olhar paterno, pego o colar e o abraço em forma de agradecimento.

-Sua mãe fez um bolo de aniversário pra você vá lá ver_ ele sorri e eu volto pra cozinha com minha mãe."

Me sinto tonta e uma pequena lágrima sai de meus olhos sem que eu perceba, não sei porque essa memória invade meu consciente desse jeito, isso já faz dois anos, dois anos que ele se foi, e ainda tenho vertigens desse jeito, me aprumo e volto a subir as escadas, tomo um banho e me deito olhando para o teto de madeira escura pensando em como aquele dia foi o mais feliz e ao mesmo tempo o mais triste da minha vida.

O Mistério do PalácioOnde histórias criam vida. Descubra agora