O Assassino Da Tesoura

14ª Capítulo.

— Eu não sou o assassino da tesoura. — Foi a primeira coisa que Wilson disse ao me ver entrar na sala de interrogatório.

Um ambiente com luzes brancas,a mesa grande no centro e duas cadeiras,uma de frente para a outra,tudo isso me fazia lembrar daquelas séries de policiais onde se interrogava o suspeito.

— Eu sei,acredito no senhor. — Falo calmamente — Pode me dizer com detalhes o que fez na sexta feita?

— Bom,eu sai para trabalhar bem cedo,lidar com paisagismo é minha especialidade. Quando cheguei em casa ouvi barulhos vindo do segundo andar e quando fui verificar não tinha ninguém lá. Caminho até a varanda e pude ver um carro da cor prata sair em disparada.

Talvez devesse descartar essa parte da investigação já que eu e Michael somos responsáveis por parte disso.

— De noite,os policiais invadiram minha casa,eles reviraram tudo,acharam luvas e uma tesoura com vestígios de sangue. — Ele da uma breve pausa — Toda essa confusão por causa de uma ligação anônima...

— Pelo que parece alguém armou para o senhor,mas não se preocupe,meu amigo e eu estamos tentando solucionar todo o caso. — Falo em um tom firme.

— Vocês são detetives ou alguma coisa do tipo?. — Pergunta o velho.

— Ex-detetives,estamos tentando dar a volta por cima. — Sorrio.

— Obrigado por tudo jovem.

— É...não me agradeça ainda...

...

Saio da delegacia com muita coisa na cabeça,Michael me esperava impaciente em frente ao seu carro.

— O que descobriu?. — Pergunta ele curioso.

— Nada de tão interessante,a maioria das coisas nós já sabemos. — Respondo — Mas estava pensando,como incriminaram o Wilson se nós estávamos dentro da casa durante o momento em que ele esteve fora?.

— É isso Gustavo. — Michael se agita — Lembra quando nós estávamos no andar de baixo e ouvimos um barulho vindo do segundo andar?.

— Claro,eu até disse que não era nada de mais.

— E se alguém já tivesse lá quando a gente chegou,havia um único quarto com a porta aberta,provavelmente essa pessoa tenha fugido por ali.

— Michael,pela primeira vez você tem razão. — Ele me olha indignado quando falo aquilo — Essa mesma pessoa pode ter colocado as provas do crime lá e chamado a polícia.

— Exatamente...viu...nós ainda somos bons nisso.

— É,mas eu não sei se realmente devo suspeitar do Alex,tipo,ele me parece bastante suspeito mas ao mesmo tempo não.

— Gustavo. — Michael chama minha atenção — E quem disse que o suspeito tem que ser nosso conhecido?.

Ele tinha a mais pura razão...

— Verdade,pode ser qualquer um,mas para acabar com as minhas dúvidas vou me encontrar com Diana,ela sabe tudo sobre o Alex...inclusive preciso do seu carro emprestado.

Michael pensa um pouco...

— OK,tranquilo,mas antes preciso que você me leve em casa.

— Obrigado por me emprestar o carro,você é o melhor...

...

Deixo Michael em frente a sua casa,mesmo fazendo esse favor de deixar o carro sobre minha responsabilidade ele se sentia meio inseguro.

— Cuida bem dele. — Diz ele ao sair do veículo.

— Não se preocupe,isso não é uma vingança,eu não irei destruir seu carro como você fez com o meu. — Digo sorrindo.

Michael engole seco e logo entra em casa dando uma última olhada no seu preciso veículo,sua cara de choro chega a ser hilária.

Sigo adiante...

Chego em meu apartamento bem na hora do almoço,a manhã de hoje foi bastante conturbada e para completar,de noite,eu ainda teria que levar Diana para jantar. Fui para a cozinha preparar algo para comer,nessa hora meu celular toca insistentemente,sorrio de forma boba em saber que era Alanis...

— Eu ainda não acredito que você vai sair com aquela vaca de fazenda. — Diz ela.

— Eu só vou colher umas informações,nada mais. — Coloco o celular no alto-falante e continuo a cozinhar.

— Des do colégio Diana tinha uma reputação com os garotos,foi por isso que ela e o Alex terminaram,você lembra?.

— Sim,isso foi a fofoca mais quente daquele ano. — Respondo.

— Então meu caro,se prepare para uma noite de flertes...e antes que eu esqueça...isso tudo só vai acontecer sobre o meu cadáver...

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(Continua No Próximo Capítulo)