Entrevistando Em WLB /𝙵𝙴𝙲𝙷𝙰𝙳𝙾/ 2019

Fantasia

Entrevistadora: MissAlbuquerque
Entrevistada: JuliaGJLobo

Amanda: Conte-nos um pouquinho sobre você. Quem é a pessoa por trás da @JuliaGJLobo?

Julia: Bem, é uma pessoa estranha e complicada. Eu costumava ser uma criança distraída e quieta. Era mandona em tudo, e hoje em dia rio com meus dramas infantis. Minha aproximação com os livros sempre foi incentivada pelos meus pais e pela escola, mas não passava de alguns livrinhos curtos de vinte páginas. As redações, por outro lado, ocupavam páginas e mais páginas. Eu me sentia a própria Jane Austen, mas tudo o que tinha era uma criatividade absurda, sem um pingo de capacidade de botar aquilo nas páginas de maneira compreensível. Mesmo assim, meus professores me incentivavam a continuar. Eu podia ler mais do que as crianças da minha idade costumavam ler, mas ainda não era suficiente. Foi então que troquei de escola.
Minha adolescência me deixou ainda mais introvertida, e, inserida no ambiente hostil e desconhecido de uma escola de Ensino Fundamental 2, fiquei ainda mais isolada. Foi aí que encontrei um livrinho abandonado na estante, que eu havia ganhado de presente de aniversário há um ou dois anos. Era o primeiro volume de A Lenda dos Guardiões. Nada mais que 184 páginas, mas era o maior livro que eu já havia pegado. Devorei a série inteira em um ano, 15 bons livros. Fiquei anos sem produzir nenhum texto além das redações escolares; quando voltei, escrevi quatro livros.
No final do ano passado, não aguentava mais encarar a mesma história. Minha escrita havia evoluído tanto desde o começo que as palavras do primeiro livro pareciam não ter sido escritas pela mesma pessoa.
Carreguei essa experiência para O Lago de Alleyke a fim de me distanciar um pouco de uma parte da minha própria mente, e, no final, decidi descartar aquelas quatro obras.
Bem, essa é a face que se esconde sob JuliaGJLobo, uma pessoa sem medo de mudar, que já tomou decisões difíceis e que sabe que ainda há muito a se aprender.

Amanda: Fale um pouco sobre "O Lago de Alleyke". Como é a história que envolve esse livro?

Julia: O Lago de Alleyke narra uma jornada de busca num mundo completamente novo. O livro se desenrola devagar, e o leitor se situa lentamente na história.
Comecei esse livro de repente, sem planejamento algum. A história simplesmente foi fluindo de todas as ideias inutilizadas que se encontravam espalhadas pela minha mente. Não recomendo isso, de forma alguma; a falta de planejamento me deu boas dores de cabeça durante a revisão do livro. Sempre me perguntam sobre minha inspiração para ele, e eu nunca sei o que responder. Seria cruel reduzir esse universo inteiro a uma fonte única. Então, posso dizer que O Lago de Alleyke nasceu do mundo; nasceu do toque da chuva, do cheiro de terra molhada, do gosto de chocolate e da música indie dos discos empoeirados no fundo da gaveta da Sra. Chermont.

Amanda: No que você se inspirou para escrever essa história? De onde surgiram todas as ideias bagunçadas em sua mente?

Julia: Bem, sendo mais específica, a inspiração veio de vários lugares. O Mundo Antagônico e seus aspectos vieram de filmes e jogos envolvendo universos paralelos e viagens no tempo. Não sei ao certo por quê situei a história em Leeds. Eu queria algo na Inglaterra, mas não em Londres; algo que poderia acontecer de verdade, num pedacinho de mundo pouco notado. Foi então que conheci Leeds. Usei o Google Maps para passear por todos os cantos da cidade, visualizei cada lugar que pude para dar uma descrição adequada.
A família Chermont veio de outros lugares. A profissão do Sr. Chermont veio das séries criminais; um investigador policial. A Sra. Chermont nasceu das músicas indie que escutei enquanto escrevia; uma professora de música apaixonada por todo tipo de arte. Os gêmeos Chermont são aqueles típicos primos chatos; crianças mimadas e autoritárias como já fui um dia. Felicy veio de uma parte de mim que não pertence a esse mundo; Pilgrin veio daquela que não conseguiria viver longe daqui.
Eu realmente não sei de onde nasceu a Alleyke. Ela me parece ser todos aqueles que se sentem solitários, que não se encaixam em lugar algum e, ao mesmo tempo, em qualquer canto que estiverem. Ela é como uma junção de Felicy e Pilgrin; duas forças antagônicas em harmonia.

Amanda: A história parece ser muito interessante. O que novos leitores podem esperar dela?

Julia: Podem esperar um universo inexplorado e repleto de magia, personagens cativantes e incomuns, uma viagem entre a nossa realidade e a fantasia do Mundo Antagônico. O Lago de Alleyke não se limitará a apenas esse volume, tenho planos para uma trilogia, então também podem aguardar uma história a longo prazo.

Amanda: Pode nos dizer algo sobre os próximos dois livros?

Julia: Uma coisinha ou outra não fará mal a ninguém! Os próximos livros finalmente trarão a história principal, com mais ação que o primeiro. O Lago de Alleyke foi apenas uma apresentação. Eles se passarão quase que inteiramente no Mundo Antagônico, tudo será mais grandioso, e vou explorar mais todos os aspectos desse universo paralelo.

Amanda: Você já tem todas as histórias planejadas ou surgem ideias novas quando está escrevendo?

Julia: Tenho a ideia principal, mas ela vai se complementando ao decorrer do tempo.

Amanda: Como é a interação com seus leitores? Você já recebeu alguma crítica negativa ou todos lidam muito bem com a história?

Julia: Tento interagir com eles o máximo possível. Ainda estou começando, e minha obra não tem grande alcance.
Sobre críticas, acho que nunca recebi alguma especialmente negativa. Na verdade, elas costumam ser boas, e incentivam bastante.

Amanda: Tem algum spoiler que você possa revelar para novos leitores? Algo para deixá-los mais curiosos a conhecer a obra?

Julia: Hahahah, acho que não, todos os spoilers inofensivos ou já estão na sinopse ou já comentei aqui.

Amanda: Você pretende publicar O Lago de Alleyke? Já pensou em se tornar escritora profissional?

Julia: Na verdade, pretendo. O Wattpad tem suas limitações, e a publicação seria ótima.
Também já pensei em me tornar escritora profissional, mas acho que não o faria. Acho que não gostaria de tornar algo que eu gosto tanto em obrigação, mas quem sabe, não é?

Amanda: Poderia dar alguma dica para outros escritores do Wattpad? Algo que você já vivenciou e pode ajudá-los na caminhada?

Julia: Escrevendo ou não dentro do Wattpad, você tem que continuar. Uma página ruim sempre pode ser editada; uma página em branco, não. Planeje sua história, desenvolva sua ideia e não desista só porque seu livro está publicado há uma semana e não tem sequer dez visualizações. A caminhada é complicada, mas, quando os comentários e o feedback chegam, é extremamente recompensador.

Amanda: Então é isso, Julia. Agradecemos pela sua participação no Projeto WLB e desejamos muito sucesso em todos os seus futuros planos.

Julia: Muito obrigada pela oportunidade!