Hoje, 19 de fevereiro de 2019 será meu primeiro dia de aula, estou nervoso, não sei como agir, seria como na minha antiga escola? Não, eu não estava disposto a passar mais um ano sendo pisado de novo.Levanto as cinco horas da manhã, cedo né? Eu sei, mas contando que demora uma hora de carro para chegar e eu entro as sente horas no colégio eu não poderia acordar mais tarde.
— Filho acorde ou chegará atrasado – Grita meu pai da porta do meu quarto.
— Tudo bem pai, eu já acordei.
Levanto da minha cama super devagar já que teria uma hora para me arrumar e comer alguma coisa, passo um tempo escolhendo a roupa e vou para o banheiro, saio totalmente já arrumado com uma calça jeans escura e a farda (Uniforme) obrigatória da escola, desço e pego um simples sanduíche e coloco pra dentro.
— Vamos meu amor – Diz minha mãe levantando da mesa, saímos eu, ela e meu pai de casa, iríamos todos no mesmo carro, já que os dois trabalham no mesmo hospital, mamãe como pediatra e papai como cirurgião, eu juro que não entendo como nós moramos nessa cidade ainda.
Durante a "viajem" eu permaneci olhando para fora, olhando apenas os vultos das árvores que passavam, chegamos em frente ao colégio faltando dez minutos para sete horas.
— Podem ir gente, é sério, falta menos de dez minutos pro portão abrir – Digo tentando convencer eles.
— Ok, estaremos aqui meio dia em ponto para te buscar.
— Não precisa, se não vocês vão ter que ir e depois voltar pra cá, eu pego um ônibus ta bom? Beijo amo vocês – Saio correndo antes deles responderem.
O lado bom de entrar no começo do ano é que a maioria é novato então não sou apenas eu deslocado, passo pelas salas olhando as listas de nomes e entrando logo assim que acho o meu, todos já estavam lá dentro, tinha apenas um lugar vago, pego e me sento igual um robô, sem olhar para os lados, apenas esperando o professor chegar, passando cinco minutos eu sinto alguém me cutucar, olho pra trás e vejo um menino com um sorriso enorme.
— Prazer, eu sou Daniel, mas pode me chamar de dani – Diz ele totalmente alegre, eu podia ver as ruguinhas que formavam ao lado dos seus olhos, parecendo sorrir junto com a boca.
— Prazer, Miguel.
— Olha, nome legal, é uma homenagem ao anjo miguel? – Primeiro eu estranhei, por que ele estaria me perguntando isso? Mas aí eu percebi que ele estava falando comigo e sorrindo pra mim no primeiro dia de aula.
— Que eu saiba não – Digo meio confuso, eu nunca pensei em perguntar isso pra minha mãe.
— Desculpa perguntar assim, é que eu sou um pouco fanático por anjos – Diz ele rindo sem graça – Teria problema eu te chamar de angel? Acho que combina com você – Termina de falar ainda com o grande sorriso no rosto enquanto tira seu material da mochila.
— Pode sim – digo me sentindo eufórico, o primeiro apelido bom que alguém me deu, o dia começou ótimo.
Depois desse inesperado começo de uma amizade o professor entra na sala e pede que cada aluno de todas as fileiras se apresentassem, após isso começamos as aulas apenas com revisão do ano anterior, e assim foi passando rapidamente as três primeiras aulas chegando no horário do intervalo, assim que o sinal toca todo mundo começa a sair da sala, eu continuo sentado enquanto rabisco no caderno.
— Não vai comer angel? Vem comigo, a comida daqui não é tão ruim – diz dani pegando seu celular dentro da mochila e colocando no bolso da calça, sem nem hesitar eu me levanto e sigo ele, qual é, eu não queria ficar sozinho.
Seguimos para o refeitório e sentamos em uma mesa afastada, enquanto passava um grupo perto da mesa, um dos meninos desviou e parou em frente a nossa mesa, eu já estava em alerta de tanto ser acostumado a sofrer bullying.
— E ai Dani – Diz o menino enquanto daniel se levantava e lhe dava um abraço, nesse meio tempo eu vejo o menino cheirar seu pescoço.
— Oi meu bem – responde pra ele, o menino olha pra mim e dani sorri – esse aqui é o miguel, e angel esse aqui é o marcos.
— Prazer angel – Diz ele com um sorrisinho debochado pra mim, não entendi mas apenas sorri de volta — Até depois dani – Finalizou dando um beijo na bochecha de dani e seguindo com seus amigos.
— Fique longe dele, ele é o maior pegador dessa escola, nem sei como esses meninos e meninas caem na dele ainda – diz e volta a se sentar.
— E como você sabe que ele é pegador? – Digo totalmente inocente, e logo depois eu percebo a pergunta idiota que eu fiz.
— É meu primo, e posso dizer que ele é bom em seduzir – diz rindo – mas ele é um cara legal, fiquei com ele algumas vezes e nossas famílias ficaram loucas – diz pegando seu copo de suco e olhando pro nada, eu ainda o olhava espantado – qual é?! Nós somos amigos e acabou rolando – diz rindo ainda mais.
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Amor além da idade (Romance Gay) Livro 1
RomanceMorar em uma cidade pequena nunca influenciou Miguel, um rapaz de dezesseis anos, gay e com o famoso estereótipo de corpo "afeminado", amizades novas fazem ele mudar seu jeito de lidar com situações complicadas e nesse meio tempo ele acaba se apaixo...