19. O professor da imortalidade

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De todas as experiências, nada se iguala a conviver com Eurípedes.

Em todas as oportunidades, o professor faz questão de provar a imortalidade da alma e destacar a necessidade de uma conduta moral elevada para todos nós independente da idade.

O desdobramento é uma das maneiras de nos ensinar o poder do espírito sobre a matéria. Quando acontece em sala de aula, ficamos em silêncio, sabemos lidar com o fenômeno de desdobramento e estamos acostumados à disciplina do silêncio nos momentos necessários.

Se alguém continua falando, é avisado: atenção, o professor já foi embora...

Numa aula, ele se senta, a cabeça tomba e seus os olhos reviram. Depois de um tempo, ele retorna e conta: acabo de fazer um parto. É um menino e seu pai está vindo à cavalo me chamar.

E começa a narrar o caminho que o pai está fazendo. Ele acaba de entrar na cidade... Agora passa pela praça da matriz... Atravessa a rua... Está em frente ao colégio... Amarra o cavalo... Entra no colégio... Está vindo para nossa sala... Sobe as escadas. Vai bater na porta.

Ele bate! Rimos empolgados.

– Sô Euripes, diz o senhor, minha esposa tá com o bebê atravessado, vim correndo, me ajude pelo amor de Deus.

Eurípedes, que observamos com espanto, diz: seu filho nasceu e está bem, o senhor pode voltar. É um menino saudável.

– Sô Euripes, não brinque, por favor. Eu vim a cavalo e só tem um caminho, se o senhor tivesse ido eu teria visto... E no desespero de pai e de marido, ele pega o professor pelo braço e o leva para sua casa.

Eurípedes vai calmamente. Sabe que é uma situação educativa.

Vamos todos atrás, acompanhando-os de perto. Imagine a nossa empolgação. Seria verdade o que o professor narrou?! Em pouco tempo veremos. Não se finge um parto, nem seria possível ele ter saído da sala naquele momento. Mal contemos a expectativa.

Chegamos. É uma casa pobre, no meio da mata. Entramos atrás do professor e do pai e ouvimos a mãe dizer - num precisava ter voltado, eu tô bem.

A alegria é geral.

Nosso querido professor Eurípedes mais uma vez nos ensina com a prática! Outro desdobramento interessante acontece durante a

Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando ele volta e nos conta o que viu um nos campos de batalha, e apenas três dias depois, a notícia chega a Sacramento pelo rádio, confirmando o que já sabemos.

Não foram só esses casos que vivenciamos, foram muitos.

Um dia, a aluna Joanna aparece na porta da sala e o professor fala que ela entre.

Ela diz que a mãe foi ao dentista e usou todos os remédios, mas não consegue curar a infecção no dente. Está com dores horríveis, por isso, ela mandou a menina procurá-lo.

Enquanto Joanna conta a história, o professor apoia a mão no ombro direito dela. Quando ela para de falar ele diz: Volte, minha filha. Você é que vai curar a sua mãezinha com um passe.

Joanna volta para casa e conta para a família o que aconteceu. Ela tem 10 anos, mas o pai é espírita, confia em Eurípedes e não nas ideias do Bocó. Faz uma prece e fala para a filha

aplicar um passe em sua mãe. Logo depois, a dor passa e a infecção é curada.

Eurípedes nos ama e confia em cada um de nós.

Espero que você esteja gostando dessas histórias, porque vou contar mais algumas, vai que alguém andou ouvindo as ideias do Bocó e acha que mediunidade é só para adultos.

Na aula de ciência, vamos observar as plantas e os animais, e na trilha que seguimos encontramos uma pedra bonita e grande. O professor diz para pegarmos o tinteiro e escrever nossos nomes na pedra. Depois que todo mundo escreve, ele manda jogar a pedra no Rio Boró. Jogamos a pedra juntos, porque ela é muito pesada. Continuamos. Ao voltarmos para a sala de aula, imagine o que acontece?

A pedra está em cima da mesa do professor e com os nossos nomes escritos! Todos vemos e conferimos o nome e a letra. É impressionante.

Tem também história do Bráulio.

Às vezes eu sento perto do Bráulio. Um dia, estamos assistindo à aula, quando alguém aparece na porta da sala.

O professor, após terminar a explicação, indaga o que a pessoa queria.

– S'Eurípedes, um senhor vinha trazendo um paciente (obsidiado) para o senhor, mas, quando estava na entrada da cidade; ele pulou do carro, pegou umas pedras e tá em cima do muro do cemitério, andando de um lado pro outro, ameaçando todo mundo.

O professor ouve atento e quando olha em nossa direção, o Bráulio enfia a cara no livro para não ser visto...

– Bráulio, vá buscá-lo. Diz Eurípedes.

E o Bráulio, que tem uns 16 anos, apesar do medo, vai. Conversa, conversa e consegue trazer o homem. Em poucos dias, o ex-obsidiado volta para casa curado.

Cuidar dos obsediados furiosos, durante a noite, é uma tarefa em que todos se revezam, por sorteio, além das oportunidades que aparecem a qualquer hora.

A coragem e a fé são ensinadas por Eurípedes por meio da vivência, da prática e não com conversa mole.

Tem uma história engraçada com o José Cunha. Ele é sorteado para cuidar do Pedro

Moço, um obsediado complicado que veio de Goiás.

O José conversa, ora, toma conta dele; mas de madrugada dá um cochilo. Quando acorda, toma um susto - o Pedro tinha fugido!

E se acontecer alguma coisa pior?! Pensa.

Sai procurando por todo canto, anda a cidade toda, desiste e volta. Mas, quando menos espera, ouve.

– Voltei, mutum, porque é tu. Conta-nos José, sorrindo aliviado.

As lembranças dos trabalhos no bem têm um sabor sempre muito especial.

Muitas vezes o professor nos conta seus desdobramentos: descreve cidades espirituai, lugares do mundo material em que esteve e narra as nossas experiências fora do corpo que muitas vezes nem lembramos.

Um dia, no colégio, diz: estive aqui durante a noite. E entre vocês, vi Espíritos inferiores, mas não temam. Nada de mal vai acontecer.

Assim aprendemos, na prática, a lidar com a realidade espiritual e crescer com responsabilidade e coragem. 

Meu Amigo Eurípedes BarsanulfoOnde histórias criam vida. Descubra agora