Rio de Janeiro é cheio e agitado.
É o frescor da água de coco pós andar em areia quente.
É sensação de estar queimando mas logo em seguida pular no mar gelado.
Ele é o rei das caipirinhas e das noitadas.
Gosta de estar rodeado de pessoas, e sempre está.
Gosta de ser chamado de belo, e sempre é.
Prefere ser do povo, do que de uma só pessoa.
Nunca amou alguém que não sua própria beleza.
E são tantas que o amam, Rio de Janeiro.
Se gaba de ser destino e não parada.
De ser desejado e não desejar.
E brilha quanto mais gente chegar.
Pra te apreciar, pra começar a falar com seu sotaque.
Cantado e que arrasta algumas palavras.
Faz com que todos vão ao delírio.
Rio é troncudo, alto como suas montanhas.
Dourado como a areia de suas praias.
Sorri como o brilho que beija suas águas.
Mas por dentro é frio, como uma brisa do final da tarde.
É narcista como os altos prédios sofisticados ao lado das favelas.
E é mau como suas balas perdidas que acertam turistas.
Mas a sua mídia ignora.
E esconde esse seu lado negro.
E te faz parecer receptivo, Rio.
Eu já passeei pelos seus ladrilhos.
Apreciei suas atrações, como se fossem únicas.
E me apaixonei de primeira pela sua cortina.
Rio, por muito tempo te vi sofrer calado, por ser assim.
Por não querer se mostrar em sua verdadeira forma.
E querer que somente as pessoas sangrem por suas balas perdidas.
Sei disso, por que já fui um dia atingida.
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Diário de Viagem
PoetryPoemas sobre cidades e pessoas do Brasil e da minha vida. Que deixei e me deixaram por outros lugares e outras pessoas.