Rio de Janeiro I

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Rio de Janeiro é cheio e agitado.

É o frescor da água de coco pós andar em areia quente. 

É sensação de estar queimando mas logo em seguida pular no mar gelado. 


Ele é o rei das caipirinhas e das noitadas.

Gosta de estar rodeado de pessoas, e sempre está.

Gosta de ser chamado de belo, e sempre é.


Prefere ser do povo, do que de uma só pessoa. 

Nunca amou alguém que não sua própria beleza.

E são tantas que o amam, Rio de Janeiro. 


Se gaba de ser destino e não parada.

De ser desejado e não desejar. 

E brilha quanto mais gente chegar. 


Pra te apreciar, pra começar a falar com seu sotaque. 

Cantado e que arrasta algumas palavras. 

Faz com que todos vão ao delírio. 


Rio é troncudo, alto como suas montanhas. 

Dourado como a areia de suas praias. 

Sorri como o brilho que beija suas águas. 


Mas por dentro é frio, como uma brisa do final da tarde.

É narcista como os altos prédios sofisticados ao lado das favelas.

E é mau como suas balas perdidas que acertam turistas. 


Mas a sua mídia ignora.

E esconde esse seu lado negro.

E te faz parecer receptivo, Rio. 


Eu já passeei pelos seus ladrilhos. 

Apreciei suas atrações, como se fossem únicas. 

E me apaixonei de primeira pela sua cortina. 


Rio, por muito tempo te vi sofrer calado, por ser assim.

Por não querer se mostrar em sua verdadeira forma.

E querer que somente as pessoas sangrem por suas balas perdidas. 

Sei disso, por que já fui um dia atingida. 




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⏰ Last updated: Aug 01, 2018 ⏰

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