Big Rigs ፡ Pcy + Bbh

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< A fanfic cita a depressão e assuntos o gênero. Se você é sensível a esse tipo de leitura, por favor não leia. >

É bem idiota, mas eu dedico essa fanfic a Stheffany, que é minha luz e tem me tirado de toda essa minha tempestade.

────── Chapter 1

“May these words be the first
To find your ears
The world is brighter than the sun
Now that you're here" – Light, Sleepping at Last

Eu estava calmo naquela noite, mas não era uma novidade. Me encontrava sentado na cadeira do computador. Fones conectados na CPU, música instrumental e uma folha de papel. Como na maioria das noites eu estava desenhando, sem pressa alguma. Meus dedos se moviam com certa lentidão, mas logo tais movimentos cessaram. Mesmo que eu estivesse com os fones, foi possível ouvir minha mãe entrar no quarto dizendo algo como: “Vá tomar banho ou darei um jeito de desligar a internet do seu computador”. Revirei os olhos quando me levantei. Estava frio naquela noite e lá fora a chuva forte caía do céu, por isso optei por não levar a caixinha de música para o banheiro, além disso eu gostava de ouvir o som das gotas. Me direcionei com calma até o banheiro do quarto e tranquei a porta. Despi meu corpo antes de adentrar o box ligando o registro logo em seguida. Fechei os olhos a altura de que a agua quente caía não apenas pelo meu corpo, mas também pelos fios castanhos de meu cabelo enquanto eu ouvia o som da chuva lá fora.

Meu nome é Byun Baekhyun e atualmente tenho 17 anos. Já faz um ano e meio que fui diagnosticado com depressão profunda, e em breve fará dois anos desde que meus avós maternos morreram em um acidente de carro. Se vovó estivesse aqui, nesse exato momento ela me diria que é uma grande besteira eu ter me permitido chegar a esse estado por pessoas tão insignificantes como eles, mas seria apenas para que eu pudesse me sentir melhor. Acho que já faz um tempo desde que eu comecei a dizer “Estou bem” mesmo quando a vontade de sumir era imensa, mas não tenho que fazer isso a menos que esteja chorando na sala de produtos no colégio. Minhas notas são boas e atingem oito em todos os bimestres, menos português pois é uma matéria em que sou ótimo e consigo tirar nota máxima. É uma vida aparentemente comum, e de fato não existe nada de anormal. Não tenho poderes ou habilidades especiais, não sou filho de bruxos e estudo magia, nem descobri uma passagem secreta no meu guarda-roupa. Sou um garoto comum de dezessete anos que assim como você, gosta do natal por causa das músicas, filmes, clima e presentes.

Eu poderia dizer muito mais sobre o garoto que vocês já conhecem por causa de algum livro, mas estou cansado de pensar em mim. Fecho o registro com calma, pegando a toalha que está pendurada próxima ao vidro do box. Seco meu corpo molhado e saio do banheiro. Pego uma roupa confortável para usar e então me visto sem pressa, por mais que o quarto não esteja tão quente. O pensamento de que as férias ainda não acabaram me deixam um pouco mais tranquilo já que eu detesto ir para a escola e me forçar a ficar acordado. Havia me livrado de tudo isso até o momento em que uma figura alta abriu a porta do quarto me fazendo desviar o olhar para a mesma para encontrar um Chanyeol completamente encharcado seguido por uma mãe de Byun Baekhyun.

– Filho, devia ter me falado que o Chany passaria essa semana em casa, veja, ele veio sozinho na chuva. – Pronunciou a mulher me fazendo pender a cabeça para o lado perguntando-me o que ele estava fazendo ali e sobre o que ela estaria falando

– É Baek, esqueceu de falar com seus pais. – Agora era a vez de Chanyeol se pronunciar enquanto esboçava aquele sorriso juvenil e belo que apenas ele tinha – Obrigado Senhora Byun. Minhas mães não puderam me levar na viagem porque a casa de meus tios ficaria cheia demais, agradeço por me deixar ficar aqui com vocês.

Abri a boca para dizer algo quando de repente a mais velha passou a dizer que estava tudo bem e arrumaria algumas roupas para ele já que a mochila também estava molhada. Ela saiu do quarto e fechou a porta, foi então que ataquei o pescoço de Park com ambas as mãos.

– O que você está fazendo aqui, seu projeto de Dumbo? – Perguntei enquanto ele me afastava. Céus, Chanyeol estava tão gelado.

– Uh, precisei de uma desculpa para que me deixassem ficar. – Soltou antes de passar as falanges pelos fios negros de seu cabelo – Bem, nós ainda temos essa semana e férias e eu percebi que não havia vindo dormir aqui, então cá estou eu.

– Você poderia ter me avisado, assim meus pais buscariam você. – Minha fala saiu baixa enquanto eu pegava uma toalha para o mais novo – Vá tomar banho, se passará a semana inteira aqui, não quero ter que cuidar de você doente.

Chanyeol e eu somos amigos desde o primeiro ano do ensino fundamental, e me orgulho em dizer que conseguimos manter essa amizade até os dias atuais. Ele era mais novo, mas as vezes agia como se fosse bem velho. Talvez eu também agisse assim as vezes. Logo o garoto estava no banheiro e eu as coisas para que ele pudesse dormir ali.

Agradeci aos céus por termos um colchão inflável em casa, se não fosse por isso, teríamos um Chanyeol dormindo no chão. Sinceramente, eu não iria abrir mão da minha cama por ele. Acho que estar arrumando uma “cama” para ele dormir era suficiente, até muito quando alguém encharca o tapete do seu quarto as dez da noite.

Me sento na cama respirando aliviado por já ter deixado as roupas no banheiro e ter terminado de arrumar tudo e então espero até que Chany saia do banho para podermos conversar. Sentia saudade dos meninos da escola. Chen, com suas piadas idiotas. Suho, com sua pose de avó. Xiumin, com seus doces. Ao todo somos doze, mas atualmente o Kris, um dos nossos amigos, está estudando em outro país por causa do novo trabalho do pai. Acho que todos eles são a razão pela qual eu vou para o colégio durante cinco dias da semana.

– No que está pensando? – Uma voz rouca tomou minha atenção fazendo com que eu olhasse a figura alta a minha frente.

Os fios negros estavam molhados, talvez por causa da chuva, ou talvez ele tivesse apenas lavado o cabelo. Yeol tinha uma aparência bela, por mais que eu nunca tivesse dito isso a ele. As vezes eu o comparava a um pequeno anjo, que de pequeno não tem nada. Era possível ver as olheiras do mais alto, então me perguntei se ele estava dormindo corretamente. O estado dele não estava mal, na verdade estaria perfeito se não fossem as olheiras e o atual bocejo que ele entregava ao ar. Podia estar apenas cansado, então eu não devia estar me preocupando tanto.

– No quão idiota você foi por ter molhado o chão do meu quarto as dez da noite. Eu já estava indo deitar e de repente você apareceu com sua mochila e roupas molhadas. – Respondi antes de soltar um breve suspiro – Você parece estar cansado... uh, tem dormido bem? Precisa de algo? Não perguntei se está com fome...

– Baek, eu estou bem. Hoje eu acordei muito cedo para ajudar minhas mães com a viagem, só isso. – Sorriu devido a minha preocupação e então bocejou outra vez – Eu só estou com sono.

– Deite-se então, idiota. Eu já arrumei tudo, como o ótimo amigo que sou. – Ditei orgulhoso para então receber um tapa leve na cabeça o ouvindo dizer que não era nada.

Apaguei a luz antes de enfiar o corpo embaixo dos cobertores e pude ouvir outro bocejo vindo do mais novo. Sorri minimamente quando o ouvi me desejar boa noite e fechei meus olhos.

– Boa noite, projeto de Big Rigs.