12 - Essência de mim

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Essência de mim

Sinto um vazio aqui dentro
Isso é bem mais que um lamento
Já não sei mais o que fazer
Se desisto ou continuo a viver.
A escuridão se apodera
Cada vez mais de mim
Sinto aqui dentro,
Está perto meu fim.

Já não sou como era antigamente
Não sei onde foi parar
Aquela criança inocente
Talvez se quebrou
Nadando contra a corrente
Ou simplesmente desistiu
E para longe
Da obscuridade fugiu

Estou perdida
Dentro das barreiras
Que eu mesma criei
Para as pessoas de mim afastar
Mas é irônico
Pois essas mesmas barreiras
As impedem de me ajudar
Quando peço socorro
Com o olhar.

Não sou capaz de expressar
O que estou pensando
Apenas sinto
A minha essência de mim se esvaindo
Aquela menina doce e sorridente
Já quase não abita meu subconsciente

Olhe para mim através da máscara
Veja, o que tento esconder
A ferida que não sara
E me impede de viver.

Perceba a dor
Contida na voz estrangulada.
Veja a tristeza
Em meus olhos enraizada

Derrube as barreiras
Que me mantém afastada
De toda essa realidade
As vezes cruel e malvada
Mas cuidado...
Cuidado para não se perder
Na bagunça que está aqui dentro
Cuidado...
Com os monstros
Embaixo da cama
Aqui eles são reais e mortais
E se você der atenção a eles
Eles querem sempre mais.

Esse foi o meu erro
Brincar com o desconhecido
E agora,
Fiz dos monstros meus amigos.
Eles entendem minha solidão
E obscuridade
Partilhamos disso,
Nesta estranha amizade.

Sou uma telespectadora
Ausente em minha vida
Estou ficando sem esperança
Estou ficando sem saída

Queria poder gritar
E toda essa dor
Em meu peito extravasar
Mas há um nó em minha garganta
Que me impede de falar

Queria ao meu redor
Não ter construído esse forte
Que ao invés de proteger-me
Agora está lavando-me a morte.

Eu simplesmente não sei lidar,
Não sei lidar com todas essas pessoas
Com todos esses sentimentos
Sufocantes
Com todos esses medos
Com todos esses traumas
E inseguranças
Dominantes.

Não me julgue dizendo
Que é para chamar a atenção
Só eu sei as dores e mágoas
Que carrego no coração
Você no meu lugar
Não aguentaria
Nem mais um dia
Mas eu ainda estou em pé
A lutar
Então não se ache no direito
De me julgar

A um vazio dentro de mim
Que cresce cada dia
Dando lugar a obscuridade
Frieza e maldade
Eu não me reconheço mais
Ao olhar no espelho
Não sou mais eu
Aquela que refletida vejo

Onde foi que me perdi?
Onde foi que a minha essência
Alegre e feliz
Deixou de existir?
São perguntas frequentes
Que não saem da minha mente
Mas a que nunca quer calar
É quando meu verdadeiro eu
Vai voltar?

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