Only You (pt-br)

Only You

Enquanto estava deitada na cama, com os lençóis cobrindo seu corpo nu, Henrietta decidia se cancelaria ou não a festa que havia surpreendentemente planejado. A caixinha de som suavemente soltava os vocais reconfortantes das meninas da banda que mais gostava, quanto mais tempo passava ali afundada na cama ouvindo música mais sua mente se convencia que ir não era a melhor das ideias que poderia ter.

Ela não era a pessoa mais sociável do mundo, sua timidez fazia que qualquer tipo de tentativa de socialização desse errado; No fim das contas era bem mais fácil só existir e não falar com ninguém... Em toda a faculdade.

Mas talvez hoje pudesse ser um pouco diferente, com os alunos bêbados de cair talvez alguém se interessasse em começar ao menos uma conversinha aleatória como as direções do banheiro ou do ponche.

Depois de bastante tempo pensando, em um suspiro devastado ela se levantou. Sabia que no final das contas se arrependeria de ter feito, mas pelo menos tinha escolhido as músicas.

Mesmo que não fosse chamar atenção, nenhuma das roupas parecia boa o suficiente. O vestido preto não combinou com a jaqueta. A blusa rosa, por mais bonita que fosse, não batia junto com a saia preta. Seu cabelo parecia estar completamente fora do lugar. Demorou alguns minutos até se lembrar da blusa social que ficava pelo fundo do guarda-roupa e o short bege que combinava com ela. Não era a melhor, só que Henrietta já estava sem opções.

A festa começou a encher como imaginava, haviam copos espalhados até pelo jardim da casa - junto com outras coisas nojentas -. Enquanto seguia para dentro não pode deixar de tentar dar sorrisos amigáveis que foram nada amigavelmente recebidos. Como já deveria ter esperado. A menina distribuindo bebidas parecia não simpatizar com ela quando estendeu o copo para o menino do lado de Henrietta.

Mesmo bêbados e completamente fora de si, eles não se sentiam confortáveis com ela.

Henrietta tentou inutilmente dançar, se aproximar, brindar. Era como se ela não estivesse ali no final das contas, ou melhor, eles sabiam de sua presença, mas eram hostis ao irem embora com a aproximação da ruiva. Preferiu então fazer como sempre, sentar no sofá desocupado e observar as interações, e talvez assim entender o que faz de errado.

A menina mais popular dançava promiscuamente contra um menino bonito. Uma outra conversava enquanto mexia nos cabelos e piscava exageradamente para outro garoto. Um grupo dançava com seus copos cheios de cerveja a ponto de entornar, não que isso fosse os parar. Outro grupo conversava animadamente sobre algo que a música não deixava ouvir. Alguns competitivos jogavam Beer Pong.

Ela olhou em volta, batendo os dedos na perna no ritmo da música e suspirando. A única culpada por sua miséria nessa festa, era ela mesma. Estava prestes a se levantar para pegar uma cerveja quando a viu. Uma garota com os cabelos penteados para trás, usando uma jaqueta amarela entreaberta, sem nenhuma blusa por baixo, mostrando claramente a curva de seus seios dançava sensualmente pela sala lotada de jovens adultos.

Henrietta travou, olhando em choque para a garota recém chegada, que não demorou para encontrar o olhar surpreso da ruiva no sofá, que sorriu pequeno e corou em um pequeno pânico, ao notar que a garota se aproximava com uma expressão neutra. Ela estendeu sua mão para a ruiva, que negou suavemente para logo em seguida ser surpreendida pela estranha pegando em sua mão e a puxando para a pista de dança.

Ela mal podia acreditar no que estava acontecendo, seu cérebro gritava que alguém deveria ter batizado o ponche e tudo aquilo acontecia apenas em sua mente, todavia o calor que a estranha emanava junto com os olhares profundos que pareciam investigar sua alma eram dicas de que aquilo não era um sonho. Era bem real. E se fosse um sonho, ela deveria aproveitar o máximo disso.