Primeira Carta

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Meu nome é Karla Camila, mas todos me chamam de Camila, eu tenho 17 anos e moro em Miami, Flórida. Meus pais são separados, mas eu acabei me acustumando com isso.
Meu pai mora em Manhattan, e ele sempre ele vem buscar eu e minha irmã para passarmos alguns dias com ele por lá, as vezes só eu que vou, por quê minha irmã mais nova ainda não se acustumou a ficar longe da minha mama, meu pai entende isso, mesmo sabendo que tem o direito de passarmos alguns dias com ele.

-

Enquanto as meninas conversavam entre si, eu me encontrava perdida em meios pensamentos meus, faziam exatos dez minutos que eu tinha chegado no colégio, e nesse tempo todo as meninas não pararam de conversar. Olhei para Dinah e tudo que ela fez foi sorrir para mim, em seguida olhei para a Normani, ela estava perdida e olhando para o nada,  e isso era normal. Pois quando Dinah Jane começa a falar, ela simplesmente esquece de se calar, a pessoa com ela estivesse conversando rápidamente iria cansar daquilo, e começaria a desejar que Dinah calasse a boca. Nada contra, mas eu amo demais ela, mas tem vezes que ela precisa de limites. Normami e eu, já falamos várias vezes isso para ela. E ela? Ela não está nem aí com isso.

-Eu preciso ir ao banheiro. -falou Normani, eu a encarei, eu sabia muito bem que ela queria ir ao banheiro mesmo, ou era uma desculpa para Dinah se calar.

-É por quê eu estou falando demais? -perguntou Dinah incrédula.

-Não, eu realmente preciso ir. -disse Normani. -Tudo bem, alguém vem comigo.

-Eu preciso guardar uns livros. -arrumei uma desculpa, mas eu realmente precisava. -Vai com ela Dinah.

-Ah, eu não queria... mas né. -falou Dinah em desdém.

Combinamos de nos encontrar na sala de aula, e eu não sabia se elas poderiam ou não demorar. Quando decidi finalmente ir até ao meu armário.
Eu acabei notando que alguns dos alunos estavam conversando muito entre si, eles parecia nervosos, temidos com algo e eu não entendi muito bem.

Anotei certamente a senha e abri o armário, em seguida abri a minha mochila e comecei a pegar alguns livros, que no caso foram três. Fiz um pequeno teste e notei que minha mochila havia ficado até mais leve, peguei o meu bloco de notas. Eu não gostava muito de usar aqueles que tem no celular, eu tenho medo de perder as coisas que eu poderia ter anotado por lá, por isso acho melhor anotar tudo em um caderninho.

Eu achei estranho, pois tinha algo ali. Parecia um pequeno envelope, mas quando eu o peguei, notei que era um papél da cor vermelha que estava dobrado. Ajeitei a minha mochila em minhas costas, peguei o papél e em seguida fechei o armário. Olhei bem para o que estava em minhas mãos e decidi abri-lo ali mesmo.

Assim que o abri, eu pude ver o que tinha nele, óbvio que muitas letras. Mas aquilo era especialmente para mim, eu olhei para os lados antes de começar a ler.


"Olá, você deve estar se perguntando oque seria isso, bom. Isso é uma carta, e porquê? Isso seria algo em que eu não poderia responder. Eu só queria dizer o quão linda você está hoje."

Ps, ...


Senti minhas bochechas esquentarem, eu realmente tinha ficado envergonhada com aquilo? Olhei para os lados para me certificar se teria alguém me olhando, mas não tinha ninguém. Mas isso também não vinha ao caso agora.
Dobrei o papél da maneira em que ele já havia sido dobrado e o coloquei entre as folhas de meu caderno, fechei a minha mochila e corri pra sala.

Minhas amigas haviam chegado logo em seguida, e assim logo a sala se lotou.

Eu estudo nesse colégio desde a quinta série, conheci a Dinah um ano depois, e a Normani só depois de dois anos. Elas são as minhas melhores amigas, e as unicas. Eu poderia contar sobre a carta, nós nunca escondemos nada uma da outra, mas nesse caso....

-Mila, oque acha de no final da aula vocês irem lá pra casa? -perguntou Normani.

-Pra mim hoje não dá... -avisou Dinah.

-Nem pra mim. -falei.

-Mas por quê gente?

Dinah explicou o porquê, e segundo ela. Ela precisava fazer algumas coisas com a mãe, eu não podia ir pelo fato de eu ter que arrumar o meu quarto, aquele meu lugar precisava de uma boa limpeza. Normani acabou ficando chateada com isso, mas logo passou depois de levarmos dois tapas doídos dela e ainda fomos chamadas de péssimas amigas.

Eu não já não aguentava mais olhar para cada menino da minha sala e imaginar que poderia ter sido alguns deles, a minha curiosidade poderia me matar aqui mesmo. Quando o sinal soou e fomos para o intervalo, eu fiquei conversando com as meninas, mas não cheguei a dizer sobre oque eu havia recebido.

-

Depois que me despedi das meninas, tentei andar o mais rápido que pude, eu queria chegar logo em casa, minha mama não iria poder me buscar hoje, por quê ela tinha que levar Sofi. A minha irmã mais nova, para escola.  Hoje por algum motivo que eu não lembro, ela teria que ir mais cedo.

Assim que cheguei eu fui direto para o meu quarto, peguei o papél e larguei a minha mochila no chão, me sentei na minha cama. Eu encarei por alguns minutos aquele papél da cor vermelha e o abri, eu não reconhecia a letra, eu nunca tinha visto aquelas letras, nunca na minha vida.

Eu acabei não me aguentando e reli tudo aquilo de novo, aquela pessoa me viu na escola, ela me notou. Eu só queria saber quem é ela, será que ao menos ela poderia escrever para mim de novo? Eu espero que sim, e poderia me dizer logo quem é ela.



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