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"Ellie quero falar com você" A voz grossa de meu pai tomou meus ouvidos irritados, eu não teria paciência para aquilo, não agora, se escutasse sua ridícula fala tomar meu organismo juro que seria capaz de uma coisa louca então apenas o ignorei enquanto caminhava até a porta

"Ellie vem aqui! Agora!" A voz de meu pai agora era como um grito o que fez com que eu me virasse um tanto que assustada enquanto em minha face se desenhava uma feição autoritária

"No meu escritório!" Ele diz e eu então o segui até o grande cômodo, me coloquei de pé em frente à sua mesa que no momento era ocupada por centenas de papeis, o homem se sentou em minha frente enquanto me observava e suspirava angustiado

"Que porra foi aquela com o Charlie? Você tá maluca?"

"Tô, por favor me interna e me tira desse lugar" Digo vendo meu pai revirar seus olhos

"Você vai falar com ele"

"Quem é você pra me dar concelhos?"

"Eu tô pouco me lixando pelo o que vocês brigaram ou se isso machucou ele ou você, eu só quero que vocês parem com a novela mexicana e voltem logo"

"Claro se não isso vai acabar com seus negócios, por um momento eu esqueci que o pai do Charlie tem um contrato com você" Retruco enquanto cruzava meus braços rindo daquela situação, pela primeira vez em vida meu pai precisava de mim para algo e eu iria tirar proveito daquilo

"Se você voltar com ele quando o contrato estiver finalmente assinado eu depósito dois milhões na sua poupança"

"Tenho certeza que você vai tirar muito mais do que isso da família Puth, papai" Digo irônica vendo o homem em minha frente respirar fundo enquanto controlava sua raiva ao ver que ele não era o único bom em negócios naquela sala

"Dez milhões"

"Parece que esse projeto é realmente bem interessante, né papai"

"Quanto você quer?"

"Vinte milhões" Vejo um sorriso formar no rosto de meu pai que logo estende uma de suas mãos

"Quinze milhões"

"Dezoito milhões ou eu mando uma mensagem agora pro Charlie dizendo que tá tudo acabado entre nós dois" Meu pai suspira mas logo afirma com sua cabeça fazendo com que eu apertasse sua mão

"Vai ser uma ótima negociadora quando for dona dessa empresa" Escuto meu pai me elogiar pela primeira vez em anos e deixo a sala caminhando para fora de casa

Escutar seu elogio foi bom, fazia anos que ele não dizia algo daquele gênero para mim mesmo que seja um comentário um tanto que vazio, foi bom escutar aquilo, após um tapa na cara aquilo foi a melhor coisa do meu dia.

Caminhei para fora daquela casa enquanto pensava na minha conta milionária, suspiro ao lembrar de minha mãe e sou interrompida pelo meus pensamentos meio minha caminhada a então residência de Charlie. Minhas mãos vão até minha cabeça e eu respiro fundo, eu precisava disso, o irritar era como um combustível.

Voltei então até minha casa e caminhei até minha garagem tirando de lá meu carro, dirigi até a escola enquanto pedia internamente que encontrasse os arquivos do menino de cabelos escuros, eu precisava de conversar com ele, de discutir com ele, por algum motivo aquilo me fazia tão bem, Charlie era algo que conseguiria resolver depois, e pensando bem, ir até a casa de Shawn poderia me fazer descobrir o que ele escondia, por que nunca havia pensado nisso antes?

Ao deixar meu carro no estacionamento vazio daquela instituição eu caminhei até a mesma tentando desviar de câmeras de seguranças que cobriam todo aquele lugar, ao chegar na diretoria eu suspirei por saber que aquele local curiosamente era o único sem monitoramento em toda a escola.

Procurei pelas chaves do escritório do diretor em uma das gavetas da secretaria, percorria minhas mãos por todos aqueles objetos metálicos enquanto suspirava milhares de vezes ansiosamente por não conseguir encontrar a maldita chave, minutos depois acatei o que tanto necessitava.

Abri a porta do escritório do diretor viciado em sexo e adentrei a mesma, percorria meus olhos por aquela sala tendo total certeza que não existia câmeras por ali, sorri ao confirmar e então caminhei até a grande escrivaninha daquele local.

Folhava todas aquelas pastas arrumadas em ordem alfabética, ao encontrar o objeto de plástico coloquei o mesmo sobre a mesa vasculhando pelo nome do menino de jaqueta preta meio a tantos. Suspirei ao não localizar tal arquivo, então me agachei procurando em outra gaveta pelo utensílio de mesma inicial.

Ao encontrar suas folhas de inscrição para aquela escola, meus olhos brilhavam, eu folheei tudo aquilo me deparando com algumas então informações, o nome do pai de Shawn não se fazia presente naquele objeto e o menino havia bolsa de cem porcento para estudar em tal instituição, por isso Charlie o odiava tanto, ele era realmente bom no esporte em que praticava seu desconto era por conta de seu desempenho esportivo.

"Parece que Shawn já visitou o psicólogo da escola, hum" Deixo uma risada nasalada ecoar por aquela sala enquanto murmurava ao ler seus arquivos "Eu não sou a única problemática então, Mendes boo"

Me retiro daquela sala ao obter o número de Shawn e seu endereço, tranco a porta do escritório ao arrumar todo aquele local do modo em que havia encontrado, coloco as chaves no seu local de origem e caminho então até meu carro me desviando novamente de todas as câmeras de segurança assim encontradas.

Ao deixar a escola vejo um carro adentrar o estacionamento vazio e suspiro por não estar dentro da instituição no momento em que tal automóvel estacionou ali, aquilo foi muito por pouco, penso angustiada enquanto sentia meu coração quase explodir para fora de meu peito.

Coloco o endereço de Shawn em meu celular e dirijo então até o local seguindo as instruções ditas pelo aparelho, ao me colocar frente a casa de Mendes suspirei observamos sua residência, era uma bela casa de tijolos, não era tão grande mas era bonita, parecia ser extremante aconchegante, um lugar onde eu moraria se minha mãe se livrasse de meu pai.

Deixei meu carro enquanto me direcionava a entrada da residência, suspirei ao tocar a campainha enquanto me apoiava na batente da porta esperando com que Shawn abrisse o objeto de madeira e comece a discutir comigo.

"Boa tarde! Posso te ajudar?" Uma senhora que aparentava ter uns quarenta anos abriu a porta fazendo com que eu encarasse seus belos olhos mel, eles eram profundos e brilhosos como os de Shawn, porém mesmo com tanto brilho estes demonstravam uma tristeza imensa perceptível não somente por suas íris mas também pelas grandes olheiras que assim as rodeavam

Paris - Shawn Mendes Onde histórias criam vida. Descubra agora