1824

I

Acordei com o sol batendo em meu rosto. O dia estava esplêndido.

Me levantei rapidamente da cama, pegando a roupa que estava dobrada na cadeira ao lado, vesti minha melhor boina, (estava um pouco velha, mas servia para a ocasião) minha única calça de trabalho juntamente com minha camisa acinzentada de botões e meu casaco marrom. Calcei uma bota em meus pés e preparei um café.

Tomei rapidamente para não me atrasar e em seguida, saí de casa.

Seria o meu primeiro dia de trabalho na casa dos Dun e eu não poderia decepciona-los.

Débora, a esposa do senhor Dun, me procurou alguns dias antes e me disse que eles estavam precisando de um jardineiro novo e eu, como estava precisando de dinheiro, aceitei na hora.

Os Dun são a família mais rica da cidade e Débora me garantiu que eu ganharia um bom dinheiro trabalhando para eles. É bem melhor que passar o dia todo deprimido e sem fazer absolutamente nada.

A minha caminhada até a mansão dos Dun foi bem tranquila, havia um bosque afastado da cidade que dava diretamente na casa deles. É simplesmente lindo, eu adoraria morar perto de um bosque como aquele.

Logo consegui avistar a enorme mansão que lá se encontrava. Me aproximei, vendo o porteiro, apresentei-me e disse que seria o novo jardineiro da casa. Ele assentiu me deixando passar e pedindo-me para encontrar o senhor Dun. Concordei e continuei andando.

O Sr.Dun se encontrava atrás da casa, no jardim onde eu trabalharia. Ele estava vestindo um terno caro igualmente seus sapatos. Seu cabelo era encaracolado e castanho e seus olhos indescritíveis. Eu estava encantado com tamanha beleza.

Aproximei-me, torcendo para que ele me tratasse bem.

— Bom dia, Sr.Dun. Serei o novo jardineiro do seu jardim encantador. — Mexi em minha boina como sinal de cumprimento.

— Olá, Joseph. — O ouvi dizer, sua voz estava um pouco rouca então presumi que o Sr.Dun estava gripado. — Fico feliz que Débora tenha ido atrás de você para o serviço. Ouvi coisas boas a seu respeito.

O vi sorrindo para mim e me perdi em seu sorriso encantador.

— Obrigado. — Dei meu melhor sorriso de volta e torci para que ele não reparasse em meus dentes tortos. Eu odiava isso.

— Bem, acho que você já sabe o que fazer. Os materiais estão ali — apontou para uma pequena construção de madeira que para mim, mais parecia um quarto — e se precisar de qualquer coisa, fale com Jenna a nossa empregada. Tenho certeza que ela lhe providenciará tudo que precisa. Pode ir embora assim que terminar o trabalho.

Eu assenti, me sentindo um pouco triste por ele já ir embora. Não entendi ao certo, mas concentrei-me no que eu tinha que fazer.

Seu jardim realmente era esplêndido. Flores por todo lado e arbustos decorativos, era tudo muito lindo.

Comecei por tirar as ervas daninhas, (e como tinham ervas daninhas) logo depois reguei todas as flores e árvores e quando me dei conta, já estava anoitecendo. Logo vi uma mulher correndo em minha direção, ela tinha tranças loiras e olhos azuis brilhantes, usava um vestido com avental então deduzi que era a empregada.

— Boa noite, Sr.Joseph. — Ela me fez um cumprimentos com seu vestido que já estava sujo pelo dia de trabalho. — O Sr.Dun mandou o avisar que o trabalho está concluído por hoje, o senhor pode terminar amanhã pois já está tarde.

Eu olhei para cima e vi o Sr.Dun de pé me encarando com um copo de whisky em sua mão pela janela de seu escritório pelo que deduzi. A aparência linda ainda não havia sumido por mais que já estava tarde e ele provavelmente estava cansado.

Lancei-o um olhar de cumprimento e ele me deu um sorriso.

Agradeci Jenna e guardei os materiais, voltando para minha casa logo em seguida.