_Lily, não se esqueça da varinha! Que bruxa se esquece da própria varinha? - mamãe gritou da cozinha. Tampei o malão, e estiquei as costas. Ja estavam doloridas de tanto me abaixar.
_A varinha está aqui, mamãe. - disse eu, revirando as folhas dos resultados dos meus N.I.E.M.s, a procura da varinha. Eu havia largado-a na escrivaninha, ontem a noite, quando recebi a carta de Rose.
Me chamo Lily Potter, e tenho 17 anos recém completados. Me formei em junho passado em Hogwarts, e estava prestes a viajar. Há muito tempo que não vejo minha prima Rose, e decidi passar as férias de verão com ela. Rose e eu sempre fomos muito próximas. Fazíamos tudo juntas, exceto estudar. Rose é 3 anos mais velha que eu.
Mesmo Rose sendo super desengonçada, nos damos muito bem. A maior parte do guarda-roupa dela, fui eu quem montou. E sou eu quem dou um jeito no cabelo dela, às vezes. Sou eu quem a consolo quando algo de ruim acontece. Somos melhores amigas, assim dizendo.
_Está tudo pronto, querida? - papai escorou-se na porta do meu quarto.
_Ah sim, pai. Tudo. - exceto pela varinha que eu perdi, e que agora ia levar uma bronca do meu pai por ser irresponsável. Tudo numa boa.
_Não esqueça a varinha, Lilian. - ele me lançou um olhar severo, antes de sair do quarto. Papai parece sempre descobrir quando algo dá errado. Isso me assustava de vez em quando.
Me certifiquei que ele tinha descido às escadas, e murmurei "Accio!". Debaixo da cama, a varinha escorregou até minha, mão.
"Tudo pronto."
***
_Cuidado. Mande cartas toda semana. Vou estar esperando. - mamãe advertiu.
_Se cuida, baixinha. - Tiago, ainda com as calças que dormiu, o cabelo amarrotado e sem camisa, acenou para mim.
Entrei na chaminé, peguei um pouco de pó de flu, e disse "adeus".
***
_Finalmente Lily! Pensei que não viria! - Rose puxou as malas da minha mão, e me abraçou. Seu cheiro era o mesmo. A textura do cabelo não havia mudado. Então, eu pensei: minha Rose!
A casa era simples. A chaminé ficava no lado sul da sala, uma sala aconchegante, de cores claras na parede, tons claros no sofá e no tapete. A decoração era sutil. Pequenos vasos de flores em mesinhas, espelhos emoldurados no canto da escada, porta-retratos da família , estantes com livros e mais livros, e é claro, a cozinha: trazia um cheiro magnífico.
Rose sempre foi boa cozinheira, desde que éramos pequenas. Ela me fazia um bolo de caldeirão delicioso.
_Seu cabelo cresceu! - tentei ser simpática, afinal, estava na casa dela. Mas não sabia o que dizer.
_Um pouco - ela baixou os olhos para observar as pontas dos cabelos ruivos em cachos, e sorriu. - Preparei bolo! Mas, Lily, pode por favor pegar o Profeta Diário la fora? Sempre tomo café lendo, é um costume.
Assenti e saí pela porta. Lá fora o Sol brilhava forte, e refletia nas flores do jardim de Rose, cores mais fortes e bonitas. Desci os 4 degraus da casinha bege, e apanhei o Profeta. A manchete da primeira página, referia-se a mãe de Rose, Hermione, com seu projeto F.A.L.E.
Cachorros latiam na vizinhança, corujas piavam. As casas eram coloridas. Exceto por uma, ladrilhada de pastilhas negras. A casa tinha muros altos, e um grande portão de ferro. Ele me olhou, e colocou os óculos escuros. O morador da casa da frente. Com um toque da varinha, ele abriu o portão, e saiu andando. O sol refletia ao cabelo loiro recém cortado um brilho diferente. Ele vestia roupas trouxas, calças jeans e camiseta.
Ele era, particularmente, um gato.