Primeiro dia

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Isabel é uma rapariga forte mas que passou por muitas coisas horríveis como o desaparecimento dos seus pais e da sua irmã  mais nova no alto mar durante uma viagem de veleiro que sofreu um naufrágio.
Isabel também sofreu nas mãos dos seus tios que por interesse na sua fortuna a puseram num colégio interno em Sintra.
Isabel  vai descobrir que aquele colégio esconde vários segredos na qual podem ou não por a sua vida em risco.

ISABEL

Estava frio, as minhas mãos mesmo com luvas estavam geladas bem como a janela que estava embaciada, lá fora as árvores e as ruas estavam cobertas por neve , oque na minha opinião deixava Sintra mais bonito.
Apesar do frio e da chuva muita gente andava nas ruas a fazer compras ou simplesmente a ir para casa , enquanto eu tinha que estar neste colégio que  mais parecia uma prisão pelo menos por fora ,  mas por dentro até  era acolhedor pelo menos onde estava.

--Boa tarde, são  os tios da Isabel,  certo? Disse uma homem provavelmente mais velho que o meu tio , mas que se vestia melhor e parecia ter um aspeto mais simpático,  devia ser o diretor do colégio.

-- Sim , obrigada por nos receber mesmo depois de Começarem as aulas,  podemos falar em privado? –
falou a minha tia como se a minha presença pudesse atrapalhar, como se não fosse adulta o suficiente para perceber o que ela ia dizer. A minha sobrinha passou por muito desde que os pais morreram…Eu ainda tinha esperança de eles estarem vivos pois a polícia nunca encontrou os seus corpos, não  ia desistir de os encontrar nunca mas para a minha tia era melhor eles estarem mortos do que vivos para puder deitar mão á sua fortuna, que agora era minha por direito.
--Claro , por favor entrem.

--Isabel não saias daqui—disse a minha tia num tom calmo mas ao mesmo tempo agressivo.

--Ok – mal olhei para cara dela.
Mesmo não  entrando no gabinete do diretor consegui ver alguns quadros de excelência  dos alunos que lá frequentavam, já sabia que lá ia ser muito mais exigente do que numa escola pública, por isso ia precisar de esforçar me ainda mais.
Na parte de fora , também havia muitos troféus e medalhas de competições de desporto mais de voleibol e ruby . A escola era bem sossegada na hora da manhã pois os alunos já deviam estar nas aulas mas mesmo quando tocava não se quebrava o silêncio, uma coisa que eu apreciei. Depois de meia hora de espera , finalmente os meus tios saíram do gabinete com o diretor.

--Isabel, eu já falei com os teus tios e vais poder frequentar este colégio, e de certeza que vais gostar, vais ser acompanhada pela psicóloga Marta e ser guiada por uma aluna que te vai mostrar onde são os quartos e as salas.

--psicóloga? – Eu não precisava de ninguém para me ajudar psicologicamente,  os meus pais tinham desaparecido quando eu tinha 3 anos e agora com 16 já tinha lidado com a perda, não precisava de psicólogos.

--Sim , Isabel desde da perda dos teus pais , tornaste te muito solitária, e a psicóloga vai te ajudar com isso. —A minha tia tinha muito jeito para fingir que estava preocupada comigo bem como o meu tio, se eu fosse declarada com problemas mentais ia ser mais fácil para eles gerirem o meu património. A minha sobrinha não têm  capacidades para gerir o dinheiro deixado pelos pais, mas nós temos..
Eu não podia deixar que isso acontecesse.

--Eu não preciso de psicólogos, eu estou bem e tenho muitos amigos tia. Na verdade não tinha muitos amigos, mas devido ao facto de ela nunca me deixar sair exceto para as aulas.

--Isabel, tu ainda és menor, por isso quem tomas as decisões são os teus tios e eu estou de acordo com eles , o que passaste foi trágico e por isso precisas de alguém para te ajudar a ultrapassar isso.

—O diretor já tinha sido manipulado pelos meus tios que passaram uma imagem frágil de mim.
--Eu não preciso!—Estava a gritar,o que era raro pois eu sabia ser educada, mas estava farta que decidissem por mim, mesmo à minha frente sem a minha opinião sobre o assunto.
--Senhor diretor pode nos deixar a sós com a Isabel só um minuto? – falou o meu tio pela primeira vez na conversa.
O diretor assentiu e saiu da nossa beira. Eles iam tentar convencer me.

-- És uma tonta mimada! – Gritou a minha tia, ao mesmo tempo que me deu uma estalo que me deixou a cara a arder durante alguns minutos. Eu fiquei sem reação, pois aquilo já  era habitual, com os meus pais ela nunca me tocou , mas sem eles , eu era agredida quase todos os dias era uma agressão atrás de outra, mesmo sem ter feito nada, acho que era pelo facto de ser muito parecida com a minha mãe e por isso a minha tia me batia para poder expressar a sua raiva pela minha mãe.

--TU VAIS SER ACOMPANHADA E VAIS FAZER TUDO O QUE EU DIZER, OU SE NÃO VAI PARA UM SÍTIO MUITO PIOR! ENTENDES TE? –
Só me apetecia esmagar lhe a cabeça,  mas não podia fazer nada, tinha que obedecer ou se não era pior.
--Ok.
Depois de os meus tios falarem com o diretor e de se irem embora , o diretor apresentou me a colega que me ia guiar por estes dias. Ela era magrinha e loira e usava um vestido que parecia mais do estilo barbie, e por causa disso não consegui esconder uma risada quando ela chegou.

Afonso e Isabel (lua vermelha)Onde histórias criam vida. Descubra agora