ISABEL POV
Quando saí do dormitório não encontrei nenhum funcionário apenas um grupo de alunos que estavam a conversar, era uma rapariga e dois rapazes aparentemente da mesma idade que eu.
--Desculpem.. podem me dizer onde é o refeitório? --Perguntei eu.
Quando um dos rapazes virou se para me responder, eu congelei. Era um rapaz de olhos azuis com um cabelo castanho liso, a sua pele era pálida as tantas devido ao frio. O rapaz era lindo. Ele olhou nos meus olhos ficando parado a observar me e depois finalmente respondeu.
--Chegas ali ao fundo e viras à esquerda, é lá o refeitório. —Respondeu ele. Ele respondeu com um ar calmo e gentil.
--Obrigada.—Agradeci eu.
Eu tinha que sair dali e rápido. O meu coração não parava de bater em grande velocidade e eu não sabia o motivo ou pior sabia mas não queria admitir.
Quando cheguei ao refeitório, estava lá a Laura e as suas colegas que pareciam formar um grupo á parte dos outros alunos. Eu não queria ficar á beira delas por isso sentei me com um outro grupo de alunos que pareciam bem engraçados.
--Olá! Posso me sentar aqui com vocês? Um dele eu já tinha visto quando a Laura veio ter comigo no corredor, devia ser o Filipe. Eles olharam para mim com um ar de entusiasmo.
--Claro! Senta te. O grupo era formado por 2 rapazes e 3 raparigas
Eu ia a sentar me quando um dos rapazes perguntou se eu queria fazer parte daquele grupo, já que era nova na escola, ainda não tinha feito muitos amigos.
--O meu nome é Filipe, esta é a céu, a Rita , a Luísa, podes andar connosco se quiseres.
O rapaz parecia estar a ser honesto e portanto acenei a cabeça.
O problema não era ter amigos mas sim o facto de sentirem pena de mim por causa dos meus pais.
Depois de almoçar, eles mostraram me a biblioteca, o ginásio e as salas onde iamos ter aulas.
As aulas só iam começar amanhã, hoje era só para me acostumar à escola.
Por isso fui para o dormitório descansar mais um pouco e organizar as minhas coisas para amanhã.
Quando entrei no dormitório, estavam lá duas raparigas, uma com um estilo bem gótico e outra com uma roupa bem simples. Pareciam ter a mesma idade que eu. Uma estava a ouvir música num MP 3 e a outro estava com um livro teórico,pelo menos parecia de acordo com a capa.
Uma nem sequer me deu tempo de me sentar na cama.
--És a aluna nova, Isabel,certo? –Ela perguntava de uma maneira, como já soubesse a resposta.
--Sim. E tu…
--Sou a Vânia, se não me incomodares eu não te incomodo. Não mexas nas minhas coisas e eu não mexo nas tuas OK?
Ela não tinha um ar nada aconchegante mas sim de alguém que não queria saber nada sobre mim e apenas em não mexer nas suas coisas.
Eu também não queria saber, por isso nem acenei nem nada, apenas sentei me na cama e começei a ler um livro.
Quando reparei a outra rapariga, a que estava a ler, tinha se ido embora.
Por mais que eu tentasse, não conseguia deixar de pensar nos meus pais , na maneira como eles desapareceram,sim eu ainda acredito que eles e a minha irmã ainda estão vivos, pois a polícia não encontrou os seus corpos. Mas se eles estão vivos , porquê que não me vêm buscar,sabendo que nunca gostaram dos meus tios? Não sei, só quero que estejam bem e que se lembrem que têm outra filha.
Por falar neles, amanhã ia ter uma consulta com a psicóloga Marta, se fosse durante as aulas , até podia ser bom.
Na hora de jantar, o refeitório estava cheio, estavam lá o Filipe, que não parava de olhar para mim, e resto do grupo. Estava lá a Laura e as amigas a cochisar e olhando para mim ao mesmo tempo, deviam estar a falar sobre mim mas eu também não queria saber. O meu pensamento foi corrompido quando reparei nuns olhos azuis, ele estava acompanhado por aquela rapariga que saiu do dormitório, sem eu dar conta, e por um rapaz provavelmente do seu dormitório, ambos eram bem pálidos.
O ar tornou-se irrespirável, pois ele estava também a olhar para mim, mesmo com os seus colegas a falarem com ele. E pronto estávamos ambos a olhar um para outro ao mesmo tempo como se o resto não existisse, era apenas ele e eu. Mas esse momento foi interrompido, quando alguém me empurrou, pois eu estava no meio do refeitório e a atrapalhar a pessoas que entravam e saíam.
--Isabel, senta te aqui,à nossa beira! – Disse o Filipe. Ele parecia muito querido em querer que eu não estivesse sozinha. Ele parecia ser um bom amigo.
Eu acenei, e sentei me à beira deles, eu tinha curiosidade em saber o nome daquele rapaz, por isso perguntei.--Pessoal, quem são aqueles ali?—Perguntei eu ,tentando soar normal, sem parecer tão curiosa quanto estava.
O Felipe foi o primeiro a responder.--São os irmãos Azevedo. Eles quase não falam com ninguém, apenas uns com os outros. Aquele ali é o Afonso , a rapariga é a beatriz e outro rapaz é o Henrique. Eu acho que eles vão ser da nossa turma.
Eles são irmãos. Realmente eu só os apanhava a falar apenas entre eles, mas nunca com outros colegas. Afinal o nome dele era Afonso. A ideia de o poder ver quase todos os dias deixava me animada.
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Afonso e Isabel (lua vermelha)
RomanceUma rapariga forte mas que passou por muitas coisas horríveis como o desaparecimento dos seus pais e da sua irmã mais nova no alto mar durante uma viagem de veleiro que sofreu um naufrágio. Isabel também sofreu nas mãos dos seus tios que por intere...