Capítulo 2

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Belle estava indo em direção ao seu quarto devagar com os braços esticados ao seu lado para encostar-se à parede caso tropece, ela sabia que não tava sozinha seus avos a observavam da cozinha atentos a cada passo da neta. Belle entrou em seu quarto, mas não trancou a porta ou fechou, sabia que seus avos ficariam mais tranquilos com a porta aberta.

Sentiu uma brisa suave tocar sua pele como se tivesse acariciando seus braços, seu rotos, pensando a mão nos seus cabelos e preenchendo o quarto. Deu passos ate sentir a mureta da varanda cercada por uma tela de proteção, esticou o braço pra tentar achar a poltrona velha, mas aconchegante que pertencia a sua mãe, sua avó uma vez lhe disse que sentava naquela poltrona com sua mãe embalada no colo para fazê-la dormir, e quando Angélica a mãe de Belle estava grávida dela deu a poltrona de presente, e falou que Belle fora uma criança difícil de fazer dormir, mas quando sua mãe sentava na poltrona com ela em seus braços dormia tão rápido que parecia que tinha sido dopada.

Assim que achou, sentou e relaxou, ali era seu momento onde ela pensava e sonhava. Como se sentisse que Belle tava na varanda Lizzi a gatinha de Ana passou pelos buracos da tela de proteção e pulou no colo de Belle onde se aninhou e ficou dormindo enquanto ela lhe fazia um bom cafuné.

Quem olhava de longe pensava que Belle era uma garota infeliz, sozinha e presa, ela tinha certeza que não era, mas será mesmo?! Era muito amada pelos seus avos e os amava também, tinha uma vida feliz, claro não saiu em festas com amigos ou ia a encontros com garotos, ela nunca teve um relacionamento, antes do acidente era porque era muito nova e não tinha interesse por nenhum menino e agora vocês já devem imaginar o porquê né?! É claro que existem casos de gente com deficiência quem estão casados e até tem filhos, mas ela já sentia que era um fardo pros seus avos e não queria ser pra outras pessoas, e também tinha o fato de achar que as pessoas que estavam com ela olhava para ela com pena, não podia ver seus rostos, mas o modo como a tratava não passava despercebido por ela, ela queria alguém que a amasse independente da sua condição, parecia bobo e infantil ela ficar querendo um amor puro e sincero, mas se as outras pessoas podiam sonhar com algo assim então ela também tinha o direito de ter, mesmo que pra ela ficasse mais pra sonho do que pra realidade. Sozinha, bom ela nunca ficava sozinha, ela odiava essa palavra, odiava ficar sozinha, antes do acidente sempre arrumava um jeito de ficar perto de alguém, sempre fazia amizade com alguma criança pra poder brinca quando seus amigos não estavam por perto, em casa tentava ajudar a mãe ou o pai de qualquer jeito, pois assim evitava ficar vegetando sozinha em seu quarto e agora seus avos sempre ficava com ela, e quando eles precisavam sair e ela não queria ir junto ficava com algum vizinho normalmente era Ana ou Donna(uma senhorinha muito animada que adorava contar historias do seus amores do passado, cheia de aventuras e emoção, falava com detalhes seus casos amorosos cheios de bom... digamos que o que ela falava deixava as bochechas de qualquer brutamontes corada) tinha vezes que ficava com João o porteiro do prédio adorava escutar as partidas de futebol no seu radinho e escutar ele falando de como os jogadores dessa época tinham tudo e mesmo assim não conseguiam acerta a bendita bola em um gol e que na época dele de jogador( o que pra Belle era difícil de imaginar, porque uma vez sua vó falou que ele era só um velho pançudo que adorava falar e evitava a qualquer custo fazer algo que envolvia mover os músculos e soar) fazia cadê show com a bola que era considerado melhor do que o Pelé, há e tinha a gatinha Lizzi que no seus banhos de sol na varanda lhe fazia companhia então praticamente nunca estava sozinha. Presa, ela gostava de ficar em casa, mas era mais por opção mesmo, podia sim ir às ruas viajar, mas por se sentir meio perdida em lugares quem tinha muita gente e também pensava em seus avos, não queria que eles se desgastassem mais, essa era desculpa ela usava mais pra si mesmo do que pros outros, porque seus avos tinham mais disposição do que um adolescente aos 17 anos. Então vocês podem perceber que ela tem uma vida muito boa e agradável, não financeiramente, não se importava com o dinheiro porque a maioria desses bens materiais é apreciado com os olhos e quando seus olhos não consegue fazer a função deles digamos que essas coisas se tornam bem irrelevantes. É ela era feliz, só não via quem queria ver a parte trágica da vida dela.

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⏰ Last updated: Aug 07, 2018 ⏰

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O que os lhos não veem, o coração senteWhere stories live. Discover now