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Inside Out

[ Peço desculpas pelo hiatus, as coisas estavam um pouco fora de ordem.

Reta final da fanfic ❤ ]

POV Camila Cabello

- Camila! – a voz de Lauren mesclava ansiedade e surpresa.

Levantei-me da cama tão lentamente que parecia me mover em câmera lenta. Não estava cansada, a causa da minha demora era o medo, a aflição da sua reação sobre a notícia que preferi não dizer com as minhas próprias palavras.

- Camila, cadê você? – a segunda vez que me chamou foi com um tom desesperado. Minha respiração já estava alterada, acelerei os passos para chegar até o banheiro.

O medo transitava em minhas veias enquanto eu a observava estática, olhando a imagem impressa.

A sua expressão era indecifrável, a sua falta de resposta me deixava mais ansiosa a cada milésimo de segundo.

Depois de algum tempo, que para mim pareceu horas, mas provavelmente não passou de longos segundos, Lauren finalmente olhou para mim.

Em seus olhos havia lágrimas, mas em seu lábio um sorriso fraco era presente e notável.

- O que é isso? – perguntou com a respiração pesada. – É o que obviamente parece ser? – concluiu a indagação.

Levantei a cabeça e caminhei em sua direção. Abracei-a e tomei a imagem de sua mão.

O ultrassom do nosso pequeno, ainda embrião, tinha um pequeno cartão em seu fundo, que por estar tão focada na figura ela não chegou a ler.

Estendi a mão direita para Lauren, que prontamente entrelaçou com a sua e apertou forte.

- Agora seremos dois esperando você chegar em casa. – li com calma a curta frase que escrevi no pequeno papel, a calma que todos os eventos recentes haviam me tirado, mas que espero que consigamos retomar, principalmente com o bebe.

Desviei o olhar do papel para aquelas lindas esferas verdes.

- Parabéns mamãe! – disse recuperando, aos poucos, o autocontrole.

Seus olhos não paravam de lacrimejar, o choro era incessante. Não me preocupei pois o seu sorriso bobo denunciava que o motivo desta reação é puramente a emoção.

Eu também chorava enquanto afagava seus cabelos levemente ondulados, na tentativa branda de tentar acalma-la. 

Passamos minutos na mesma posição, dando o apoio, mesmo que por meio de carinho, uma a outra. Lauren conseguiu conter o choro depois de algum tempo, me soltou e com doçura sorriu para mim.

- Há quanto tempo você sabe?

Suspirei e mordi os lábios.

- Há um mês.

- Um mês e não me falou nada? – praticamente gritou.

Cruzei os braços e a olhei séria.

- Eu não sabia o que fazer, Normani e Allyson me apoiaram e ajudaram a como contar e dar forças para... Enfim, tomar esse passo tão importante em nossas vidas. – desviei o olhar.

- Todos sabiam menos eu? Qual seria a outra opção, você pensou e não me contar sobre esse filho? – seu olhar era de choque e seu tom de voz alterado.

Funguei e olhei para o chão antes de respondê-la, apesar de já esperar tal reação nesta parte da conversa.

- Antes de me julgar, porque não havia as suas atitudes nos últimos meses? – soltei uma risada sem graça. – Eu fui chamada de tantos adjetivos negativos que me dói até mesmo relembrar do que me acusavam, oportunista e falsa foram o mais leve deles. Nossa distancia e falta de comunicação, pouco a pouco, se tornaram em tragédias, descobri a gravidez na pior fase do nosso relacionamento, quando estávamos separadas e você apreendida com drogas. Sabe o que passou em minha cabeça? Como você reagiria a uma noticia assim em meio a todo esse caos, se você conseguiria me passar a segurança que, não nego, irei precisar para constituir uma família, e o mais importante, se seria madura o suficiente para educar outro ser humano neste mundo. Ser mãe é a tarefa mais difícil que existe, eu preciso da sua ajuda para que possamos realiza-la da maneira mais amorosa e correta possível. – disparei os pensamentos que guardei por semanas apenas para mim.