Bad Things

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POV Camila Cabello


 O único barulho no carro era da musica desconhecida que ecoava do som. Pedi a minha mãe para que me deixasse no local do treino, apesar de não saber por quanto tempo continuaria a frequenta-lo, já que ainda não obtive uma resposta dos juízes sobre o meu "caso".

- Por que está tão calada? Você e meu pai discutiram ou algo assim? – perguntei notando o seu comportamente diferente do comum.

 Não obtive nenhuma resposta até que ela estacionasse o carro e me lança-se um olhar frustrado.

- Estou ficando realmente preocupada, está com algum problema? – apertei o seu braço.

- Por quanto tempo pretendia me esconder o que aconteceu entre você e Lauren? Faço de tudo para que tenhamos uma relação de amigas, e estou desapontada de saber por ela o que você insistia em me ocultar. – quebrou o silencio.

 Suspirei fundo, não era possivel.

- O que exatamente ela te contou? – a encarei desacreditada.

- Muita coisa, que vocês estavam juntas há muito tempo antes do que eu sabia, sobre uma garota que tentou as separar, as brigas, e algo que é muito sério, e fiquei surpresa em você não ter me comunicado. – negou com a cabeça, mas sem me dar oportunidade de responder. – Vocês tem se previnido? Na sua primeira vez exigiu que ela usasse preservativo? Gravidez não é uma brincadeira, é uma responsabilidade imensa e...

 Tudo ficou escuro, meus timpanos se recusavam a escutar e minha mente parou de processar o que Sinu dizia.

 Tampei os olhos na tentativa de controlar a minha irritação, ela não tinha esse direito.

- Ah, ela tambem te contou que me traiu? – minha mãe parou o seu discurso e me encarou séria. – Isso mesmo, fodeu a mesma garota que "tentou nos separar"? – fiz aspas imaginárias no ar. – De tarde ela descansava em minha cama por conta do desgaste dos treinos e dizia que me amava, mas a noite estava se divertindo com outras pessoas. – gritei. – Isso sua querida nora não te comunicou pelo visto. – minhas mãos tremiam de nervoso.

- Filha... Tem certeza disso? – sem semblante misturava dúvida com cautela.

Ri debochada.

- Sim, mãe. Tenho certeza que fui corna e imbecil, não satisfeita em me decepcionar ela optou por filmar o que aconteceu. – fechei os olhos. – Sabe o que mais me irrita em toda essa situação? Te ver acreditar nela e não em mim.

- Como poderia acreditar em você se não me contava nada? – afagou meu ombro. – Irei te buscar mais tarde aqui e iremos algum lugar conversar sobre isso tudo, pode ser?

- Tenho uma ideia melhor. Não saia daqui, irei resolver algo e volto em minutos. – não esperei por uma resposta, abrindo a porta do carro.

(...)

 Sai pisando fundo pelo ambiente, não sabia o que iria fazer, mas a raiva em meu corpo não me permitia parar.

- Não estou no campeonato mas venho aqui para te fazer companhia, você vai ter que me dar alguma recompensa. Pode me pagar com algumas cuecas novas, inclusive, li em um site que as brancas aumentam o volume, será que é verdade? – Passei apressada por um dos vestiários e escutei a voz de Dinah, não era quem eu estava procurando, mas já ajudava e muito.

- Faz sentido, dizem que preto emagrece, então deve diminuir visualmente o pau também. – dessa vez a voz era é Lauren.

Empurrei a porta com força, tomando um susto ao me deparar com Dinah só de cueca, mas isso não me intimidou nem um pouco.

- Onde Lauren está? – perguntei afobada.

- Camila, o que está fazendo aqui? – ignorou minha pergunta, fazendo outra assustada.

- Quer que eu vire para você se vestir? Faço isso, mas não vou embora até falar com ela. – joguei minha bolsa no banco de madeira do vestiário.

- É melhor você ir embora. – Lauren afirmou com cautela, dando passos para frente.

- E quem vai me obrigar? – sorri irônica. – Sabe o que seria melhor? Que você não tivesse contado todas as nossas discussões para a minha mãe, qual é a porra do seu problema? – gritei irritada.

- Merda. – suspirou agoniada. – Me desculpa, eu estava bêbada quando ela... – cortei-a no meio da frase.

- Foda-se Lauren, não te dá o direito de expor isso sem o meu consentimento. Você é tão cínica que contou das nossas brigas, disse que eu não te escuto, me colocou como a vilã, mas em momento algum informou que transou com Alexa enquanto estava comigo. – fuzilei-a com os olhos.

- Eu não... – impedi que concluísse o argumento mais uma vez.

- Para! Por um momento passou em minha cabeça que poderíamos nos respeitar como pessoas, mas vejo que não temos condição alguma de continuar uma conversa. – observe-a caminhar em minha direção, mas parei-a no mesmo instante.

- Te desejo sorte nos jogos, nesta sua nova jornada. Não tenho mais força alguma para continuar dessa forma. - engoli a seco, não iria chorar na sua frente, não mais.

 As lágrimas escorriam pelo rosto de Lauren, e antes que as minhas caissem, peguei a minha bolsa e sai apressada do local, indo de encontro à minha mãe.

(...)

 Dormi por tanto tempo que acordei com uma sensação estranha, um pouco atordoada. Há bons meses não tinha uma tarde livre, na verdade, hoje não era uma dessas mas resolvi voltar para casa após "conversar" com Lauren.

  Estendi a mão e peguei o celular na mesa de cabeceira, o relógio marcava sete e vinte da noite. Levantei-me da cama e procurei por meus pais, mas tudo que escontrei foi um bilhete colado em minha porta:


" Fomos para apresentação de teatro de sua irmã,

não quis te acordar pois sei que está cansada.

Beijos, mamãe. "


 Sorri fraco com a mensagem e segui para a cozinha, apoiei-me na bancada de granito enquanto bebia o meu suco e me esforçava o máximo para não pensar em minha ex namorada. Por mais que eu negasse, me doia tentar enxergar Lauren apenas como um erro do passado. Não queria colocar um ponto final no que vivemos, mas eu parecia não ter outra escolha.

 Devo estar enlouquecendo.

  A campainha tocou interropendo a tentativa de colocar os meus pensamentos em ordem. Calcei os chinelos e fui em direção a porta, é bem provavel que meu pai tenha esquecido as chaves novamente.

 Em instantes, o barulho da campainha se tornou em batidas apressadas na porta.

- Estou indo! – informei por conta da pressa desnecessária.

 Assim que girei a maçaneta e notei de quem era toda aquela afobação, tentei empurrar a porta contra a pessoa mas o movimento foi falho.

- Porque veio até a minha casa? O que te fez pensar que seria bem vindo aqui? – cuspi as palavras.

- Sei que deve me odiar, mas preciso te contar algo, urgentemente! – pediu, porém, eu neguei.

- Não há nenhum assunto relacionado a você que me interesse. – cruzei os braços.

- Por favor, me escuta! Preciso da sua ajuda, caso contrário algo horrivel irá acontecer. – se defendeu com um tom de súplica.

A feição desorientada e a forma aflita como falava me resultou em um calafrio.


 O que poderia ser?


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