Capítulo doze

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Acordo com a minha cabeça latejando e levanto vagarosamente indo até o armário da pia do banheiro pegando uma bolsinha cheio de remédios e pego o de dor de cabeça, o tomando em seguida. Escuto o barulho chatinho do meu celular, indicando que era uma ligação e caminho até ele o pegando e vendo ''Mãe'' piscar no visor, respiro algumas vezes antes de atender, não tínhamos falado mais depois do dia que estava com Harry aqui em casa. 

--Oi mãe- atendo o celular falando baixo

--Bom dia meu bebê- sorrio diante da frase da minha mãe, ela sempre me tratava com carinho- como estão as coisas?

--Estão bem.. exceto a enorme dor de cabeça que amanheceu comigo hoje

--Bebeu?- ela perguntou dando uma risadinha

--Não, passei a tarde toda fora de casa ontem, fui até aquela Universidade que sempre te falei

--E aí?- ela perguntou com uma certa animação na voz 

--Terá uma prova dia 30, irei fazer para ver se consigo uma bolsa

--Vai dar tudo certo minha filha!

--Obrigada..- o silencio paira sobre a ligação, me permitindo ouvir a respiração de minha mãe

--Filha..aquele dia..- sinto meu coração acelerar- não precisa se preocupar, essas coisas são normais, aliás é até bom saber que você não está completamente sozinha- ela riu e eu o acompanhei

--Não torne isso mais constrangedor, mãe- ela continua rindo 

--Só não atenda minhas ligações nessas horas, viu mocinha- eu começo a rir. Minha mãe sempre me conheceu muito bem, nunca consegui esconder nada dela, porém nunca precisei, ela sempre foi daquelas mães compreensivas e que me ajuda independente de tudo. Quando eu perdi minha virgindade, eu cheguei em casa e apenas de olhar para mim ela sorriu e disse que queria saber com quem tinha sido, aquele dia passamos a noite acordadas parecendo duas adolescentes conversando. sorrio diante das lembranças

--Eu te amo muito, mãe..

--Eu também minha filha

--Como está o papai?- perguntei olhando o relógio que marcava 9:00 a.m 

--Está melhor, estamos cuidando direito dele.- meu pai tinha diabete e ele nunca importou, sempre foi descuidado, comendo o que queria sempre, nunca controlava sua glicose e continuou assim até ter um derrame o ano passado, deixando meu pai com uma parte do rosto paralisado, a mão esquerda e com dificuldades na fala.- Infelizmente teve que acontecer o pior para ele querer cuidar

--Tudo vai se resolver mamãe- falo baixo sentindo uma lágrima teimosa cair

--Preciso desligar minha filha, amo você

--Amo você

Desligo a chamada e sento em minha cama suspirando, eu realmente queria estar lá com minha família, cuidando de meu pai e tendo o carinho da minha mãe, mas eu vou compensar tudo isso, todo esse tempo longe. 

Levanto da cama e vou para o banheiro, escovo os dentes e ajeito meu cabelo,saio do banheiro indo ao guarda roupas, pego uma lingerie preta e uma blusa da Calvin Klein vestindo, pego minha calça preta rasgada e depois de vesti-la, calço meu all star e por último uma blusa de frio rosa claro, pois Londres quase nunca permitia sair sem agasalho. 

 

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