Eu estava andando descontraída e sozinha pelos corredores de um aeroporto de São Paulo, carregando uma leve mala em uma mão, e com a outra mão o meu maior precioso objeto, o meu diário. Estava andando muito rápido por sinal, até que parei subitamente, pois avistei uma cena que julguei muito intrigante. Horas, o meu julgamente era parcial, pois para qualquer um, a cena de um casal se beijando, junto com um lindo menino ao seu lado, era a coisa mais normal do mundo, mas para mim não era. No momento em que eu os observei, e tentava ver muito mais o que aqueles beijos não mostravam, o que estava por trás daquela história. Onde será que eles se conheceram? Será que eles se conheceram na faculdade? Bem que o homem tinha cara de professor... Ai meu Deus! Será que aquela menina era aluna dele? E assim me encaminhei para o avião e criei o romance daquele casal em minha cabeça. Quando me cansei, olhei para o lado, e encontrei uma velhinha triste com uma bolsa muito bonita. E então outra história surgiu em minha cabeça, a velhinha seria assaltada por um terrível homem, mas outro velhinho iria encontrar o ladrão, recuperar a bolsa, e criar um lindo sorriso naquele rosto sem vida.
- Posso sentar ao seu lado?
Um lindo homem com um cachos ruivos desarrumados na cabeça, e olhos escuros penetrantes, me interrompe, desligando de meus pensamentos. Com surpresa, confirmei com a cabeça. Quase já tinha me esquecido que estava em um avião, me dirigindo para Florianópolis. O que pareceu minutos, passou por segundos dentro de minha agitada mente, pois agora tinha outra história para criar, a do misterioso ruivo ao meu lado.
Feliz com a história criada, resolvi escrevê-la no papel, mas o que não esperava, era que o protagonista lesse o roteiro:
- E então, quem é esse ruivo sexy, que segundo você mesma descreveu? - Diz ele ironicamente.
Envergonhada, fechei o diário.
- Ei, não precisa fazer isso. A história estava muito boa, por favor continue, estou esperando pela parte em que ele beija a mocinha. E a propósito, você errou o meu nome, me chamo Gabriel.
- Quem te garante que estou escrevendo sobre você?
- Poderia dizer que é o seu sorriso envergonhado, os seus brilhantes olhos, ou que a minha beleza seria a explicação.
- Ah, me desculpe Gabriel, eu não teria palavras para explicar a sua beleza... já que ela não existe.
- É mesmo? Então por que cada vez que chego mais perto de você as suas bochechas coram mais ainda?
- Talvez seja o medo de conversar com um sujeito feio tão convencido.
- Se um sujeito feio faz brilhar os seus olhos, quero continuar desta forma para sempre.
- Continue com este papo romântico que talvez o protagonista ganhe um beijo...no papel.
Durante aquela uma hora de viagem descobri tudo sobre ele, e assim, de desconhecidos passamos para grandes amigos. Ele tinha a mesma idade que a minha, 15 anos, não tinha grandes sonhos e nem grandes expectativas para a vida, o que eu achei um tanto decepcionante, mas o restante de sua encantadora vida era brilhante. Infelizmente descobri que ele não estudaria na mesma escola que a minha, mas prometeu me mostrar a cidade assim que arranjasse um tempo.
Essa seria a primeira vez que eu iria para Florianópolis. Sempre morei em São Paulo com meu pai, e com a separação minha mãe foi morar em Floripa, de dois em dois meses ela me visitava... Até ela ficar doente, e meu pai decidir que eu devia morar com ela para poder cuidar dela.
Quando o avião pousou, fomos pegar nossas malas, e Gabriel reclamou de calor, retirando assim o seu moletom o que fez levantar um pouco sua blusa, deixando a mostra o seu tanquinho e em seguida tentou disfarçar um sorriso, assim como eu também tentei.
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Give me Love
Teen FictionMeu pai estava me ensinando a atirar flechas nas pessoas, quando eu tinha apenas 9 anos, mas no mesmo dia fiquei decepcionado ao não ver sangue. Agora, depois de 6 anos, já me acostumei com isso, afinal, sou um profissional e até mesmo você vai quer...