Relatos da rua Nova

1869

Tudo começou num purgatório, que ficava localizado na rua Nova, Recife, em 1869.
Era época de são joão, as crianças brincavam de dançar quadrilha, os adultos pulavam a fogueira e o som rolava nos bares e botequins.
Todas as casas da rua nova eram iluminadas, com pessoas na porta, menos uma, a do purgatório, as pessoas que trabalhavam lá não ligavam muito para essa data pois eram muito religiosas, mas relatos de algumas pessoas falam que ao passar pela esquina da rua nova, viam algo assustador nas janelas dos corredores do purgatório.

- eu e minha filha mais nova passavamos pela esquina desse local para chegar a avenida mais próxima e minha filha sempre apontava para uma janela desse lugar, onde víamos um homem, com o rosto esturrado, se escondendo pelas sombras daquele purgatório, as vezes corríamos de medo daquele lugar, era ruim passar por alí porque não havia iluminação nos candelários e não havia segurança nas esquinas daquela rua, comenta uma das moradoras da rua nova.

Nessa época de festa, ocorreu um grave incêndio no purgatório, onde não encontraram nenhuma vítima, os dias foram se passando e não chegaram a uma conclusão do incêndio nem dos corpos.

Eram 22:40 da noite, estava chegando do trabalho, quando ví várias pessoas olhando para a parede do purgatório, não dava para ver direito, mas algumas pessoas que passavam por mim disseram que era uma freira cravada na parede, onde estava toda dilacerada e seu sangue usado para escrever uma frase, essa frase dizia "Eu voltei", todos ficaram com muito medo, podia ter sido um assasino, ou um estripador, segui em frente e fui para meu apartamento que ficava em frente do purgatório e lá podia ver o que aconteceu melhor.

Ao dar 00:00 todos já tinham se recolhido para seus aposentos e os candelários já tinham se apagado com o frio, estava deitado, pensando naquele assasinato, quando ouvi um choro de criança, rapidamente me levantei e abri a porta do meu apartamento, não havia ninguém, ao fechar escutei novamente, mas dessa vez escutei melhor e corri para a janela do meu quarto, era uma criança sendo arrastada pelos cabelos por alguém que usava uma roupa preta, gritei na janela pedindo socorro e ninguém me escutou, a criança tinha sido levada para dentro do purgatório, criei coragem e fui atrás da criança.