Quando o Sr. Malcolm Green acordou naquele sábado ensolarado e colorido, observou pelo vidro da janela do seu quarto, nada mais nada menos, o que aparentemente seria um sábado de verão perfeitamente normal. As crianças do bairro, como costumavam fazer, brincando no parquinho que havia logo em frente a sua casa que ficava na Rua dos Salvos n°10, poucos carros passando na rua, um vizinho passeando com o seu cachorro e um silêncio de um dia preguiçoso, nada parecia estar diferente.
Como o Sr. Malcolm não trabalhava no sábado em seu escritório de advocacia, que diga-se de passagem tinha seu próprio nome, havia feito planos para passar um dia tranquilo em casa se recuperando do cansaço que acumulara devido ao trabalho. O sr. Malcolm pensou que no máximo, o que poderia fazer seria sair para algum restaurante próximo à sua casa com seu filho. Viúvo, solteiro e com 35 anos, morava com seu filho David Green que há pouco tinha feito 13 anos. Seu filho tinha cabelos castanhos claros e olhos claros, que havia herdado da genética da mãe, com peso normal para uma criança de 1 metro e 54 centímetros. Para o pai, era um menino alegre porém muito desleixado, não gostava de estudar muito, e acredita que se ele deixasse, David só ia fazer uma coisa da vida: Jogar vídeo-game.
O Sr. Malcolm apesar de ter perdido a esposa há muito tempo continuava solteiro, mas não se sentia só, na verdade, já havia superado o luto e se sentia um homem feliz. Pensava que o seu filho não havia herdado a única característica que ele considerava ruim em sua mãe, algo que ele pretendia nunca lhe revelar, porém naquele mesmo dia percebeu que podia estar enganado, e começou a achar o contrário.
Foi por volta das 17 horas. O seu filho com o fone de ouvido, estava muito entretido jogando jogos de guerra no computador e por isso, não conseguia escutar nada que acontecia ao seu redor. O Sr. Malcolm então foi chamar David para sair para fazer um lanche, porém quando ele pensou em fazer isso, antes mesmo de falar, David se adiantou e falou:
- Vamos sim pai, espera só mais 15 minutos.
O Sr. Malcolm ficou assustado, pois ele apenas pensou em falar, não havia falado ainda e se recordou que uma das características que sua esposa Silvia tinha era essa, a de ler a mente de pessoas que ela chamava de "suprimidos", pessoas que não tinham magia, segundo ela. O Sr. Malcolm foi em direção a David e tirou os fones de ouvido do filho e perguntou como ele havia respondido aquilo, David com uma cara de sem entender nada e ao mesmo tempo de chateado falou:
- Você me fez morrer pai! Ué, como assim? você me perguntou algo e eu apenas respondi.
O Sr. Malcolm percebeu que seu filho não sabia ainda que ele tinha esse "poder" e por hora, resolveu não falar nada.
No caminho até lanchonete, que era a 5 minutos da casa dos Green's, não se conversou muito.
Ao chegarem no fast food, David percebeu que seu pai estava pensativo demais e perguntou:
- Pai o que o que houve?
O coitado do Sr. Malcolm só conseguia pensar em uma coisa, estava lembrando das histórias que Sílvia contava, dos perigos da magia, do mundo fantasioso e inexplicável que parecia ser uma tremenda mentira, e se deu conta que tudo que ele não queria que acontecesse aconteceu, e respondeu:
- Nada meu filho, apenas pensando na sua mãe.
Sabia que David por ser filho de Sílvia, tinha pelo menos 50% de ser um Bruxo, porém ela havia dito para ele que geralmente as habilidades despertavam logo na infância. Sílvia que aparentava ser uma pessoa normal, na verdade era uma grande Bruxa, famosa não nesse mundo, mas sim no "mundo mágico", um lugar onde ninguém que era considerado suprimido conhecia.
Enquanto comiam seus sanduíches suculentos e recheados, um homem estranho entrou na loja. Era alto, branco, com tatuagens espalhadas pelo corpo e com uma feição de que havia usado entorpecentes. Anunciou que estava fazendo um assalto e falou gritando com tanta força que dava para ver uma veia saltando da sua garganta. O grito era tanto que chegou a cuspir ao pronunciar as palavras:
- Ninguém se MEXE, vou levar os seus pertences e o dinheiro do caixa e aí dar o fora. Se todos se comportarem, TALVEZ ninguém sairá ferido. Quero todos deitados no chão com a mão na cabeça e sem olhar para trás.
O Sr. Malcolm pediu para David obedecer e os dois se deitaram no chão um ao lado do outro. O homem então mandou um funcionário colocar o dinheiro do caixa em um saco e após o funcionário terminar mandou também se deitar no chão da mesma forma que os outros. Começou então a rapidamente a levar os pertences dos clientes um por um que estavam no fast food.
O homem para amedrontar gritava e mandava ficarem quietos, até ameaçava atirar enquanto estava roubando as pessoas.
Ao chegar no Sr. Malcolm, o homem percebeu o nervosismo dele, não preocupado por ele, mas sim por seu filho, e como uma forma de amedrontar o começou a provocar:
- Então esse é o seu filho! Como será o pensamento do seu filho vendo agora que você não pode fazer nada para protegê-lo?
E chutou a barriga do Sr. Malcolm com força!
David ficou muito nervoso na hora, seu coração começou a bater forte e sua respiração ofegante. Estava deitado de bruços, de cara para o chão preto e branco quadriculado da lanchonete, e pode perceber então pouco mais a sua frente uma mesa de madeira vazia. Teve a sensação de sentir um leve arrepio em sua pele, como se algo emanasse do seu corpo, fechou os olhos e apenas imaginou a mesa vindo em sua direção e atingindo o ladrão que estava logo atrás dele. David sentiu e escutou um vento forte passando por ele e logo em seguida em menos de meio segundo escutou um estrondo. A mesa saiu voando em direção ao homem e atingiu em cheio sua cabeça, que caiu apagado no chão. O Sr. Malcolm logo percebeu o que havia acontecido e resolveu sair com David o mais depressa possível do lugar e David sem entender o que havia acontecido apenas saiu correndo com o Pai em direção ao carro.
Ao chegar no carro, David estava se sentindo estranho, havia uma sensação nova que nunca havia sentido, como se sentisse completo, mas ao mesmo tempo estava com medo e ainda nervoso, pois não entendia nada do que havia acontecido. O seu pai olhou para ele e disse:
- Calma David, eu vou te explicar tudo quando chegar em casa!
Quando o Sr. Malcolm foi tentar ligar o carro, com as mãos ainda trêmulas, não foi possível, pois era como se a chave tivesse emperrado, não saía mais e não girava para nenhum dos lados. O Sr. Malcolm teve a impressão de ver uma folha de jornal parada no ar em frente ao carro e ao tirar os óculos para limpar e colocar novamente, percebeu que seus óculos não estavam sujos, pois continuou vendo aquele objeto estranho parado no ar sem se mover um centímetro sequer. Foi nessa hora que de repente a porta de trás do carro abre, entra um homem, e se senta no banco do carro.
O homem vestia uma roupa escura, tinha um cabelo castanho longo e claro, não era muito alto nem muito baixo, e era muito sorridente. Apesar desse sorriso todo, o Sr. Malcolm sentia que esse homem não era um homem bom, e tentou mandá-lo sair do carro, mas não conseguia falar, sua boca fazia os movimentos mas não conseguia produzir nenhum som compreensível, apenas ruídos, o Sr. Malcolm parecia que tinha desaprendido a falar. Ao mesmo tempo, Davidestava muito assustado e também não conseguiu reagir a situação.
O homem falou com cara de sorriso, dando gargalhadas da situação:
- Acho melhor o Senhor ficar calado até o momento em que eu terminar essa conversa com o meu sobrinho, ou vou ter que te calar para sempre.
O Sr. Malcolm sentiu o cinto do carro o apertar com força, tendo assim dificuldades até de respirar, quanto mais de tentar falar.
O homem então falou tocando o pescoço de David:
- Olá David, me chamo Desvan, mais conhecido como fallen, e quero dizer que você agora faz par...
Nesse momento Desvan não conseguiu terminar de falar, pois de repente, O Sr. Malcolm e David desapareceram do carro como num passe de mágica.
Desvan então falou gargalhando muito, olhando para o lado de fora do carro onde apareciam mais ou menos 10 silhuetas de pessoas que não era possível definir nitidamente as suas aparências:
- Relaxem! Ele foi, ele já foi marcado.
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David Green - E o castelo de Anvlin
RomanceEssa é a história de David Green, um adolescente que aos 13 anos de idade, nunca imaginaria que conheceria um mundo totalmente diferente do seu habitual. A história de um jovem bruxo e de como ficou famoso.