único: a estrela que brilha tanto quanto teus olhos.

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O céu encontrava-se tão escuro quanto as orbes do garoto que tanto observava aquela imensidão de tons escuros em meio as pequenas bolinhas cintilantes. O brilho intenso das estrelas deixavam-o imerso sob tamanha beleza, desejando que os minutos passassem alastrando-se para que tivesse a oportunidade de admirar aquilo tudo por mais tempo.

A temperatura estava baixa, exatamente como Jimin gostava; a brisa gélida batia contra seu rosto, bagunçando seus fios loiros e arrancando-lhe sorrisos. Um cobertor fora jogado sobre seus ombros, tentando aquecer-lhe enquanto sua pele já encontrava-se gelada e seus lábios estavam alguns tons mais claro do que o comum e um pouco rachados por estar ali há algumas horas. Então, após quase quinze minutos discutindo com sua mãe, dizendo que não sairia do terraço tão cedo, ele apenas concordou em ter algo para aquecer-lhe ali.

Seus olhos curiosos vasculhavam a imensidão negra à procura da estrela mais brilhante que habitava-o. Tentava, de alguma forma, encontrar quem mais amava lá em cima; sua Siriús, a quem gostava de chamar por o nome de "Taehyung", também conhecido como seu namorado. Ele, assim como a estrela mais cintilante do céu noturno, iluminava o lado obscuro da vida de Park. Sem ao menos perceber, o Kim tirava-lhe toda a tristeza e dava lugar à mais pura felicidade. E então, nos momentos tristes em que o garoto sentia-se abalado pela distância em que os dois se encontravam, parava algumas horas para admirar sua estrela predileta naquela imensidão de tantos corpos celestes.

Assim como Siriús, Taehyung possuía um brilho no qual destacava-se dos demais. Era algo único - peculiar, diga-se de passagem - que Jimin adorava admitir a cada segundo, murmurando elogios no ouvido alheio enquanto acariciava-lhe os fios castanhos, arrancando sorrisos iluminados do rosto bonito.

Por mais boba que sua comparação pudesse parecer, Jimin jamais deixaria de acreditar que lá longe, há muitos milhares de quilômetros de distância, aquela grande bola de fogo na qual iluminava o céu quando este tornava-se escuro, pudesse representar o garoto o qual Park mais amava. Porque, em sua visão, ambos possuíam detalhes tão únicos e semelhantes que o faziam questionar-se sobre estes fatos por diversas as vezes em que se encontrava imerso em seus pensamentos - em outras palavras; quase sempre.

Taehyung quase nunca podia visitá-lo. Jimin não o culpava, muito pelo o contrário; sentia-se orgulhoso do namorado. Kim esforçava-se demasiadamente para que pudesse manter sua vida em uma situação estável enquanto arriscava a sorte na grande cidade. O garoto - já um tanto quanto crescido, diga-se em todos os sentidos -, decidira que dedicaria-se a seus sonhos, enfrentando as dificuldades e indo diretamente na direção de uma possível carreira de fotógrafo profissional. E, assim como Taehyung, Jimin sempre esteve lá, orando e torcendo sempre que possível para que tudo desse certo.

E tudo funcionava extremamente bem daquela forma; chamadas de vídeo, visitas rápidas pelos finais de semana e muitas admiradas ao céu. Tudo ocorria de uma forma rápida, mas ainda assim, mantinha-se um sentimento forte dentro daquela relação. Porque o amor sempre prevalece, não importa quais dificuldades tem de passar-se para que isso seja comprovado. E, de fato, os dois tinham total noção de que tudo aquilo era realístico. Tanto é que, de vez em quando, paravam alguns bons minutos - que, por muitas vezes, acabavam por tornarem-se horas - para demonstrar o amor que transbordava de seus corações lotados daquele sentimento, sendo em pequenos atos ou em poucas palavras. Somente ambos sabiam o que aquilo significava, não precisavam de aprovações ou opiniões alheias. Tudo o que sentiam e viviam já era o suficiente.

Quando a madrugada tornava-se fria demais e não havia quem aquecer-lhe, Jimin imaginava-se aninhado a Taehyung, tendo os grandes e fortes braços do maior envolvendo-lhe em um abraço confortável e caloroso, podendo até sentir a essência de baunilha que o mais velho emanava. Com seus braços ao redor de um bichinho de pelúcia no qual havia ganhado em um de seus encontros, Jimin encarava a janela que levava diretamente à sacada - a qual gostava de deixar as cortinas abertas - buscando pelo tão amado brilho lá do lado de fora.

E assim, recitando um verso de um poema antigo sobre amor e encarando também a lua cheia lá do lado externo, adormecia em meio à suas fantasias, imaginando a próxima vez em que veria seu amado e desejando a qualquer estrela cadente que estivesse passando por ali que o destino colaborasse para que tudo ocorresse o mais rápido possível.

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sirius.Onde histórias criam vida. Descubra agora