Capítulo 3

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Cecília de Lurton

Estava em meus aposentos admirando a bela paisagem de Artena pela janela, quando Morgana minha dama de companhia me chama dizendo que vovô me espera na biblioteca, paro o que estou fazendo e vou ao encontro do mesmo.

Cecília: Posso entrar?- Pergunto batendo na porta.

Augusto: Entre, a porta está aberta. - Diz e no mesmo momento adentro a biblioteca - Sente-se - Diz apontando para a cadeira em sua frente.

Cecília: Presumo que Hermes já lhe contou o que descobri ontem a noite.

Augusto: Sim, Hermes me comunicou que você já sabe sobre as exigências do conselho sobre nós. Por isso lhe chamei para conversarmos a respeito de tudo, e só para fique claro não faremos nada que você não concorde, pois não quero cometer com você o mesmo erro que cometi com sua mãe. - Diz tudo como se fosso um desabafo.

Cecília: Vovô não se preocupe, mamãe era uma boa pessoa como o senhor mesmo já me disse, ela apenas era ambiciosa e quando queria alguma coisa ia até o fim, porém ela deixou que essas qualidades se tornassem defeitos, e eu não vou deixar que isso aconteça comigo. - Digo para tenta tranquiliza-lo.

Augusto: Eu sei que você pode ser identifica a Catarina por fora,  mas por dentro você é quem quiser ser, me desculpe se um dia subestimei isso.

Cecília: Tudo bem vovô, não se culpe. Mas eu não vou negar que eu sempre sonhei um dia em me casar com um homem digno de meu amor, e não com uma pessoa que eu mal conheço e que eu sei que só está comigo por interesse.

Augusto: Me desculpe minha menina, mas não sei o que faremos, a não ser ceder a pressão do conselho e lhe casarmos com algum príncipe.

Cecília: Eu sei que se o senhor pudesse não deixava nada disso nos acontecer, mas não a nada que possamos fazer!

Augusto: Infelizmente eu já tentei de todas as formas convencer o conselho que você seria capaz o suficiente de reinar sobre Artena.

Cecília: Não se preocupe pois eu sei que o papel de uma Rainha é sempre fazer o que for melhor para o seu reino e seus suditos, por isso eu acei... - Antes que eu pudesse terminar, Hermes adentra a biblioteca um pouco eufórico.

Hermes: Me desculpem o mau jeito, mas tenho uma boa notícia.

Augusto: Então nos diga!

Hermes: Já que todos os membros do conselho da Cália ainda estão no castelo, tomei a liberdade de falar com eles sobre o casamento da princesa e então o Rei Heitor como presidente do conselho, nos deu um prazo de um mês à partir da semana que vem, para que achassemos um noivo que vossa neta gostasse.

Cecília: Como se fosse possível achar um noivo em apenas um mês. - Digo um pouco sem esperança.

Augusto: Nunca perca as esperanças Cecília, em um mês muitas coisas podem acontecer.

Hermes: Rei Augusto precisamos conversar sobre alguns termos que o conselho impôs sobre o contrato matrimonial da princesa.

Cecília: Se não se incomodarem gostaria de me retirar, preciso pensar sobre como vou fazer para arranjar um "noivo" - Digo a última palavra revirando os olhos, o que faz vovô e Hermes soltarem uma risada.

Augusto: Tudo bem minha neta, qualquer coisa estaremos aqui. - Diz e eu logo me retiro, e vou a caminho dos jardins do castelo.

Afonso de Monferrato

Estava andando sobre os corredores do castelo quando ouço alguém me chamar, no mesmo instante me viro e vejo que é Heitor o Rei de Alfambres.

Heitor: Como vai vossa Majestade, o casamento, o reino? - Diz se aproximando e caminhando junto a mim.

Afonso: O reino anda muito bem, e meu casamento com Amália não poderia está melhor e o senhor?

Heitor: Que bom que tudo está como deve ser... - Para de falar assim que Cecília passa por nós, sem perceber nossa presença. - Quem diria que a semelhança dela com a mãe seria um problema para ela. - Diz me deixando um pouco confuso com seu comentário.

Afonso: Como assim atrapalhar, não entendi o comentário?

Heitor: Já que o rei Augusto não está muito bem de saúde, o conselho da Cália impôs que a princesa se casasse para assim governar Artena.

Afonso: E se caso a princesa não se casar o que acontece?

Heitor: Artena infelizmente sofrerá um bloqueio comercial impedindo assim o comércio marítimo, que é a maior fonte de riqueza do reino.

Afonso: Não consigo entender, a princesa é a única herdeira do trono, então para que tudo isso?

Heitor: Apesar de tudo Cecília é filha de Catarina. E se ela ela for igual a mãe? Ambiciosa, pois a semelhança entre as duas eu não preciso nem dizer, Cecília é idêntica a Catarina quando tinham a mesma idade. E nesses últimos anos Artena se tornou um reino muito poderoso, possuindo um dos melhores exércitos e por isso nos temos medo. As vezes o poder na mão de uma só pessoa pode ser muito perigoso, por isso o conselho propôs um acordo matrimonial.

Afonso: Apesar de tudo a princesa não é Catarina e sim a filha dela, e por isso não deve pagar pelos erros da mãe.

Heitor: Eu compreendo, mas nem todos os monarcas pensam assim.

Afonso: Infelizmente ser um monarca nos faz ter que abdicar de algumas coisas, para não prejudicar o povo e nem o reino. - Digo o mas sincero possível pois já passei por isso. - Nem percebi o passar tempo e por isso terei que ir, Amália me espera para cavalgarmos juntos.

Heitor: Tenha um bom passeio - Diz e me retiro indo ao encontro de Amália.

Deus Salve a Príncesa CecíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora