REVISANDO (SUJEITO A ALTERAÇÕES)
Após uma longa viagem, passei o final de semana todo arrumando minhas coisas, dando um "tapa" no apartamento emprestado, para que ele ficasse mais a minha cara, estou completamente cansada, noites mal dormidas também colaboraram para meu cansaço, mas estava ansiosa para meu primeiro dia de aula na universidade.
No primeiro dia.
— Eu não posso me atrasar para meu primeiro dia de aula na universidade, será que o senhor poderia desviar o trajeto motorista? Esses jovens arruaceiros não vão sair daí tão cedo — Minha voz aguda ecoava pelo ônibus com uma marcante vibração e um tom de desespero.
Uma grande confusão se instalou na via pública e nem os carros muito menos os ônibus conseguiam passar, eram jovens baderneiros que estavam criando caso na rua com seus carros de luxo caros. Em seus rostos e roupas estava estampada a noite anterior em que provavelmente passaram escorregando em vômitos e virando garrafas de bebidas, eu simplesmente não suporto lidar com esse tipo de pessoa.
— Não posso retornar aqui moça, você terá que ter paciência ou terá que seguir a pé. — Disse o motorista com uma voz um pouco roca e impaciente.
Não me parecia uma idéia ruim, tendo em vista que aquela situação não teria um fim por tão cedo.
— O senhor pode me indicar se estamos próximo da universidade e como faço para chegar lá, por gentileza? —Falei em um tom alto por causa do barulho enorme naquele ambiente e me lembrando que sou nova na cidade e não conheço bem a região.
— Seguindo em frente segundo farol à direita, pode seguir até o final, de longe verá o campus da universidade, mais uns 15 minutos de caminhada. — Ele falou enquanto olhava no celular e sequer virou para pessoa que perguntava.
Revirei os olhos e sinceramente? Pensei em desistir já que não era muito de exercícios e os meus ombros já doíam com peso da mochila, sabe como é primeiro dia de aula não queria que faltasse nada.
Então eu sai do ônibus sem dizer obrigada, pois o motorista nem tirou os olhos da tela. Fui correndo na direção que ele falou, pensando em como chegaria suada no meu primeiro dia de aula, passei pelos baderneiros e desejei que uma fumaça os fizessem desaparecer para que o trânsito voltasse a fluir e eu pudesse chegar na faculdade a tempo. Mas a confusão era tão grande que nem os guardas conseguiam dar conta, que ódio.
Continuei seguindo e enquanto andava com uma certa rapidez sentia o meu jeans apertado nas coxas me avisando que precisava malhar um pouco.
Mas ignorei esse fato incomodo e procurei meu fone de ouvido o que foi difícil de encontrar pois coloquei tanta coisa na mochila, procurei uma boa música para ouvir e aliviar a tenção "Ain't No Rest for the Wicked" de Cage The Elephant, foi a música que começou a tocar quando dei play na minha playlist no Spotify, enquanto o som ecoava em meus ouvidos eu podia cantarolar e dançar mentalmente e era assim que eu sempre esquecia dos problemas.
Após a curta, porém, cansativa caminhada pude vislumbrar o campus da faculdade. Que incrível era, enorme, uma beleza rústica, quase um patrimônio histórico, muito bem cuidado e conservado, me fez lembrar de belíssimos museus, comecei admirar e imaginar os próximos anos da minha vida ali.
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Um "cara" qualquer
Literatura FemininaAndrea Riley é uma garota de 18 anos, que sempre viveu em uma cidade pequena, agora ela acabou de entrar na universidade de direito de uma grande cidade. Em um mundo completamente diferente da sua realidade cotidiana, ela se vê diante de grandes des...