Capítulo 1

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Olá, amores. É um conto cristão sobre dia dos pais. Sobre uma relação difícil entre pai e filha que não se entendem e se machucam, mas que a vida vai ensinar que os laços podem ser retomados e que o sangue e o cuidado do pai na infância são vitais e fundamentais para nossa formação.

Julie fez suas escolhas que a afastaram de seu pai, mas a vida trará de volta essa união após muitas brigas e dores.

Dedico ao meu pai, o meu formador, o meu braço forte, o meu Clint. O homem que sempre esteve ao meu lado, minha força e proteção que somente tarde eu percebi seu verdadeiro valor. 

Pai, te amo infinitamente.

Dedico também a Deus, nosso pai Celestial, que nunca nos abandona.

O conto tem perspectiva cristã. É algo que estou me aventurando: literatura cristã.

Comentem e votem, por favor.

PS: Não tive tempo de revisar. Está simples e singelo, mas fiz de coração.

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Olhava compenetrada as folhagens que balançavam, sentada no banco da Praça. Observava algumas folhas e pétalas caindo, atapetando o chão. Era outono. E eu me sentia um pouco assim: Como o outono. Finalmente podia compreender a dor de folhas caindo, a tristeza das flores morrendo.

Eu  podia compreender muitas coisas,  finalmente, assim como também havia chegado a idade de poder entender algumas coisas a mais.

Meus 25 anos. Dizem que envelhecemos fisicamente a partir dessa idade. Que o corpo dá seus primeiros sinais de queda e cansaço. Eu sentia essa clara sensação de meu corpo deixando de me pertencer. Ele parecia pertencer ao tempo, suas mudanças, seus imperativos, suas ordens cruéis.

Sentia aquela força inabalável pela primeira vez, que vinha contra todos nossos desejos e vontades. Eu estava, embora ainda jovem, finalmente envelhecendo. E a sensação de fragilidade era intensa.

A crueldade do mundo e do tempo começava a agir no meu corpo, e ajudava meu orgulho a cair cada vez mais.

Meu orgulho estava cada vez mais murcho .E isso era o mais doloroso: Não poder erguer meu queixo cheia de mim,cheia de certezas sobre o vencimento, cheia de ideias otimistas sobre tudo,  não poder dizer as coisas com certeza. Não sentir medo. Que saudades de não sentir medo.

Antes eu não tinha medo. Medo de nada. Às vezes um pouco de segurança me afligia, eu lembro. E sentia uma raiva indefinida de tudo, e um desejo de esquecer meus problemas e cobranças.

A vida tinha de ser boa, precisava ser boa, porque eu queria que fosse assim. E, eu acreditava, sem pensar muito sobre tudo, que tudo deveria dar certo, bastava acreditar.

Eu nascera dotada de uma beleza extraordinária, me diziam desde cedo. A beleza me abrira portas. Provocara em mim as melhores sensações desde muito pequena.

Todos olhavam para a pequena Julie e imaginavam as melhores coisas sobre mim. Ou ao menos assim eu me sentia.

Fotos e fotos eram tiradas de mim, e aprendi a fazer muitas poses e a gostar de maquiagem muito cedo.

Mas à medida que fui crescendo, via meu pai se preocupando e dizendo para minha mãe:Beleza não põe mesa, ela precisa estudar e pensar no futuro!  Nós somos pobres! Ela precisa entender que é filha de pobre!

Ouvir aquilo  me irritava fortemente. Minha mãe era muito orgulhosa de minha beleza, e escovava meus longos cabelos negros, e amava minha altura e dizia que eu podia ser modelo. Era claro que a beleza facilitava as coisas, em que mundo ele vivia, minha mãe se indagava. E o censurava por não ser grato pela beleza que a filha havia nascido e por pensar tão pequeno sobre o futuro brilhante que eu certamente teria.

Não me deixes(Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora