Nietzsche

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A compaixão, em toda extensão, cruza a lei do desenvolvimento, que é a lei da seleção.
Conserva o que está maduro para sucumbir, arma-se em favor dos deserdados e condenados da vida e, pela multidão de malogrados de toda espécie que mantém firmes na vida, dá à mesma um aspecto sombrio e problemático.
Ousou-se denominar a compaixão uma virtude (— em toda moral * nobre * ela vale como fraqueza); foi se mais longe, e fez-se dela *a* virtude, o chão e origem de todas as virtudes
Só que, sem dúvidas, e isso é preciso sempre ter em vista, do ponto de vista de uma filosofia que era niilista, que inscreva a *negação da vida* sobre seu escudo.

Schopenhauer estava certo: com a compaixão a vida é negada, tornada *mais digna de negação*— a compaixão é praxe do niilismo.

Dito ainda uma vez: esse instinto depressivo e contagioso cruza aqueles instintos que visam a conversação e elevação de valor da vida: tanto como multiplicador* da miséria quando como conservador* de todo miserável, ele é um instrumento capital para a intensificação da décadence*— compaixão persuade ao nada!

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