Haught.

Origens

      Se Nicole Haught tinha uma certeza era de que as coisas pra ela nunca foram fáceis como para o resto das pessoas, como ela via. Desde pequena passou por situações que nenhuma criança deveria passar e traumas que ela nunca esquecerá mas que ao mesmo tempo as cicatrizes do tempo a moldaram como é hoje : Forte, corajosa, independente, mas também com suas inseguranças e medos, receios e sentimentos guardados contra aqueles que participaram de sua história no passado e hoje a assombram no presente.

De qualquer forma ela chegou onde está com a certeza de que deixaria tudo isso para trás e começaria uma nova etapa de sua vida, ou ela apenas achava e não sabia o que o destino lhe  guardava.

Flashback :

A história começa com uma Nicole de 7 anos brincando no parquinho, correndo de um lado para o outro com seus cabelos ruivos voando muita das vezes sobre seu rosto e sorrindo para o nada. Seu pai a olhava de longe atento e preocupado, ele sentia que alguma coisa estava errada, mas o que seria?

Seu celular tocou e então ele teve a notícia que sua esposa havia sofrido um acidente de carro e agora estava em coma induzido para amenizar as dores. As lágrimas tomaram conta de sua face e ele se deixou entrar em estado de choque naquele momento.

Nicole, vendo seu pai desolado se longe logo correu em sua direção tentando entender o que aconteceu.

- Papai, por que o senhor está chorando? - Ela perguntava aflita e seu pai por sua vez, tentava escolher as palavras para dizer a sua filha sobre o estado da mãe.

2 semanas depois e o quadro da mulher apenas piorava. Cirurgias e mais cirurgias e a polícia já investigava se o acidente na verdade foi uma tentativa de homicídio. O pai de Nicole então resolveu mandar ela para casa dos tios pois aquela situação estava já mexendo com a cabeça da menina que não parava de ter pesadelos.

Um tempo depois quando ainda parecia que sua mãe estava um pouco melhor, a pequena Haught foi fazer uma viagem de carro para um festival de música em purgatory. Outra tragédia. Um massacre misterioso. Uma criança sobreviveu. Estaria tudo isso ligado ou seria apenas uma coincidência?

Dias atuais:

Nicole Haught P.O.Vs :

Sempre me perguntaram o porquê de eu ter escolhido ser uma policial, muitos dizem que eu nasci para isso, me esforçava ao máximo para ser a melhor no meu trabalho e causar uma boa impressão nas pessoas. Meu pai diria que escolhi por que sempre amei donuts e é isso que eu pensava que eles comiam o tempo todo, mas a verdade é que policiais são tudo que eu lembro da última vez que vi minha mãe naquele leito de hospital. Eles estavam tentando descobrir quem fez isso com ela, em nenhum momento jogaram a culpa nela e o xerife Gibson  sempre tentava me proteger de tudo que estava acontecendo, me levava pra dar uma volta na patrulha com a sirena ligada, brincava comigo e me dizia que tudo iria ficar bem. Sempre suspeitei que a investigação estava demorando mais do que o normal.

4 meses depois o xerife foi assassinado. Sem explicação nenhuma e o caso de minha mãe foi arquivado desde então. Mas não esqueci do meu único propósito nesse novo lugar : Conseguir as respostas que sempre quis saber, voltar ao lugar onde tudo aconteceu e conseguir minha vingança, só assim seguirei em paz.

" Welcome tô purgatory" - Dizia a placa empoeirada indicando meu caminho.

Waverly Earp P.OVs :

Desde que minha irmã voltou para a cidade e tomou sua posição como herdeira da pacificadora, minha vida mudou muito, mas pra melhor. É maravilhoso ter essa sensação de família por perto. Sempre me senti sozinha, nunca tive MUITOS amigos, com a cidade pequena como esta não aparecia tantas pessoas da minha idade pra fazer amizade. Wynonna é mais que família, é minha melhor amiga e nunca fiquei tão feliz por ter ela novamente aqui.

- Waverly, tem um engraçadinho procurando por você, avise seu amigo que da próxima vez que ele encostar na minha arma vao desejar nunca ter me conhecido - Wynonna avisou irritada.

Olhei para a porta da sala e vi Champ completamente assustado, ainda com os olhos arregalados, o que me fez rir um pouco. Ele não sabia onde estava se metendo.

Chamo é meu namorado faz um tempo, nos conhecemos na escola quando ele era capitão do time de futebol e eu lider de torcida, meio clichê né? Nosso relacionamento era tudo as mil maravilhas até que ele começou a andar com uns novos amigos que ele fala que conheceu no colégio e mudar completamente. Ele já não era mais atencioso como antes, não me deixava falar nem muitas vezes de como foi meu dia. Por um momento nos olhos assustados do Champ ali parado, vi o resquício do velho garoto que conheci muito tempo atrás, mas infelizmente isso não existe mais.

- Você tem que dar um jeito na sua irmã Waverly, ela quase atirou em mim, de verdade! - Ele começou dizendo indignado.

- É a casa dela também, e você não deveria ter tocado na preciosa arma dela, elas têm uma relação mais próxima do que você pensa - Disse rindo e ele ainda sério

- Não interessa,  estou aqui pra te falar que não vamos sair hoje - Ele disse com a maior tranquilidade do mundo.

- Alguma emergência? - perguntei preocupada.

- Meus amigos querem me mostrar um lugar fora da cidade hoje, não vai dar - Ele disse chegando perto de mim pela primeira vez e passando seus braços em minha cintura. - Mas te vejo mais tarde né, gata? - Ele perguntou sorrindo.

- Não Champ, você vai ver é seu amigo que você tanto gosta, aproveita e beija ele também porque isso você não vai conseguir de mim hoje - Disse decidida me soltando de seus braços.

- Algum problema aqui? Champ? - De repente vi Doc entrar na casa com o olhar atento ao que estava acontecendo.

- Você vai se arrepender ainda de me tratar assim Waverly Earp - Champ disse saindo e batendo a porta.

Doc me observava em silêncio como que parecia calcular suas palavras.

- Você merece coisa melhor, nunca deixe um idiota falar assim com você. - Ele disse me abraçando e limpando uma lágrima que teimava em escorrer.

Wynonna entrou feito um furacão na sala até que parou e viu essa cena não muito rara ultimamente.

- Eu já disse que vou matar esse desgraçado um dia, ninguém trata minha irmã assim e sai barato - Ela disse e Doc apenas riu do surto de raiva .

- Guarde sua energia para os retornados, sua irmã é tão forte quanto você, ela sabe o que fazer - Doc disse acalmando wynonna que ainda não se coonformava mas ainda sim, eles foram atrás de mais um caso.

Novamente estava sozinha mas pelo menos tinha tomado uma decisão, iria matar os próprios demônios da minha vida, um por um.