Entramos dentro da sala e cortamos o assunto, pois, o professor já estava na sala. Olhei para as pessoas da sala e estavam todos sentados em dupla, estranhei, pois, nós sempre sentávamos separados.
- Olá! Já que vocês chegaram agora sentem juntos. Vou explicar. - disse o professor. Fui em direção onde se encontravam as únicas carteiras vazias. Me sentei e Christopher se sentou logo depois.
- Na última aula, comentei sobre a mente humana e como ela funciona. - disse o professor. - O que quero trazer para próxima aula é algo novo. - disse. - Quero que as duplas que se formaram hoje vão a um manicômio... - disse andando de um lado para o outro na sala. - Um hospício. - disse sugestivo. - Como vocês quiserem dizer. - senti o corpo de Christopher ficar tenso. Encostei meu ombro levemente sobre o dele e ele me deu um meio sorriso mostrando que estava tudo bem.
- E o que iremos fazer lá? - perguntei.
- Sem pressa, Srta. Jarsdel. - disse ele sorrindo travesso. - Vocês acreditam que a minha mente é igual a de vocês? - perguntou ele.
- O que está querendo perguntar é se toda mente humana é igual? - perguntou Christopher. Ele mantinha uma posição rígida, o que é estranho já que antes ele estava totalmente descontraído.
- Exato. - disse o professor.
- Bom, eu posso ter pensamentos psicopatas, posso estar planejando matar alguém. - citava ele. - Mas a Srta. Jarsdel pode estar pensando em como sou bonito e como ela adoraria me beijar. - disse ele. Certeza que meu sangue sumiu do meu corpo, mas logo me acalmei quando olhei para ele e ele estava sorrindo. Era uma brincadeira, pelo menos esperava que seja-se. Talvez o que ele disse tem uma ponta de verdade, mas ninguém precisa saber, não é mesmo?
- Certo, Christopher. Obrigado pelo exemplo divertido. - disse o professor sorrindo. - O seu exemplo está certo. O curioso é como as mentes são iguais, mas, ao mesmo tempo, tão diferentes. E é por isso que quero que vocês vão ao hospício. Estudem as mentes. - disse ele.
- Quer que a gente vá á um hospício estudar mentes de psicopatas, esquizofrênicos, psicóticos? - perguntei empolgada. - Isso é loucura. - disse sorrindo e negando com a cabeça.
- A mente dessas pessoas pensam totalmente diferente da nossa. Elas são uma curiosidade para se estudar e eu vou lhes dar esse privilégio. - disse ele. A sirene tocou indicando o fim da aula. - Para próxima aula, me tragam um relatório. Vamos fazer algo diferente na próxima aula, um debate, ou uma apresentação. Aproveitem esse tempo livre e vão ao hospício, me tragam algo diferente, me orgulhem! - disse ele. Christopher se levantou ficando estranhamente imóvel e só depois percebi que ele me esperava levantar. Arrumei minhas coisas e me levantei. Christopher andava ao meu lado totalmente em silêncio.
- Algum problema? - perguntei. Christopher negou olhando para frente, seu cenho estava franzido. Algo lhe incomodava. - Você está estranho. - disse, mas ele não respondia. - Ficou assim depois de o professor anunciar a nossa ida ao hospício. - disse.
- Talvez meu medo é entrar no hospício e me sentir em casa. - disse ele finalmente me olhando. Seus olhos eram incrivelmente escuros. Um silêncio se instalou, pois, não sabia o que falar e não acho que ele estivesse brincando. - Que dia iremos? - perguntou mudando de assunto.
- Bom, amanhã não tem faculdade, então estamos livre. - disse dando de ombros. - Tudo bem para você? - perguntei.
- E o seu trabalho? - perguntou ele.
- Eu meio que estou de atestado sem ter passado pelo médico. - disse sorrindo sem mostrar os dentes. - Estou gripada, não posso correr o risco de passar para os meus pacientes.
- Então, tudo bem. - disse ele. - Prefere qual período? - perguntou ele, logo depois tirando a caneta do bolso e capturando a minha mão escrevendo algo.
- No período da tarde. - disse. - Se vamos fazer esse trabalho, vamos fazer isso direito. - disse a ele.
- Quanto antes melhor! - disse ele parecendo pensar. - Bom, já estou indo. Até mais! - disse parando em minha frente, então ele se aproximou e eu avancei.
- Ops. - disse pelo nosso desencontro. Foi quase um beijo na boca, mas ficou só no quase, desviei meu rosto e distribui um beijo em seu rosto. Ele me deu um sorriso e se virou para ir embora.
- Ayla. - disse ele parando de andar e se virando. - Com lábios macios iguais aos seus, não me importaria de pegar gripe. - disse ele pausando, parecendo esperar a minha resposta, abri e fechei a boca várias vezes, mas nada saiu. - Em todos os aspectos - completou ele, abrindo um sorriso safado. Maldito sorriso. Então ele voltou a andar e eu fiquei parada sorrindo igual uma boba apaixonada. Sim, eu sabia que iria me ferrar. Olhei para minha mão e havia um número escrito em uma bela caligrafia.
Quando iria começar a andar escuto a voz da Verônica.
- Ei. - disse ela pegando em meu braço. Comecei a andar recusando o seu toque. - Sei que fui babaca. - disse ela, mas para mim não era o suficiente. - Tipo muito babaca e me desculpe por isso. - disse ela me fazendo parar. - Você sabe que eu nunca tive essa atitude e... - a interrompi.
- Então por que teve? - perguntei.
- Não sei eu... realmente gostei dele e senti uma nessecidade de ser boa para ele. - disse ela.
- Você mal o conhece. - disse suspirando.
- Talvez eu queira conhecer mais. Você sabe, eu sempre tive essas incertezas. - disse ela.
- Você é ótima. - disse lhe dando um sorriso reconfortante. Ela é a minha amiga e sempre esteve comigo e eu não iria deixar uma atitude dessas estragar a nossa amizade.
- Você sempre diz isso. - diz ela. - Às vezes acho que é boa demais para mim.
- Somos boas o suficiente para completar uma a outra. É o suficiente. - disse, ela sorriu largo me abraçando.
- Mas vem cá, você não vai acreditar no que aconteceu. - disse ela e seus olhos brilhavam. - Aquele gatinho me deu um beijo no canto da boca. - disse dando pulinhos.
- Que legal. - disse dando um sorriso não muito verdadeiro. Ele deu um beijo no canto da boca da minha amiga e acabou de me dizer que literalmente me beijaria. O que realmente estava acontecendo?
Fui para casa exausta, não fisicamente, mas mentalmente. Minha cabeça estava a mil pensando no Christopher e na Verônica. Conclui que não devia pensar neles. Verônica e Christopher que se resolvam, não deveria me importar e não me importo, Christopher é só meu amigo e ponto.
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Psicótico Medíocre
RomanceDe primeira vista tudo parecia um jogo e ele se mostrava um bom jogador, mas e se o jogo só fosse um meio inventado para conquistar outra coisa? Vingança! Ele só se resumia nisso. Como posso ser inimiga da pessoa quem amo? Talvez ele estivesse ce...