CAP.50_maratona

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POV. DEMÉTRIA

Júlia entrou na minha casa,pedi para ela sentar e logo percebi sua barriga com um volume.

Ela está grávida!

-Quer beber alguma coisa? Água,suco ou café?_perguntei ainda prestando atenção na sua barriga.

-Não!_Júlia deu um meio sorriso. -E o Noah?_incrível que ela sempre se preocupa com o meu pinguinho de gente e acho isso tão bom da parte dela.

-Está bem,minha amiga levou ele agora a pouco para creche!_sentei no sofá. -O que você quer conversar Júlia?

-Bom,não sei se você sabe mas eu e o Hugo não estamos mais juntos!_minha boca se abriu em um perfeito "O". -Mas isso não importa no momento,eu estou grávida!_ela passou a mão na barriga sorrindo.

-Percebi Júlia mas e o Hugo como reagiu?

-Aquele lá ficou revoltado Demétria,eu pensei que ele gostaria da notícia sabe? Mas não,ele falou que não assumiria a paternidade e que o filho dele era somente o Noah!_seus olhos estavam repletos de lágrimas.

-O Hugo é um filho da mãe,ele nem dá bola para Noah e ainda vem dizer que só tem ele como filho. Vê se posso com isso!_eu disse revoltada.

-E por causa disso eu queria te pedir uma coisa Demétria. Eu sei que não sou a melhor pessoa do mundo para pedir isso,afinal o Hugo te traiu comigo mas eu sei que você tem um coração bom,é uma pessoa boa!_Júlia começou chorar,eu não estou entendendo mais nada.

-Calma Júlia!_segurei suas mãos,ela tremia muito. -Ficar nervosa não vai fazer bem para o seu bebê!

-Estou com tanto medo Demétria!_inesperada ela me abraçou,fiquei sem saber o que fazer. -Eu só preciso que você me escute está bem?_assenti,Júlia respirou fundo. -Quando o meu bebê nascer você fica com ele? Cria ele como fosse seu filho? Eu queria poder cuidar dele,eu juro para você. Mas não posso Demétria,a minha única esperança é você!

Como assim gente? Por que ela mesma não cria essa criança? Qual mãe daria seu filho assim? Ou será que ela não tem condições de criar esse bebê?

Entendo que ela não queira que o Hugo crie essa criança até porque ele deixou claro para ela que não assumiria o filho mas pedir para mim?

-Como assim Júlia?_levantei do sofá atônita,andando de um lado para o outro.

Eu já estou quase pirando sabendo que eu vou ter que criar meu bebê sem pai quem dirá dois bebês. Eu daria conta?

-Eu não podia engravidar,segundo o médico eu era estéril mas por algum milagre,sei lá,eu engravidei. Porém o médico falou que vai poder salvar a mim ou o bebê e claro que eu preferi salvar o Rafa!_ela sorriu limpando as lágrimas. -Eu não queria que ele fosse para um orfanato e o Hugo não vai querer cuidar do próprio filho,capaz de ele mesmo o colocar no orfanato!

-E seus pais? Você não tem parente?_perguntei tentando me acalmar.

-Meus pais são filhos únicos,os parentes que eu tenho são somente os dois mas eles nunca aceitaram o fato de eu ter me envolvido com Hugo,eles nunca aceitariam o Rafael!_é muita informação para mim gente. -Eu queria que o meu filho tivesse a oportunidade de ter uma mãe como você e ter contato com o irmão dele!

-Júlia,eu entendi que você não tem a quem recorrer e confesso que me pegou de surpresa com esse pedido,mas eu peço um tempo para eu assimilar tudo isso. Eu descobri ontem que estou grávida e tô tentando me adaptar a isso,não estou me negando a ser mãe do Rafael,claro que não,eu só preciso de um tempo para processar isso tudo está bem?_fui o mais sincera possível.

Eu tô tão assustada com esses acontecimentos que mais essa me deixou mais desnorteada do que eu estava,porém não pode deixar um bebê assim. Eu entendo perfeitamente o lado da Júlia,eu no seu lugar faria o mesmo,procuraria alguém de confiança para cuidar do meu filho porque saber que ele vai passar necessidade em um lugar que sabemos que na maioria das vezes não é bom nos deixa preocupada, frustrada.

-Tudo bem Demétria!_ela se levantou arrumando sua roupa. -Eu juro que se não soubesse o quanto você tem um coração grande não traria mais essa responsabilidade para você,eu.....

-Como eu disse antes,não me nego de ter que cria-lo Julia,eu te compreendi. Só tenho que assimilar ok?_ela assentiu e me abraçou.

-Obrigado Demétria,de verdade!_retribuí seu abraço. -Agora eu preciso ir pois tenho uma consulta médica!

-Boa consulta e se cuida!

Fui até a porta com Júlia,me despedi dela pela última vez.
Vou para o sofá e me atiro nele respirando fundo.

Depois dessa não sei se ficaria em paz sabendo que Hugo ficaria com o Rafael,não consigo imaginar ele cuidando de uma criança,ainda mais de um recém nascido.

Saio dos meus devaneios com o meu celular tocando. Atendo assim que vejo que é meu irmão Alberto.

Ligação on:

-Alô mano?

-Oi Demi,olha só eu preciso muito de um favor seu,você está trabalhando já?

-Não Alberto,estou de folga hoje!_falei estranhando,ele está nervoso.

-Ahh que bom!_ele respirou aliviado. -É que assim,desde que eu cheguei aqui no meu trabalho eu tô ligando lá pra casa mas a mãe não atende,estou preocupado com a Flore,tô com medo de ela ter deixado a nossa irmã sozinha de novo. Tem como você ir lá dar uma olhada pra mim?

-Vou sim Alberto e se a Flore estiver sozinha de novo a minha mãe que se prepare porque eu ou meu pai iremos tomar a guarda dela.....

-O pai Demétria?_droga,falei demais.

-É uma longa história!_falei me levantando. -Qualquer coisa eu te ligo!

-Tá bom. Tchau!

Ligação off.

Eu não estou acreditando nisso,ru só espero do fundo do meu coração que a Flore nai esteja sozinha novamente porque dessa vez a minha mãe vai se arrepender.

Peguei a chave do meu carro,tranquei minha casa e peguei meu carro indo pra a casa da minha mãe.

Demorei um bom tempo para chegar na casa da minha mãe por conta do trânsito que estava terrível. Assim que cheguei estacionei o carro de qualquer jeito e fui correndo até a porta. Bati diversas vezes porém ninguém atendeu.

Mechi na maçaneta e vi que estava aberta. A sala estava um silêncio mas meu coração acelerou quando escutei gritos da Flore vindo do seu quarto.

Rapidamente fui correndo até lá,meu sangue ferveu na mesma hora.

-Toma esse remédio agora sua demente!_George meu irmão mais velho tentava a todo custo fazer Flore engolir o remédio enquanto a segurava pelo braço com uma mão e a outra tentava enfiar o bendito remédio na boca da minha irmã.

-DEIXA ELA EM PAZ GEORGE!_gritei e ele se assustou ao me ver largando Florença que veio correndo me abraçar.

-Mana!_a abracei de volta.

-O que você pensa que está fazendo George? Cadê a mãe?_perguntei contendo minha raiva.

-Acha mesmo que a mãe ia aguentar esse troço muito tempo? Bem que ela fez em fugir. A única coisa errada que ela fez foi me deixar de olho nessa merda!_ele apontou para Flore que já chorava.

Não,ela não fez uma coisa dessas.




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Em seus braçosOnde histórias criam vida. Descubra agora