Capítulo 2

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*Harry POV*

Era um dia cheio de sol e eu estava no jardim da minha casa, a qual chamava castelo. Brincava com os meus amigos espíritos brancos, correndo pelos campos que rodiavam aquele enorme terreno. As minhas gargalhadas ecoavam por todo aquele espaço e do nada acabei por ir parar a uma floresta sombria. Os meus "amigos" sussurravam o meu nome e eu como era uma criança inocente acabei por ir atrás deles dando de caras com uma figura negra que deixava tudo o que o rodiava em escuridão profunda. 

- Deus mali facias innocenti movere animam ad hoc anima mundi imis horrendam. Et verba mea, quae mihi ex gestibus, ut corpus tuum, et quasi novum control me toy. *- Ouvi-o sussurrar numa língua que me era familiar, latim. 

Entre abri os meus pequenos lábios numa expressão de assustado. Todos os meus "amigos" tinham-se tornado em sombras negras e em nossa volta tudo estava a arder. Olhei novamente para a figura negra e a sua sombra agora era vermelha em chamas. Em um tempo de segundos ele evaporou para um fumo cizento e voou até ao meu corpo pequeno, entrando no mesmo. Ao sentir-lo dentro de mim, um grito rouco ecoou por todo o lado e acabei por cair ao chão.

Acordei no dia seguinte vendo que estava no meu quarto e a minha mãe permanecia a meu lado de mão dada a mim. Afastei a minha mão dela num ato involuntário. Queria falar, mas a minha voz estava presa e nenhum som era emitido. Ergui o meu corpo e esfreguei os meus olhos pensando que tudo o que se tinha passado tinha sido fruto da minha imaginação, mas estava enganado. Aproximei-me dela e abanei o seu corpo frágil. 

- Mãe? - Sussurrava baixinho à medida que a tentava acordar. 

Depois de muito tentar, acabei por empurrar o corpo dela ao chão e levei logo as minhas pequenas mãos à minha boca, vendo a sua cara desformada e desitradada. Fechei os meus olhos por breves segundos e voltei a abri-los sentindo pequenas lágrimas escorrerrem pelo meu pequeno rosto, de seguida limpei o mesmo com as minhas mãos.

Levantei-me da cama e caminhei a passos lentos até ao a um espelho e foi aí que vi o meu retrato. Tinha os meus olhos negros e aparentava um corpo de um adolescente, o meu cabelo era de grande volume e castanho, apresentava uma estrutura bem constituida e bela. Tinha aparência de um rapaz de 19 anos. Fiquei assustado com o que vi, pois pela minha memória era apenas uma criança de cabelo curto e olhos verdes invejavéis a todos os que me vissem. Corri até à cozinha e vi a estrutura do meu pai em ossos no chão da mesma. Esfreguei os olhos pensando ser imaginação minha, mas aquilo continuava ali. Levei a minha mão à minha boca e olhei em volta. Eram eles. Os meus espíritos tinham regressado. 

- O que vocês querem de mim? - Murmurei num tom rouco enquanto os observava a voar sobre mim e a rondar-me. - Já levaram os meus pais e me transformaram num rapaz e roubaram a minha infância. Que mais querem vocês de mim? - Gritei dessa vez irritado. 

Senti um arrepio no meu pescoço e virei-me para trás vendo a figura do meu pai e ao lado a minha mãe. Arregalei os olhos e dei um passo atrás assustado e em seguida ambos apontaram para um grande suporte de papel que continha a palavra "Calendário" e a ultíma vez que tinha sido mudado era em 1758. Aproximei-me do mesmo e as páginas começaram a rasgar-se sozinhas e os números do ano tinham-se mudado para 1890. 

- Tens estado a dormir durante esses anos. - Ouvi o espirito do meu pai falar e olhei para o mesmo. 

- O quê? Como assim? - Pousei a minha mão sobre a mesa da cozinha para apoiar o meu corpo e franzi as sobrancelhas. 

- Sabíamos que isto ia acontecer. - Falou a minha mãe no seu típico doce tom. 

- Na nossa adolescência fizémos um pacto de quando tivéssemos um filho ele iria brincar pelos campos e iria acabar por encontrar Cipriano. Foi o que te aconteceu. Tens agora a alma dele dentro de ti. Consegues controlar tudo o que tu quiseres. Mas nunca pensámos que a transferência da alma dele para a tua levasse 132 anos. Cresceste naquela cama e depois daquele dia nunca mais te vimos "vivo". - Explicou-me o meu pai. - Quando atigiste os 19 anos paraste de crescer e ficaste imortal. 

- Temos servido Cipriano através de nossas almas e agora estámos aqui para te dar uma missão. - Aproximou-se a minha mãe murmurando. 

- Qual missão? - Perguntei curioso. 

- Ajudar Louis Tomlinson a virar um servo de Cipriano para ele poder-se apoderar do corpo dele e tu poderes ser livre. - Explicaram ambos. 

- E como vou descobrir que é ele? 

- Simples, vais mandar os teus "amigos" atormentarem o rapaz e fazer com que ele entre no hospital de psicopatas aqui perto, vai haver um incêndio quando ele atingir os seus 22 anos e vamos ajudar-lo a escapar trazendo-o para cá e a partir daí vais tentar roubar-lhe a alma. - À medida que ambos iam explicando, imagens desse rapaz eram transmitidas nos meus pensamentos. 

Dias depois, fui-me acostumando ao meu novo ser e conseguia agora controlar todos os espíritos que me rodeavam. Quando descobri que ele tinha entrado naquele hospital, mandei logo alguns dos meus espíritos mais fortes irem ter com ele, fazendo assim com que a sua vida ficasse cada vez mais atormentada. Acompanhava os seus dias através de um espelho que me transmitia tudo. 

Finalmente tinha chegado ao dia do teu aniversário e através de uma visão consegui com que um dos quartos pegasse fogo. Tinha os meus olhos tapados pelos meus cabelos e um sorriso curvado no rosto. Sussurrei pequenas palavras em latim chamando por ele enquanto corria pela floresta que me tinha estragado a vida. 

Quando ele chegou aos portões, levantei-me daquele sofá que parecia mais um trono e aproximei-me do espelho, observando-o cada vez mais perto. 

- Vem, meu ratinho armadilhado... - Murmurei rindo alto num tom maléfico. 

Ouvi a porta a abrir e os espíritos entraram desaparecendo logo em seguida devido a um gesto que tinha feito com a mão. Observei-o a entrar e um sorriso mais curvado tinha aparecido em meu rosto. 

- Estava à tua espera Louis Tomlinson. - Falei no meu tipíco tom rouco e saí da escuridão aproximando-me dele, para que me pudesses ver. 

* { Deus do mal, passe minha alma para este inocente rapaz e faça de mim a alma mais tenebrosa deste mundo horrendo. Faça minhas palavras suas, meus gestos seus, faça o meu corpo um novo e controle-me como seu pequeno brinquedo. }

Maniac Love. || {Larry Stylinson - PT}Onde histórias criam vida. Descubra agora