Capítulo XI

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Já se tinham passado quatro dias desde o ocorrido. E Sophia continuava a ir às aulas, mas sempre sozinha. Chloe tinha ficado muito afetada com as palavras de Trevor e acabou por se fechar no quarto sem deixar entrar alguém, nem mesmo Sophia, que era a pessoa mais chegada à irmã.

A meio da semana os pais obrigaram Sophia a contar toda a verdade relativamente ao que tinha deixado a filha mais velha tão afetada. Notando a preocupação dos pais e o seu receio, por saberem de quem se tratava o tal Trevor, e não podendo fazer nada pois os pais não permitiam, esta consumiu um sentimento de raiva, o que resultou na sua transformação, pela primeira vez em loba. Dando oportunidade para a mesma conhecer a sua loba Fia e aprender mais sobre o mundo lupino. Devido à nova mudança e aprendizagem, com ela incluida, Sophia pôde perceber a atitude dos pais, mas nunca ficando indiferente à brutalidade com que tinham tratado a irmã.

P.o.v Trevor

Já era dia 2 de Outubro, um dia antes do aniversário de casamento dos meus pais, e já tinham sido entregues todos os convites, tal como estavam concluídas as preparações para a festa.

Com isto, já se tinham passados quatro dias desde que se deu a discussão e, infelizmente, o meu lobo Thor continuava irrequieto, deixando-me mau humorado. Neste tempo continuei a ver a irmã da rapariga na escola, mas apenas ela. Não que eu estivesse preocupado, mas toda a situação me deixava incomodado, e sempre que eu e o meu lobo a viamos passar batia-me a vontade de questiona-la sobre o paradeiro da irmã, mas o meu lado racional não o permitia.

Entretanto soube que Sophia era uma recém transformada e a filha de um casal amigo dos meus pais, que também são membros da alcateia. Por isso deduzi ser ela um dos novos membros que o meu pai tanto me falou. Deixando isso de parte, eu ainda me apresentava confuso sobre a tal essencia e cheiro desconhecido que me deixou tão afetado naquele dia. Sophia carregava esse cheiro, eu sentia porque sempre que a mesma passava perto de mim, ele invadia-me as narinas com uma audácia de outro mundo. Por isso deduzi ser de alguém próximo e íntimo a ela.

- Baunilha com uma ligeira fragrância de canela...- pronunciei as palavras que tanto pulavam na minha mente.

Olivia olhou-me como se visse um monumento histórico a ser demolido (sim, Olivia é o género de rapariga que se interessa por essas coisas), portanto, estava chocada com o que proferi, mas logo alegrou a sua feição ao compreender do que realmente se tratava.

- Então engatatão...- sim este é o verdadeiro comportamento da minha amiga, muito matura -, pelos vistos já deste conta do cheiro da tua perceira, agora só falta achá-la.- disse rindo-se da minha situação.

É estranho falar com Olivia sobre este tipo de assunto, mas engraçado. Ela também não teve uma grande formação sobre o conteúdo romântico dos lobos, o nosso pai preferiu que fôssemos nós a aprender sozinhos. Mas ela era curiosa, também ansiava encontrar a sua cara metade, e eu sei que quando o fizesse o amaria como nunca.

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Quando cheguei a casa o meu pai logo me atribuiu a tarefa de receber os novos elementos da alcateia. Como futuro alpha é minha função orientá-los sobre as regras da alcateia e fazê-los sentirem-se integrados no nosso núcleo familiar. Eu estava muito satisfeito por ter esta tarefa em mãos, e sabendo que conhecia um dos elementos apenas aumentava ainda mais a vontade de poder questioná-la sobre a irmã.

P.o.v Chloe

Passaram-se quatro dias desde a humilhação que sofri, e desde esse dia nunca mais falei com a minha loba. Apenas me dirigi à mesma para lhe dizer que eu nunca iria assumir o meu lado lupino, não nestas condições. Não falei com ninguém, nem deixei que entrassem no meu quarto, e com isto passaram-se quatro dias sem comer algo de jeito. Apresentava uma aparência doente e muito fragilizada, e tudo por causa desta mudança estapafarda na minha vida.

O Meu Outro EuOnde histórias criam vida. Descubra agora