Quando o amor caí diante de nós

Então, é você?

Eu e ele continuamos a trocar olhares, e quando a mãe dele veio até mim, me elogiou e falou o nome dela e dele, a minha ficha caiu sobre quem eles eram.

- Por que você e Adam não vão dar uma volta pelo shopping?

Quando ouvi o nome Adam, minha cabeça começou a rebobinar a minha vida desde os 5 anos, e aí eu lembrei, me lembrei do meu primeiro amor.

Ele me estendeu seu braço como um gentil cavalheiro, e fomos passear pelo shopping. Eu ainda estava digerindo a situação, então, eu simplesmente fiquei calada nos primeiros momentos, mas, aí ele começou a falar. A voz dele me fazia sentir algo espetacular, eu precisava conversar com ele.

- Como vão as coisas nos Estados Unidos?

- Good. E aqui no Brasil?

Comecei a me lembrar do apartamento que tínhamos deixado para trás em Madrid, e comecei a pensar um pouco mais na resposta.

- As coisas vão muito bem.

Ele olhou atentamente para mim.

- Minha mãe me disse que você quer fazer medicina.

Eu sorri, amava falar sobre estudos e profissão

-Sim! É o meu sonho desde pequena. Daqui dois anos é o vestibular, e estou estudando muito.

Demos uma volta inteira pelo shopping, e voltamos para a praça de alimentação, mas, nossas mães já não estavam lá mais. Então, apenas nos mantivemos parados e olhando um para o outro. Até que ele disse:

- Nossas mães são amigas desde novas.

-Nós também.

Ele me olhou curioso, e eu apenas sorri.

Essa era uma grande verdade, nós éramos melhores amigos quando crianças. Brincávamos e fazíamos arte, além de confidenciar coisas um para o outro.

A única coisa que esfriou nossa amizade foi a distância.

- Você quer comer alguma coisa? - perguntei, e junto com a minha pergunta, nossas mães chegaram fazendo a mesma pergunta.

Nós sorrimos e nos sentamos numa mesa.

- Adam, vai lá e compra um sorvete pra Isa. Seja um cavalheiro. 

Ele se levantou e foi até o McDonalds. Fiquei olhando enquanto ele andava. Eu sempre tive muita vergonha das pessoas pagarem coisas para mim. Então, apenas me levantei e fui atrás dele. 

Pedimos dois McFlurry e eu paguei o meu sem ele perceber. Quando ele percebeu que eu rinha pago, ele ficou bem chateado, e eu fiquei um pouco sem graça.

Sentamos na mesa e nossas mães ficaram nos olhando.

- E aí? Vocês vão no cinema?

Olhei para minha mãe quase engasgando com o sorvete, não tava entendendo que desespero era esse para me empurrar para o menino.

- Ela não deixou eu pagar o sorvete dela, acredita?

Olhei para a mãe dele e para ele muito sem graça, e finalmente disse:

- Eu fico sem graça quando pagam coisas para mim.

Minha mãe revirou os olhos para mim, e percebi naquele momento que foi uma certa desfeita da minha parte, e decidi não fazer isso mais.

Olhei para Adam.

- Se você quiser assistir o filme, a gente assiste. Amo cinema.

Ele sorriu, e foi se levantando. Acho que ele ia ver a grade de filmes disponíveis no cinema.

Fui junto com ele, e me lembro do filme "Homem de aço" estar em cartaz. 

Sempre fui apaixonada por super heróis, queria muito assistir. Mas, a próxima sessão era depois de horas. A única disponível era a de um filme de terror. Mas, nenhum de nós dois gostava desse tipo de filme, então, acabamos não assistindo. 

Nós quatro fomos direto para a casa da vó dele, onde eu a abracei e revi a família dele, que não via a muito tempo. 

(Mal sabia eu que aquela era a última vez que eu veria a vó dele)

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No outro dia, minha família começou a me zoar sobre Adam, e eu não estava me importando. Ele era incrível, e muito cavalheiro. Só era uma pena meu coração estar com o Lucca dentro dele.

Meu tio resolveu fazer um churrasco, e os chamou.

Quando Adam e a mãe chegaram, ambos me chamaram para o quarto e me deram vários presentes. Ganheis dois vestidos de festa fantásticos, e um perfume da Hello Kitty.

Eu amava presentes! E quando eu achava que era tudo, ele olhou para mim e falou:

- Eu vou te esperar para casar com você.

Aquilo foi um choque para mim. Mas, eu apenas sorri e continuei a minha vida normalmente. Brincamos muito naquele dia, conversamos e nos despedimos, já que ele ia voltar para os EUA, e eu para São Mateus.