Instintos

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24 de Fevereiro [09:00 AM]

Instintos


Hoseok estava farto de apenas ver seu amigo se afogar em tristeza, mesmo que Yoongi o odiasse até o último dia de sua vida, iria ajudá-lo da forma que julgara ser a mais eficaz; se não possuía conhecimento do real motivo que o motivou a humilhar Seokjin na frente de todos, talvez o pai do mais velho pudesse descobrir! Fora com tais pensamentos em mente que o ruivo tomara coragem para fuçar nos pertences de seu hyung, rezava para que o loiro não o descobrisse, ou seus restos mortais seriam servidos em um banquete aos demais alunos da instituição, decerto.

A família de Yoongi era um mistério até para seus amigos, o Shijin sempre preferiu se discreto quanto a isso. Então Hoseok torcia para que encontrasse o contato do pai do amigo da forma mais fácil e ágil possível. 



— Onde você guardaria algo que ninguém pudesse ver, Yoongi? — questionou o ruivo, a passos largos fora de encontro ao guarda-roupas do loiro, esse que sempre vivia do avesso; tão bagunçado quanto a vida do dono, julgara Hoseok. — Nada muito obvio vindo de você. Fato! — exclamou ao que procurava por entre as peças monótonas do vestuário de tons sóbrios do Shijin. 



A palpitação em seu peito aumentava a cada segundo passado sem encontrar o número do senhor Min, tinha conhecimento dos horários diários do amigo. Por isso, sabia que ele poderia retornar ao seu dormitório a qualquer momento, já que seus matérias sempre permaneciam no cômodo desde que Taehyung o roubara da última vez. Tratara de deixar tudo como estava, logo partindo para a cômoda de cabeceira, suas esperanças estavam depositadas naquela parte do local. Fora na primeira gaveta sem delongas, rogava para que encontrasse o que estava procurando; De folhas soltas com versos escritas, à embalagens vazias de salgados o ruivo achou, tudo menos o que queria. 



Partira para a segunda; Mais folhas soltas como da primeira gaveta, realmente versos tão bons os quais Hoseok lamentara por nunca tê-los visto antes; Pequenas anotações das aulas e tarefas para serem entregues. — Creio que seja impossível um filho não ter algum retrato de seus pais, alguma recordação que seja. Yoongi, juro que se não tiver, eu o mato, revivo, mato mais uma vez, revivo novamente só para ter o prazer de o matar uma terceira — resmungou consigo mesmo, almejava ajudar a qualquer custo seu amigo, e assim faria. 



Abrira a terceira e última gaveta da cabeceira, respirando fundo pouco antes de dar inicio a sua busca na bagunça que era aquela gaveta. E como se tivesse avistado uma luz no fim do túnel, Jung lembrara de ter visto o outro esconder algo dentro do livro que estava em suas mãos neste exato momento. Um sorriso esperançoso brotou em sua face, fora inevitável controlá-lo. Sem muito esperar, e sem cuidado algum, o Shijin introduzira ambos os seus indicadores em cada lado do livro, o chacoalhando de um lado à outro com auxilio dos polegares para que o objeto não fosse ao chão devido o ato. Uma, duas, três e na quarta chacoalhada um envelope voara em direção ao piso amadeirado do dormitório, arrancando mais alguns sorrisos do Jung, esses por pura empolgação. 



— Por que estava tão empenhado em me esconder esse envelope, hyung? — questionara-se indo de encontro ao pedaço de papel, havia algo escrito em sua frente juntamente com o remetente. Tendo conhecimento do quão errado era, e até mesmo crime abrir correspondência alheia, o jovem estava disposto a quebrar regras ou leis para tornar a ver um dos doces sorrisos de seu hyung novamente. — Meu pequeno Minyoon, Appa te ama! Céus, Minyoon? Se no envelope já tá assim, quero nem ver dentro dele.

Entre os espinhos de um Shijin - YoonjinOnde histórias criam vida. Descubra agora