Quando olhar-se no espelho novamente, acredito que ficará maravilhado com todo universo que em ti habita
reconhecerá o brilho que havia se perdido.
Quando achar que a esperança se esvaiu do teu ser, a poesia o fará voltar a acreditrar,
assim como a brisa toca o teu rosto durante um breve passeio.
A poesia o fará desejar um recomeço, o tocará da maneira mais bela,
lhe permitirá ver-se e ler-se em simples versos escritos em papéis amassados.
Tu verá novamente como és lindo o jeito que o vento toca as flores,
como o sol se esconde ao surgir o luar, como uma estrelinha consegue tomar sua atenção sem focar na constelação.
Tu verás,
aprenderá a olhar com mais (c)alma, verá que não há pressa para amar,
a poesia lhe amaldiçoará da forma mais bela.
Ela estará presente no refrão que não rima,
na música que desafina,
na breviedade do tempo.
Quando passar a ver beleza nos dias cinzas e nublados,
nos dias intensos e cheios
e nas pausas entre um e outro,
verá que há esperança.
Quando aprender a amar as estações igualmente,
sentirás a liberdade desfazendo as amarras.
Creio que a beleza encontrada numa nuvem engraçada
numa amizade antiga
num jornal velho
na gargalhada de uma criança
lhe servirá de anestesia.
E mesmo que o sol não esteja tão cintilante,
o fato dele ainda estar ali lhe confortará.
Relembre os seus porquês,
se redescubra,
confie à si tua felicidade e permita que a poesia lhe torne eterno.
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Habituando-me às estações
PoetryMeu corpo faz-se lar para minhas intermináveis estações. Em mim habitam os verões mais intensos os invernos mais congelantes os outonos mais poéticos as primaveras mais floridas. Habituo-me à essa inconstância, decifro-me à medida que meus versos...