Capítulo 1

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Mais um dia se iniciava, para algumas pessoas um novo recomeço, para outras o andamento de suas vidas monótonas e desgastantes e Infelizmente por mais que eu não aceitasse, essa era minha realidade.

Acordei com os gritos da minha mãe como era de costume.

-Levanta da cama sua imprestável! Vai logo fazer o café da manhã ou você prefere que eu te recorde da última vez que essa situação ocorreu?-disse com um sorriso diabólico que dizia por si só suas intenções.

-Estou indo fazer agora mãe.

-Eu já disse que não é para você me chamar de mãe! - fez uma pequena pausa. - Você sabe muito bem que não te considero como tal, então me poupe o tempo de repreendê-la. -quando ela acabou de falar, senti seus dedos em atrito com minha rosto.

-Me desculpe senhora, não irei fazer isso novamente.

Me levanto correndo e vou preparar o café da manhã. Cheguei na cozinha, peguei as panelas e comecei. Minha mãe era uma pessoa muito vaidosa, se exercitava todos os dias e se alimentava muito bem e partes das minhas funções eram referentes a ajudá-la. Minha irmã é tratada muito bem e eu não, mas isso deve ser coisa da minha cabeça, não é possível amar mais um filho que o outro. Quando terminei coloquei o que havia preparado sobre a mesa de forma organizada. Chamei meus senhores e comuniquei que o café da manhã estava pronto.

Em seguida, fui para o meu quarto, coloquei um moletom que cobria meus cabelos, uma calça mais larga e já estava com minhas lentes de tom castanho. Eu faço questão de me esconder, pois meus cabelos não são comuns, pelo menos nunca vi igual nessa alcateia. Eles eram brancos e meus olhos em um tom arroxeado, essa mistura de características me deixa assustada e temerosa.

Quando desci os degraus da escada, eles já tinham ido levar minha irmã a escola, poderiam me levar, mas pelo simples fato de estudarmos no mesmo colégio preferem me deixar ir andando para não constranger minha irmã.

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Na escola era a mesma brutalidade de sempre, comentários ofensivos e rotulações impróprias. Contava cada segundo na intenção de que o tempo passasse mais rápido. Mas não era o que ocorria, as horas costumam ser lentas quando estamos em lugares no qual nossa presença não é bem-vinda. 

Aqui na minha alcateia os lobos são divididos em subclasses, mas não é como Crepúsculo, aliás é bem diferente! No topo da pirâmide social está o Supremo Alfa que é como se fosse o rei dos lobos, ele pode e faz tudo o que quiser; a segunda classe são os Betas, pessoas que possuem a confiança do rei; a terceira classe os Alfas, que são lobos "normais" e por último os Ômegas que são os lobos mais fracos e sem muitos poderes. Hoje em dia não tem muitos Ômegas, pois no século passado houve uma caçada e mais de 70% dessa espécie foram mortos. O preconceito é recorrente. Sou uma Ômega e não sou aceita por muitas pessoas, inclusive por meus pais que tem vergonha de mim e isso me desgasta muito emocionalmente.

Meu horário favorito do dia é quando a aula acaba e tenho um tempo sobrando. Perto de casa tem uma cachoeira e ela me passa uma paz de espírito tão grande. Quando cheguei na cachoeira libertei minha loba, a muitos dias que não a deixava livre, pois não sobrava tempo. Ela é branca e possui os olhos violetas, assim como os meus, seu nome é Celeste.

Ficamos até às 5 horas da tarde, pois depois desse horário teria que preparar o jantar para os meus pais e minha irmã. Quando vi que era o limite do meu horário, resolvi voltar. Chegando em casa fui recebida com um tapa da minha mãe.

Diana: Onde você estava sua vadia, com certeza dando pra alguém.

Eu: claro que n...-Não acabei de falar pois recebi um tapa.

Diana: Não quero suas desculpas, vadia.

Ela saiu me deixando sozinha e sem entender o que eu fiz.

Eram mais ou menos umas seis da tarde e comecei a preparar o jantar para que ele fica-se pronto às 8. Quando terminei o preparo coloquei a mesa, os chamei e fui esperar eles jantarem, com a esperança de sobrar algo para mim. Mas como sempre não sobrou. Então fui para o meu quarto, tentar dormir pelo menos assim talvez minha fome passe .

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Celeste: deixa eu sair daqui Kat eu vou arrancar a cabeça de todo mundo, quem eles pensam que são para tratar você assim! Eles merecem um castigo.

Eu: calma! Isso é só uma fase.

Ela não respondeu nada, mas eu sabia que ela estava irritada. Como ela é parte de mim a maioria das nossas conversas são por telepatia.

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Então resolvi parar de pensar e ir repousar, dormir era algo muita difícil, não se enquadrava em minha realidade.

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Quando acordei fiz tudo como ontem, recebi os mesmos insultos, isso já fazia parte da minha rotina.

Quando cheguei ao colégio, fui para o meu cantinho, onde costumava me perder em meus conflitos internos.

Saio dos meus pensamentos, quando sinto um forte impacto contra meu corpo

-Pessoas como você tem que ficar no chão, esse é seu lugar.

Eu não disse nada, só me levantei e saí correndo daquele local. E todos ao redor continuaram rindo de mim.

As aulas se passaram lentamente. Quando acabou fui para casa, limpei o chão e os móveis.

Quando dera o horário, comecei a preparar a refeição. Não estava mais aguentando de tanta fome. Afinal não como nada desde ontem a noite. Coloquei a mesa e esperava com certa ansiedade, esperava que sobrasse algo para mim.

-Vem aqui logo sua Ômega imprestável. - grita da sala de jantar e eu saio correndo para onde ela estava, pois minha mãe não admitia atrasos.

-Sim, senhora?

-Essa comida está horrível!- falou me empurrando. - Fique com os restos.

Meu pai olha para mim com desdém e me dá um tapa no rosto. Segurei as lágrimas até eles saírem, e depois deixei que elas caíssem. Quando era criança eles falavam o tempo inteiro que meu choro reafirmava minha franqueza. Desde então não faço isso perto deles e tento não fazer o mesmo com outras pessoas.

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Comi até saciar minha fome e depois limpei tudo. Aproveitei o tempo que restara do meu dia para fazer algumas atividades escolares e depois de algumas horas, acabei adormecendo.

 Aproveitei o tempo que restara do meu dia para fazer algumas atividades escolares e depois de algumas horas, acabei adormecendo

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