2- Um maconheiro e uma louca

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No armário suas roupas estavam organizadas de blusas regata até às de manga longa passando pelas mangas médias, então bermudas até calças e por fim os casacos divididos por quão quentes eram.

A primeira gaveta era a de cuecas e a segunda para meias, o restante seria preenchido com o tempo. Na porta estavam os sapatos separando em sapatos baixos - no caso o único par que era para aula - e botas. Na mesa estava um notebook e na estante diversos livros, claro que eles estavam divididos em temas, os de estudo: linguagem, matemática, química, física, biologia e história. Vindo seguidos por livros para diversão: ficção, ação, terror, ação histórica e lá bem no cantinho um livro de romance.

Quarto pronto, agora os detalhes viriam mais tarde, todos os posters e o saco de pancadas assim como os pesos seriam organizados depois já que para parte deles precisaria de uma furadeira para instalar.

Como a tarde estava em seu ápice ainda e mal conseguiu andar pelos lugares comuns na visita que fez meses antes, agora era a melhor das horas para olhar os arredores. Mais especificamente o jardim que era construído por paredes vivas que formavam um labirinto, só vendo de longe podia perceber que o labirinto era tão simples que até uma criancinha conseguiria terminar ele sem supervisão voltando em segurança.

Apesar de ser bem simples e as paredes não passarem de 1,90, ainda assim conseguiram fazer algo bem bonito.

Bakugou admirava as flores amarelas que cresciam pelas paredes quando passou a sentir um suave cheiro incomum, parecia um incenso ruim. Talvez algum idiota acendeu isso por ali fazendo aquele cheiro irritante passar por todos os lugares.

Iria ignorar isso caso não tivesse percebido a fumaça subindo pelas paredes, talvez o idiota que acendeu o incenso tivesse deixado ele queimar uma das paredes. Em um suspiro irritado Bakugou passou algumas paredes para enfim chegar à fonte do cheiro de queimado.

Diferente do que supunha ser, não era um idiota com um incenso ruim e sim alguém mais imbecil fumando um cigarro que claramente não era nicotina.

- Opa! E aí cara, como que tá? - O rapaz um tanto mais baixo de cabelos escuros dava um sorriso largo por todo o rosto, seus olhos pretos agora completamente vermelhos. O claro imbecil olhou Bakugou e então o próprio cigarro, uma, duas, finalmente na terceira vez ele abriu mais o sorriso - Cê não vai contar pros professores né? Quer um trago?

O rapaz de roupas largas estendeu a mão para o loiro irritadiço, não que fosse contra as drogas ou coisa assim, cada imbecil com sua vida patética, mas não correria o risco de ficar chapado e ser expulso no primeiro dia ali.

Portanto o rapaz irritado deu um tapa na mão alheia o negando.

- Tão ta bom, mais pra mim - deu de ombros voltando o cigarro para boca - Meu nome é Sero e o teu?

-Katsuki.

Sua resposta era seca conforme já dava as costas para sair de lá mas no caminho uma coisinha rosa bateu em seu peito.

Ao olhar para baixo viu uma menina, devia ser uma menina pelo menos, de cabelos rosas e olhos bem grandes, ela sorria tão largamente quanto o outro.

- Opa!! Foi mal meu consagrado - ela se afastou e deu batidinhas nos seus ombros, ela olhou para o maconheiro atrás dele e então para si ainda esperando ela sair da frente - amigo do Sero?

- Não/Sim - os dois falaram em simultânea - acabei de conhecer, é caladão, mas se chama Katsuki.

A garota sorriu mais.

- Legal, mais um amigo aqui! Eu sou Mina, aquele do cigarro é o Sero, eu tô no curso de artes com foco em dança e ele... O que você faz mesmo? Além de sair por aí pichando tudo que vê pelo caminho.

- ha ha muito engraçado - ele não parecia ter achado graça - eu tô em duas matérias como foco, desing de comunicação visual e construção civil focada para interiores, e você? Tá em qual meu chapa?

- ...Química.

- Realmente caladão - A garota tentou sussurrar, ainda que saísse na altura normal.

- Te falei, caladão, nem quis uns tragos.

- Ei ei ei ei ele não quer, mas eu quero, passa pra cá espanhol filha da puta.

- Já disse que não sou espanhol, minha mãe é Brasileira, BRASILEIRA!

- Te perguntei??? Passa pra cá mexicano.

- EU NAO SOU MEXICANO!!

- Ok portuga, todo mundo já entendeu, agora passa pra cá.

- TU TA DE SACANAGEM COM A MINHA CARA SUA --

Os dois definitivamente iriam continuar essa estupidez, mas Bakugou não estaria lá para ouvir, estava voltando para o dormitório.

Ao caminho de lá, porém, viu algo que não queria ter visto, ou melhor, alguém.

- Que merda você tá fazendo aqui seu nerd?

Desculpe te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora