Capítulo Único - Sob o luar

206 42 60
                                    

Olá a todos!

Só para informar que por agora irei usar a capa que uso no Social Spirit e que quando tiver tempo (e menos preguiça) faço uma capa adequada para o Wattpad!

Boa Leitura!

------------------------------------------------------------------------------------

A luz da lua era a única que iluminava a habitação onde me encontrava. O quarto estava exatamente da mesma maneira que me lembrava, nada tinha mudado. Será que ele tinha mudado? Ah, a vontade que eu tinha de o ver, de falar com ele, de estar com ele. Andei calmamente até à secretária e peguei numa moldura que estava sobre a mesma, pude ver uma foto nossa, do nosso último dia da academia, sorri, passei suavemente o dedo na sua cara, oh, como sentia a sua falta.

Pousei novamente a moldura e andei até à enorme janela, pela qual entrava a claridade, aproximei-me e vi o jardim, simples mas cuidado, e um pouco mais à frente o portão da casa, pelo que me tinham informado ele estaria ainda a trabalhar, teria eu vindo cedo demais? Provavelmente sim, mas o que poderia fazer? Estava ansioso, impaciente, sentia-me como uma animal de estimação a aguardar o regresso do dono a casa, e nervoso, muito nervoso, tentei respirar fundo algumas vezes para manter a calma, mas era complicado. Faziam exatamente dois anos que estive aqui pela última vez e a última vez que falei com ele. Não consegui conter o sorriso ao lembrar-me dessa noite.

Flashback on

– Acho que não percebi. – Disse incrédulo e um pouco confuso. Ele tinha percebido, ele provavelmente não queria perceber.

– Eu vou-me embora Izuku. – Repeti.

Os olhos verdes fitaram-me como se pedissem para eu negar, eu queria negar, mas não podia, pois era o que eu tinha de fazer, então neguei levemente com a cabeça para ele perceber que eu não tinha escolha. Ele fez uma cara de sofrimento, parece que ele tinha finalmente compreendido que eu não estava a brincar, e que realmente tinha de partir.

– Porquê?! – Perguntou, a sua voz estava alterada, num misto de tristeza e confusão.

– A minha mãe pediu-me. – Respondi com um sorriso triste, ele sabia da importância que a minha mãe tinha para mim, e se ela me chamou, eu tinha de ir, e ele sabia disso. – Ela pediu que eu fosse ter com ela, não é definitivo mas não sei quanto tempo é que ela precisa de mim lá. – Expliquei.

Nos meus 23 anos de vida eu tinha certeza de uma coisa, as únicas pessoas às quais eu não podia negar fazer algo que elas me pedissem, eram: A minha mãe e o homem que se encontrava à minha frente. Ele sabia da importância que a presença e que as palavras dele tinham para mim, era impossível não perceber. Por isso, mesmo que fosse o que ele mais quisesse ele não me ia pedir para ficar, ele não conseguiria pedir-me isso, pois era de um pedido da minha mãe que estávamos a falar, se fosse de outra pessoa qualquer ele não iria pensar duas vezes em dizer-me para ficar, mas nesta situação ele não ia faze-lo. Eu sabia disso. Embora uma parte de mim desejava que ele pedisse para eu não ir, ele tinha consciência que se me pedisse isso, eu não ia recusar, não iria conseguir faze-lo.

Ele passeou os olhos por todo o quarto, quase como um ato de desespero, como se procura-se uma solução, uma resposta talvez, no entanto ele sabia que não ia encontrar. Baixou então a cabeça, ato este que ele fazia quando não tinha certeza de como agir ou do que pensar. Eu não gostava de o ver assim, odiava vê-lo assim.

Aproximei-me silenciosamente dele, o luar era o único que iluminava aquele quarto, e num movimento ousado abracei-o. Eu tinha guardado os meus sentimentos durante tanto tempo, não acredito que apenas pelo facto de não saber quando é que o iria voltar a ver me pode fazer ficar tão fraco e vulnerável, queria dizer-lhe o que sentia, mas não podia, não seria justo fazer isso justamente agora, sendo que a próxima vez que estaríamos juntos era incerta.

Sob o LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora