O menino que tentava ser amigo de todos

A triste história de João Miguel

Era um dia normal na escola em que eu estudo. Como todos os outros. As pessoas da minha sala estavam alegres, brincando uns com os outros. Sempre era assim. Nesse dia eu achei que seria como os outros, mas não, eu fiquei quieta dentro de sala, reparando tudo e todos, o que não é normal, como sou uma pessoa bastante agitada achei estranho.
    Enquanto todos os meus colegas brincavam, eu prestava atenção na aula de redação. Fiquei atenta e curiosa na história que a professora contava. O tema daquela história se encaixava bastante com um colega de classe que eu tinha, o tema era bem comum, o bullying.
    O colega de classe que eu me referi, era o João Miguel, afinal essa história é dele. João era um menino de poucos amigos, mas sempre tentava se enturmar. Ele era diferente dos meninos da minha sala. Não era do padrão que as meninas gostavam, mas também não era um nerd, pois não fazia absolutamente nada, e ainda respondia os professores, como isso pode? Ninguém entendia o motivo dele fazer isso, todos o chamavam de maluco.
    Os meninos da turma só pensam em jogar futebol e dar mole para as meninas, João não, preferia ficar na sala mexendo no celular. Ele sempre ficava com as meninas, pois como não sabia muito de futebol, conversava mais com elas. O bullying sempre afeta o emocional da pessoa, transforma totalmente a cabeça e a autoestima, João devia agir dessa maneira por ter o emocional afetado, e a autoestima baixa.
    Uma semana antes disso tudo, João passou por uma situação que as pessoas zoaram bastante. Fizeram um desenho horrível de um garoto e colocaram o nome dele. Ele rasgou o papel. Mas eu vi que ele ficou triste, ao invés de ajudarem, riram dele. Sempre lembravam desse assunto, e João tentava desviar, não era agradável para ele.
    Contudo isso, ninguém da sala sabe o que passava na cabeça do João, não paravam para conversar com ele, não perguntavam o que ocorria na casa dele, se ele gostava ou não dessas brincadeiras de mal gosto. Botavam o pé na frente dele, escondiam os materiais, e ele ria. Apenas ria. As características de João eram as principais zoações, ele era gordinho, usava óculos, tinha bastante cravos e espinhas e tinha um cheiro não muito agradável. Falavam que ele era o fedor da sala, que um dia ele ainda iria matar um colega quando levantasse o braço. Atitudes horríveis que só deixavam o João mais pra baixo.
    Os praticantes do bullying sempre acham legal, pensam que a vítima está gostando. Sabem que comentários ruins deixam a pessoa para baixo, mas não conseguem parar de praticar. O que deixava o João mais para baixo,eram os comentários que os meninos faziam, o Guilherme, o Victor e Ricardo sempre tinham que fazer uma piada sem graça com o físico do João, ou uma brincadeira totalmente sem noção, onde todas as pessoas da sala apontavam para ele e ao invés de ajudar, riam ainda mais. João ficou 2 meses sem ir para escola, perdeu provas, se atrasou nas matérias, achávamos que ele estava doente, mas aconteceu algo pior.A mãe dele foi na escola, o que é muito difícil. Foi na nossa sala e contou para a turma que ele havia deixado todo esse sofrimento. João não estava aguentando tanta brincadeira de mal gosto. Ele estava triste. Passando por situações difíceis, enfrentou uma depressão muito forte.
    Portanto, com tudo isso, poderia ter sido diferente, se não tivesse sofrido tanto bullying, tanta coisa ruim, nosso colega de classe estaria entre nós. E ele deixou uma carta, lamentando não a sua morte mas sim o bullying que ele sofreu, a dor que ele sentiu em ser zoado todos os dias. E no final da carta disse que não tinha nada contra aqueles que praticaram o bullying e os que riram dele, apenas sentia pena das pessoas que vão sofrer o que ele sofreu. E pediu, não pratiquem bullying com quem as pessoas, o bullying que pode parecer brincadeira para você, pode matar.